Entenda o que são Sistemas Convectivos de Mesoescala (SCM)
- Tempo OK
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Por Tempo OK
Sistemas Convectivos de Mesoescala influenciam chuvas na América do Sul, beneficiando o setor elétrico e a agricultura, mas também geram eventos extremos como enchentes, granizo e raios.

Sistemas Convectivos de Mesoescala (SCM) são grandes aglomerados de tempestades organizadas que se formam devido ao movimento vertical do ar em condições específicas de temperatura e umidade. Esses sistemas podem cobrir áreas extensas, variando de dezenas a centenas de quilômetros, e durar várias horas.
Eles são responsáveis por uma parcela significativa da precipitação em diversas regiões e estão associados a eventos meteorológicos extremos, como:
Chuvas intensas;
Enchentes;
Granizo;
Descargas elétricas.
Formação e classificação dos SCMs
“Os SCMs se formam devido ao movimento vertical do ar e às condições ambientais de temperatura e umidade”, explica Maria Clara Sasssaki, porta-voz da Tempo OK, empresa de meteorologia focada no setor elétrico. Fatores como ondas de ar e divergência de massa influenciam a propagação desses sistemas, podendo gerar novas células de chuva que se integram a áreas já existentes ou criam novas regiões convectivas.
Os SCMs são classificados em dois tipos principais:
Complexos Convectivos de Mesoescala (CCMs): sistemas bem-organizados, com critérios específicos de tamanho e duração mínima de 6 horas.
Linhas de Instabilidade (LIs): caracterizadas por alinhamentos de tempestades, geralmente acompanhadas de ventos fortes e precipitação intensa.
Esses sistemas são fenômenos de mesoescala, com dimensões entre 20 e 2000 km, e ocorrem em escalas temporais que variam de algumas horas a um dia.
Ocorrência na América do Sul
Na América do Sul, os SCMs são fenômenos frequentes e desempenham papel crucial no regime de precipitação, especialmente durante os meses de verão. Algumas características marcantes de sua ocorrência na região incluem:
Bacia do Rio Paraná: É uma área preferencial para a formação dos SCMs devido às condições favoráveis de temperatura, umidade e circulação atmosférica. Nessa região, os sistemas se formam rapidamente e podem durar várias horas, afetando áreas críticas como as linhas de transmissão de energia e a Usina Hidrelétrica de Itaipu.
Jato de Baixos Níveis (JBN): Esse fluxo de ar quente e úmido, proveniente da região amazônica, fornece a energia necessária para a formação dos SCMs, especialmente em áreas continentais.
Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS): A interação com a ZCAS intensifica a formação de SCMs, que frequentemente contribuem para chuvas intensas em amplas regiões.
Esses sistemas são responsáveis por 15% a 50% da precipitação total em áreas específicas, mostrando sua importância na manutenção dos recursos hídricos e na mitigação de extremos climáticos.
SCMs e a meterologia
Os Sistemas Convectivos de Mesoescala (SCMs) desempenham um importante papel na meteorologia, contribuindo para a precipitação que influencia a agricultura, os recursos hídricos e a geração de energia elétrica. No entanto, também estão associados a eventos climáticos extremos, como chuvas intensas, enchentes, granizo e descargas elétricas. Por isso, o monitoramento e a previsibilidade desses sistemas são fundamentais para mitigar seus impactos adversos.
O uso de ferramentas como radares de sensoriamento remoto é indispensável para estudar os SCMs. “A previsibilidade desses sistemas é desafiadora devido à rapidez de sua formação e curta duração, mas é essencial para minimizar os impactos de eventos severos em áreas críticas, como o estado do Paraná e o Paraguai”, explica Sassaki.
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