Até 2029, Data Center's consumirão 3,9% do consumo de energia no Brasil, aponta levantamento da MIT Tech Review
- EnergyChannel Brasil
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A publicação cruzou uma série de informações para a produção de um infográfico que aponta os desafios e as oportunidades da indústria de Data Center's

O avanço acelerado dos data centers no Brasil e no mundo, impulsionado pela adoção massiva de inteligência artificial e pelos serviços em nuvem, tem acendido um sinal de alerta sobre impactos ambientais relacionados ao consumo de energia, ao uso intensivo de água para refrigeração e à pressão sobre recursos naturais. A análise é da MIT Technology Review Brasil, com base em levantamentos e análises publicadas pela plataforma, a partir de fontes internas e externas.
De acordo com a publicação, em 2024, os data centers responderam por cerca de 1,7% do consumo de energia elétrica no Brasil (aproximadamente 8,2 TWh), número que tende a crescer conforme aumenta a demanda por processamento de dados.Podendo chegar a 3,9% do consumo total em 2029. Além disso, o uso consuntivo de água do setor foi estimado em 0,003% do total nacional em 2022, ou cerca de 2 bilhões de litros.No caso da água, o impacto é menos visível, mas não menos relevante.
Em 2022, conforme mostra o infográfico, o consumo direto estimado do setor foi de cerca de 2 bilhões de litros, o equivalente a 0,003% da demanda hídrica nacional. O número, à primeira vista modesto, esconde um efeito indireto significativo: grande parte da água associada aos data centers está embutida na matriz elétrica, especialmente em centrais termelétricas e hidrelétricas que abastecem essa infraestrutura.
Para o VP de Energia e Sustentabilidade da MIT Technology Review Brasil e CEO do Energy Summit, Hudson Mendonça, esses dados pintam um retrato de urgência, e também de oportunidade: “Vivemos a era da economia digital.
A explosão da IA e dos serviços em nuvem depende de data centers. Mas, sem infraestrutura robusta, matriz energética limpa e uso consciente de recursos, corremos o risco de trocar avanço tecnológico por degradação ambiental. O Brasil tem uma chance única: aproveitar nossa matriz renovável para liderar a computação sustentável, com energia limpa, eficiência hídrica e governança estratégica.”Os desafios e oportunidades ligados ao crescimento da infraestrutura digital envolvem eficiência operacional, sustentabilidade e impacto econômico.
Muitos data centers de última geração já utilizam tecnologias avançadas, como resfriamento por imersão e sistemas de circuito fechado, que reduzem de forma significativa o consumo de água e energia. Entretanto, o avanço da IA tende a ampliar de maneira expressiva a demanda por processamento e armazenamento, exigindo planejamento da rede elétrica, expansão da infraestrutura e maior integração com fontes renováveis.
“Esse movimento também fortalece uma nova cadeia de valor verde: a expansão de data centers sustentáveis estimula a criação de empregos e inovação em engenharia, TI, eficiência energética e infraestrutura limpa, contribuindo para acelerar a transição energética no país. Para garantir desenvolvimento responsável, é fundamental aprimorar a regulação e a governança do setor, com políticas públicas, incentivos à energia limpa e adoção de padrões ESG que assegurem o uso responsável dos recursos naturais”, finaliza Mendonça.
Sobre o Energy Summit
Organizado em parceria com o MIT, o Energy Summit é o principal evento de inovação e empreendedorismo em energia e sustentabilidade, que acontece anualmente no Rio de Janeiro. Conecta os maiores nomes da transição energética e sustentabilidade, incluindo C-levels de grandes empresas e deep techs, autoridades governamentais, palestrantes internacionais, reitores de universidades e centros de pesquisa, que juntos lideram debates essenciais para acelerar o futuro da energia.
Saiba mais em: https://energysummit.global/
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