Elon Musk propõe usar satélites solares com IA para equilibrar o clima global
- EnergyChannel Brasil

- 5 de nov.
- 3 min de leitura
O bilionário sugere uma constelação de satélites movidos a energia fotovoltaica para ajustar a quantidade de radiação solar que chega à Terra ideia que divide especialistas entre inovação e risco climático extremo.

Por Redação EnergyChannel
Em uma nova e polêmica proposta para enfrentar o aquecimento global, Elon Musk sugeriu a criação de uma rede de satélites equipados com inteligência artificial e alimentados por energia solar. O objetivo seria regular a quantidade de luz solar que atinge o planeta, equilibrando o balanço energético terrestre e, teoricamente, evitando o superaquecimento da atmosfera.
A declaração foi feita pelo fundador da Tesla e da SpaceX em sua conta na rede social X, onde a postagem rapidamente viralizou, ultrapassando 23 milhões de visualizações em um dia. Segundo Musk, “ajustes sutis na incidência solar” poderiam ser suficientes para estabilizar o clima global, sem necessidade de intervenções em larga escala.
“A Terra passou por períodos de congelamento total diversas vezes no passado. Pequenas correções podem evitar tanto o superaquecimento quanto o resfriamento do planeta”, afirmou Musk na publicação.
A proposta, no entanto, acendeu debates intensos entre cientistas e especialistas em energia e meio ambiente. O engenheiro israelense Ram Ben Ze’ev alertou que a ideia de controlar o fluxo de radiação solar com uma constelação de satélites pode gerar consequências imprevisíveis.
“Mesmo uma redução de apenas 1% na luz solar poderia impactar ecossistemas inteiros, alterar padrões de chuva e comprometer a agricultura global. O planeta não é um laboratório”, afirmou.
Outros pesquisadores destacam ainda os riscos de uma dependência tecnológica extrema. Se o sistema fosse desativado ou sofresse falhas, o chamado “choque de terminação” uma elevação brusca da temperatura após o fim de uma intervenção climática artificial poderia gerar efeitos devastadores e de difícil reversão.
Energia solar espacial: do conceito à corrida tecnológica
Embora a proposta de Musk soe futurista, a ideia de gerar energia solar no espaço vem ganhando força em vários países. Satélites alimentados por painéis fotovoltaicos já são amplamente usados em órbita, e novas pesquisas exploram a transmissão sem fio de energia em feixes de micro-ondas ou lasers diretamente para a superfície da Terra.
A Coreia do Sul, por exemplo, planeja lançar em 2024 um projeto de energia solar espacial com capacidade de 120 GW, desenvolvido por institutos nacionais de pesquisa. O sistema pretende gerar até 1 TWh de eletricidade por ano com milhares de painéis flexíveis em órbita.
A China também avança no setor: até 2030, a Academia de Tecnologia Espacial pretende colocar em órbita seu primeiro demonstrador de transmissão de energia solar, equipado com painéis fotovoltaicos e sistemas de micro-ondas e laser.
Com o avanço dessas tecnologias e a redução dos custos de lançamento espacial, especialistas acreditam que o aproveitamento da energia solar fora da atmosfera pode se tornar uma das grandes revoluções energéticas da próxima década.
Um equilíbrio delicado entre inovação e responsabilidade
A proposta de Musk insere-se em um debate mais amplo sobre geoengenharia o uso de tecnologias avançadas para alterar o clima da Terra. Para defensores, é um campo inevitável diante da lentidão na redução das emissões globais de carbono. Para críticos, é uma aposta perigosa que ignora a complexidade natural do planeta.
O consenso entre especialistas, por enquanto, é de cautela: qualquer projeto que envolva manipulação direta da radiação solar exigirá protocolos internacionais rigorosos, supervisão científica e uma governança global da IA.
Enquanto isso, a ideia de Musk, como tantas outras do bilionário, levanta uma questão essencial: até que ponto a tecnologia pode ou deve intervir no equilíbrio climático da Terra?
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A ideia parece ser boa