Durante o recente encontro do Fórum Econômico Mundial em Davos, a mudança climática ocupou um lugar de destaque nas discussões.
Cientistas recentemente confirmaram que o ano de 2023 marcou o registro do ano mais quente da história, representando uma ameaça aos limites de aquecimento global estabelecidos em 1,5°C. Na Suíça, país particularmente vulnerável às mudanças climáticas na Europa, as temperaturas médias aumentaram em 2,5°C na última década em comparação com os tempos pré-industriais. O impacto dessas mudanças é evidente no derretimento recorde de 10% dos glaciares nos últimos dois anos, enquanto extremos climáticos variam de fortes chuvas a secas prolongadas.
A urgência das alterações climáticas ocupou um lugar de destaque durante a recente reunião do Fórum Econômico Mundial em Davos. A Suíça, que sediou o evento global, está agora sob escrutínio em relação às suas iniciativas e esforços para enfrentar a crise climática.
O sistema democrático suíço destaca-se com tradições como a apresentação de petições, desempenhando um papel único na ação climática. Referendos populares moldam a legislação, como o ocorrido em junho passado, onde os eleitores apoiaram uma nova lei visando a transição do país de combustíveis fósseis para energias renováveis, com a meta de emissões líquidas zero até 2050.
Os Jovens Socialistas suíços também têm desempenhado um papel ativo, recentemente coletando assinaturas para um referendo que propõe um alto imposto sobre heranças acima de 50 milhões de francos, direcionando os fundos para esforços de combate ao aquecimento global.
Quanto à matriz energética suíça, cerca de três quartos da energia consumida provêm de fontes renováveis, principalmente energia hidroelétrica. No entanto, desde o referendo de 2017 que votou pela eliminação gradual da energia nuclear, o país enfrenta desafios na transição energética. A forte dependência da energia hidroelétrica cria a necessidade de importação de energia durante períodos de baixo suprimento de água no inverno, muitas vezes incluindo combustíveis fósseis na mistura.
Para preencher a lacuna deixada pela eliminação progressiva da energia nuclear, as autoridades federais suíças estabeleceram metas ambiciosas de investimento em energias renováveis, especialmente eólica, para cumprir suas metas de emissões. O país também implementou inovações, como uma gigantesca "bateria de água" em Valais, operacional desde 2022, que armazena e gera energia, desempenhando um papel crucial na estabilização do fornecimento elétrico e reduzindo o risco de sobrecarga durante picos de demanda.
O compromisso da Suíça com a sustentabilidade a coloca no centro das atenções como um exemplo a ser seguido. O país é destacado como o "País Verde do Mês", juntando-se a outros países europeus como Suécia, Dinamarca e Portugal que também foram reconhecidos por suas iniciativas pró-ambientais e mudanças políticas.
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