COP30 em Belém: Brasil lidera pacto global para quadruplicar o uso de combustíveis sustentáveis até 2035
- EnergyChannel Brasil

- 21 de out.
- 3 min de leitura
Com o compromisso “Belém 4x”, Brasil, Itália e Japão unem forças para impulsionar a transição energética e acelerar a adoção de combustíveis limpos em escala mundial.

O Brasil prepara terreno para sediar, em novembro de 2025, a COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que desta vez terá como palco a cidade de Belém do Pará. A edição promete ser histórica: além de marcar a primeira COP realizada na Amazônia, o evento será o lançamento oficial do Compromisso Belém 4x, uma iniciativa que mira quadruplicar a produção e o consumo de combustíveis sustentáveis até 2035.
Um pacto para a nova era da energia limpa
Idealizado pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil, o Belém 4x nasce com o apoio de Itália e Japão, e já desperta o interesse de diversos países que devem aderir oficialmente durante a COP30. A proposta é ambiciosa: remover barreiras regulatórias, ampliar incentivos e criar um ambiente político favorável à transição energética global, com foco em biocombustíveis, biogás, hidrogênio verde e combustíveis sintéticos.
Segundo João Marcos Paes Leme, diretor do Departamento de Energia do Itamaraty, o objetivo é unir forças políticas e econômicas para viabilizar soluções que já são tecnicamente possíveis, mas ainda não atingiram escala industrial suficiente.
“Queremos enviar um sinal claro aos governos e investidores de que o futuro da energia passa pela sustentabilidade. Muitas dessas tecnologias estão prontas, mas precisam de apoio e escala”, afirma o diplomata.
Cooperação internacional e avanços bilaterais
O pacto também se apoia em parcerias estratégicas já em andamento. Japão e Índia firmaram recentemente acordos para o desenvolvimento conjunto de tecnologias de energia limpa, enquanto Brasil e Indonésia cooperam na produção sustentável de biocombustíveis e manejo de uso do solo.
Essas alianças reforçam a ideia de que a transição energética é um desafio global que exige cooperação técnica e política entre nações.
Base científica e metas da Agência Internacional de Energia
O Belém 4x tem como principal referência o relatório Delivering Sustainable Fuels, elaborado pela Agência Internacional de Energia (AIE). O documento aponta que é possível atingir a meta de quadruplicar os combustíveis sustentáveis até 2035, desde que as políticas públicas mantenham flexibilidade tecnológica e incentivos de mercado.
A AIE destaca ainda que os recursos para essa revolução energética como resíduos orgânicos, biomassa e eletricidade renovável são mais acessíveis e distribuídos de forma mais equitativa que os combustíveis fósseis, o que pode reduzir custos, emissões e dependência de importações.
Além do impacto ambiental, a agência prevê benefícios sociais e ecológicos adicionais, como melhora na qualidade da água e do ar, gestão de resíduos e recuperação de solos degradados.
Belém e a COP da implementação
A presidência da COP30, liderada pelo embaixador André Corrêa do Lago, promete transformar o encontro em uma “COP da implementação”, marcada por ações concretas e colaboração internacional.
“A implementação é um exercício coletivo. Precisamos de cooperação, não apenas de compromissos”, destacou Corrêa do Lago.
Belém também deve se tornar um modelo de sustentabilidade urbana, com infraestrutura alimentada por energia renovável, compensação total das emissões do evento e políticas locais de reciclagem e economia circular.
O caminho até 2035
Com o Belém 4x no centro das discussões, a COP30 deve definir um novo marco global para os combustíveis sustentáveis, consolidando o Brasil como um dos principais articuladores da transição energética justa e inclusiva.
O sucesso do compromisso dependerá da capacidade das nações em transformar metas em políticas efetivas, ampliando o acesso à tecnologia, crédito e inovação verde pilares fundamentais de uma economia de baixo carbono.
COP30 em Belém: Brasil lidera pacto global para quadruplicar o uso de combustíveis sustentáveis até 2035





























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