Estudo inédito confirma: geração distribuída reduz custos, fortalece o SIN e impulsiona a economia brasileira
- EnergyChannel Brasil

- há 1 dia
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EnergyChannel - A micro e minigeração distribuída (MMGD) ganha novo protagonismo no debate energético nacional. Um estudo técnico apresentado pela Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD) considerado o mais completo já desenvolvido no país sobre o tema revela como a geração distribuída impacta positivamente a operação do sistema elétrico, reduz custos, fortalece a confiabilidade da rede e ainda estimula a economia brasileira.

O material será lançado oficialmente nesta terça-feira (25), no Instituto de Energia e Ambiente da USP (IEE/USP), em São Paulo.
Realizado em um momento decisivo para a regulamentação da Lei nº 14.300/2022, o levantamento traz dados inéditos que ajudam a quantificar o valor real da MMGD para consumidores, concessionárias e para o Sistema Interligado Nacional (SIN). Segundo a ABGD, os resultados oferecem base técnica sólida para orientar decisões da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e demais formuladores de políticas públicas.
Redução de custos operacionais e menor dependência de térmicas
Um dos destaques do estudo está na análise operacional do SIN. As simulações mostraram que a presença da MMGD reduz, em média, 30% do Custo Marginal de Operação (CMO) indicador que orienta o despacho de usinas pelo Operador Nacional do Sistema (ONS). Na prática, essa queda representa uma economia aproximada de R$ 40 milhões por mês em custos evitados com geração térmica, reduzindo a necessidade de acionamento de fontes fósseis.
Além de aliviar o caixa do setor, essa dinâmica contribui para uma matriz mais limpa, com menor exposição à volatilidade de combustíveis e à oscilação de preços no mercado de energia.
Mais confiabilidade nas redes de transmissão
A pesquisa também analisou o impacto da MMGD no nível de alta tensão (AT). Os dados mostram que a geração distribuída ajuda a melhorar os índices de confiabilidade da transmissão, reduzindo a Energia Não Suprida (EENS) um dos principais indicadores de risco de interrupção em até 61% nos cenários de carga mínima.
Essa redução significa um sistema mais resiliente, especialmente em momentos críticos, como períodos de baixa demanda ou oscilações inesperadas.
Efeito multiplicador na economia: cada R$ 1 investido gera R$ 1,90 no PIB
Utilizando um modelo econométrico (VARX) para medir efeitos diretos, indiretos e induzidos, o estudo quantificou o impacto econômico da MMGD. No segmento fotovoltaico, cada R$ 1 investido gera R$ 1,90 no PIB brasileiro, confirmando o forte potencial de geração de riqueza, empregos e renda.
Esse resultado reforça o papel da MMGD como vetor de desenvolvimento regional e motor da cadeia produtiva do setor solar, especialmente em pequenas e médias cidades.
Menos perdas técnicas e redes mais eficientes
A partir de simulações realizadas em redes reais de distribuidoras como CEMIG-D, EDP-SP e Equatorial-PI, o estudo identificou que a expansão da MMGD pode reduzir até 51,6% das perdas técnicas na rede secundária.
A diminuição das perdas representa ganho direto para distribuidoras e consumidores, com melhora na eficiência energética e na qualidade do fornecimento.
Impacto ambiental: 60 milhões de toneladas de CO₂e evitadas
Outro ponto de destaque é o efeito ambiental da geração distribuída. Ao deslocar a produção de usinas térmicas fósseis, a MMGD deve evitar a emissão acumulada de 60 milhões de toneladas de CO₂e até 2038, contribuindo de maneira expressiva para as metas climáticas brasileiras e globais.
Armazenamento em baterias: solução estratégica para a expansão da MMGD
O estudo também aponta que os Sistemas de Armazenamento em Baterias (BESS) têm papel crucial na evolução da MMGD. A combinação entre geração distribuída e armazenamento pode eliminar subtensões e sobretensões, além de postergar sobrecargas no sistema desafios que surgem com o crescimento acelerado das instalações fotovoltaicas.
Segundo a ABGD, a integração de BESS torna a rede mais flexível e abre caminho para novos modelos de negócios, como serviços ancilares e resposta da demanda.
Transição energética com base distribuída
Os resultados consolidam um entendimento cada vez mais evidente no setor: o futuro da energia no Brasil é distribuído. A MMGD não apenas democratiza o acesso à geração própria, mas fortalece o sistema elétrico como um todo, reduz custos, incentiva inovação e acelera a transição para uma matriz mais limpa.
O lançamento do estudo da ABGD acontece nesta terça-feira, das 8h30 às 18h, no IEE/USP, e promete reunir especialistas, representantes de empresas, formuladores de políticas públicas e agentes do setor elétrico para discutir os próximos passos da regulamentação.
Estudo inédito confirma: geração distribuída reduz custos, fortalece o SIN e impulsiona a economia brasileira










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