Especialistas afirmam que energias renováveis não foram responsáveis pelo apagão na Península Ibérica
- EnergyChannel Brasil
- 6 de mai.
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Após o impacto de um apagão sem precedentes que afetou Espanha, Portugal e partes do sul da França, surgem debates sobre as causas do incidente. A comunidade especializada, no entanto, não aponta as fontes renováveis como culpadas pelo colapso na rede elétrica, contrariando algumas hipóteses iniciais.

Na manhã do dia 28 de abril, às 12h33, a geração de energia na Espanha despencou de aproximadamente 27 gigawatts (GW) para menos de 12 GW em questão de minutos. Esse colapso repentino provocou uma desestabilização na transmissão de eletricidade, causando o apagão em grande parte da Península Ibérica.
Na ocasião, Espanha e Portugal produziam cerca de 80% da sua eletricidade por meio de fontes renováveis, especialmente solar e eólica — fato que alimentou as especulações acerca de uma possível sobrecarga na rede devido à alta participação dessas fontes limpas.
Apesar da intermitência natural das energias renováveis, a argumentação predominante é de que elas não tiveram participação direta na falha. A visão é apoiada por diversos especialistas e órgãos técnicos. Em pronunciamento oficial, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, reforçou: “Não há evidências de que o excesso de renováveis tenha causado o apagão. Não houve problema de cobertura ou de demanda insatisfeita”.
A Renewables Foundation, think tank dedicado ao estudo do setor energético, respondeu às alegações de culpabilização do setor renovável: “Não há qualquer evidência oficial que indique a participação das energias renováveis na origem do incidente. O procedimento adotado pela rede elétrica foi de acordo com os protocolos espanhóis, e a causa específica do evento ainda está sob investigação pelas autoridades competentes, incluindo a Red Eléctrica Espanhola.”
É fundamental esclarecer que, até o momento, não existem informações confiáveis que possam apontar uma tecnologia específica de geração como responsável pelo apagão. A separação entre as instalações geradoras e a rede não revelou nenhuma falha direta nas fontes renováveis ou em usinas nucleares. Portanto, as causas ainda são objeto de análise e não há conclusões definitivas.
A análise preliminar ressalta ainda que a forte dependência de tecnologias renováveis, especialmente a capacidade de armazenamento e a flexibilidade oferecida por sistemas hidrelétricos, exerceu papel importante na rápida recuperação da rede após o incidente. Essa capacidade de resposta rápida foi crucial para limitar os impactos do colapso.
Enquanto as investigações continuam, o cenário aponta para a complexidade do sistema elétrico ibérico, reforçando a importância de manter uma matriz energética diversificada e tecnologicamente robusta para garantir a segurança do abastecimento.
Especialistas afirmam que energias renováveis não foram responsáveis pelo apagão na Península Ibérica
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