Crise na cadeia de baterias dos EUA: ruptura entre Ford e SK desmonta megaplanos para fábricas no Kentucky e no Tennessee
- EnergyChannel Brasil
- há 1 hora
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A corrida norte-americana por liderança na produção de veículos elétricos sofreu um baque inesperado.

O EnergyChannel apurou que a parceria entre a Ford e a sul-coreana SK On, responsável por dois dos maiores projetos industriais ligados à eletrificação no país, foi encerrada de forma abrupta interrompendo o avanço de uma estratégia que vinha sendo tratada como essencial para a nova geração de carros elétricos da montadora.
O rompimento ocorre em um momento de desaceleração do mercado de EVs nos Estados Unidos e reacende preocupações sobre o impacto econômico para estados que apostaram pesado nesse tipo de industrialização.
Um projeto bilionário que redesenharia o mapa automotivo dos EUA
A aliança Ford–SK On nasceu com ambição gigante: erguer um complexo de fábricas de baterias em Kentucky e Tennessee, alinhado com a política federal de estímulo à eletrificação.Em Glendale (KY), o empreendimento conhecido como BlueOval SK Battery Park, avaliado em mais de US$ 5 bilhões, prometia gerar milhares de empregos e consolidar o estado como um novo polo da mobilidade elétrica.
Além disso, outra unidade no Tennessee completaria a cadeia industrial, fornecendo baterias para o futuro parque automotivo da Ford na região.
Os dois estados comemoravam a chegada de uma nova fronteira econômica — até que o cenário virou.
O fim da parceria e a divisão de ativos
Após semanas de tensão nos bastidores, as empresas confirmaram que seguirão caminhos diferentes. Segundo apuração do EnergyChannel, os termos do desmembramento indicam:
Ford deverá assumir integralmente as operações e propriedades das fábricas de Kentucky.
SK On ficará responsável pela planta do Tennessee, que continuará sob sua gestão.
Embora as companhias tenham divulgado poucos detalhes adicionais, a movimentação representa uma mudança estrutural no planejamento da montadora americana para sua cadeia de baterias.
Impactos diretos para Kentucky e Tennessee
A notícia caiu como um choque político e econômico. Kentucky, que já tinha celebrado o início das operações em 2024, agora aguarda esclarecimentos sobre como o rompimento afetará empregos, cronogramas e investimentos futuros.
O governo estadual pressiona por garantias de continuidade especialmente porque as fábricas de Glendale foram tratadas como o maior investimento industrial da história local.
Tennessee, por sua vez, tenta minimizar riscos ao manter a operação sob tutela exclusiva da SK On, mas o cenário nacional mais fraco para veículos elétricos aumenta o clima de incerteza.
Crédito fiscal federal e o efeito dominó no mercado de EVs
O setor já enfrentava turbulência desde a retirada do crédito fiscal federal de US$ 7.500 para veículos elétricos, medida que entrou em vigor no final de setembro.A eliminação do incentivo acelerou a queda nas vendas e levou montadoras incluindo a própria Ford a revisarem metas de produção, adiarem lançamentos e reavaliarem contratos com fornecedores.
Com um mercado menos aquecido, projetos industriais bilionários ficaram mais vulneráveis a revisões estratégicas.
O que acontece agora?
A Ford deve apresentar nas próximas semanas um plano atualizado para o futuro do complexo de Kentucky, indicando se seguirá adiante com a mesma estrutura original ou se adotará um modelo diferente de produção.
No Tennessee, a SK On terá o desafio de sustentar o projeto sozinha, em um ambiente de pressão global sobre margens e competitividade na indústria de baterias.
Para os estados envolvidos e para a indústria americana de veículos elétricos — o rompimento simboliza um alerta: a transição energética depende não apenas de tecnologia, mas também de estabilidade regulatória, incentivos consistentes e parcerias industriais duradouras.
Conclusão: um divisor de águas para a eletromobilidade nos EUA
A ruptura entre Ford e SK On não é apenas mais um desacordo corporativo. Ela expõe a fragilidade de uma cadeia produtiva que ainda tenta se consolidar em solo americano, ao mesmo tempo em que enfrenta oscilações políticas e econômicas.
O EnergyChannel seguirá acompanhando a reestruturação dos projetos e o impacto sobre trabalhadores, fornecedores e o futuro da produção de baterias nos Estados Unidos.
Crise na cadeia de baterias dos EUA: ruptura entre Ford e SK desmonta megaplanos para fábricas no Kentucky e no Tennessee








