Livro 6G na Sexta, lançado no Futurecom 2025, provoca reflexão sobre o futuro da conectividade
- EnergyChannel Brasil

- 3 de out.
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Assinado pelos autores Wilson Cardoso, Alberto Boaventura, Vinicius Caram e Hermano Pinto, a publicação reúne 59 artigos publicados desde março de 2024 como um exercício coletivo de futurologia e imaginação tecnológica.

O livro foi publicado pela Editora Pontes e patrocinado pela FITec - Fundação para Inovações Tecnológicas, com prefácio de Juarez Quadros do Nascimento, ex-ministro das Comunicações, ex-presidente da Anatel e atual presidente do Conselho Curador da instituição. O livro terá distribuição gratuita em eventos de telecomunicação e será distribuído para universidades, institutos de P,D&I, escolas técnicas e associações de classe em TICs.
Mais do que um registro técnico sobre a evolução das redes móveis, o livro 6G na Sexta, lançado nesta semana na Futurecom 2025, apresenta-se como uma verdadeira provocação intelectual sobre o futuro da conectividade no Brasil e no mundo. Escrita por especialistas com décadas de experiência em telecomunicações – Wilson Cardoso, Alberto Boaventura, Vinicius Caram e Hermano Pinto - a obra não apenas reúne conhecimento consolidado, mas oferece as bases para compreender, questionar e participar da construção de um futuro em que a conectividade será cada vez mais decisiva.
O livro reúne 59 artigos publicados desde março de 2024 no projeto homônimo, que nasceu como um exercício coletivo de futurologia e imaginação tecnológica. Cada texto foi inspirado em tendências emergentes, pesquisas de ponta e reflexões vindas dos principais centros globais de inovação. Ao propor debates sobre cenários ainda incertos, os autores reforçam que “fazer futurologia é, por natureza, um ato de ousadia”: olhar além do horizonte, mesmo diante do nevoeiro das incertezas. “A ideia é dar sequência à essas reflexões até 2030, quando deve ser lançado o 6G no Brasil”, antecipa Wilson Cardoso, um dos autores da publicação.
Do 2G ao 6G
Ao longo de suas páginas, a obra percorre a trajetória das redes móveis e seus impactos sociais e econômicos. Do 2G, que popularizou as mensagens de texto, ao 5G, que inaugura uma nova era de conectividade em tempo real, cada salto tecnológico transformou setores inteiros da economia, da saúde à educação, da indústria ao entretenimento. Agora, diante da chegada do 6G, o desafio é compreender não apenas as promessas, mas também as consequências dessa nova fronteira.A publicação se consolida, assim, como um convite à reflexão e ao debate sobre o papel de cada indivíduo e instituição na construção desse futuro. Entre cenários de inovação, riscos e oportunidades, a obra busca inspirar profissionais, acadêmicos, gestores e cidadãos a enxergar além da tecnologia: compreender como a conectividade moldará a sociedade nas próximas décadas.

O livro chama atenção para a complexidade dessa transformação: a infraestrutura necessária exigirá avanços em materiais, energia e arquitetura de redes; a integração com inteligência artificial e computação quântica levanta questões éticas e de governança; e a hiperconectividade pode tanto ampliar desigualdades digitais quanto demandar novos modelos de segurança cibernética e regulamentações inéditas. Também está em pauta o impacto ambiental, que precisa ser considerado para que o progresso não comprometa a sustentabilidade.Um dos autores, Wilson Cardoso, destaca três importantes pontos da que a publicação traz: uma visão tecnológica do que pode vir a ser o 6G; informações para a construção de políticas públicas para o desenvolvimento 6G para a inserção do Brasil no ecossistema global 6G e no uso do sistema no país futuramente. Os quatro autores, embora atuem em telecomunicações, o fazem em diferentes áreas, o que permite um trabalho ao mesmo tempo crítico e de consenso. Tentamos fazer uma associação tecnológica com o momento em que estamos escrevendo, mesclando o dia a dia com o futuro que pode ter cada nova tecnologia”, diz.
Cenário atual
Outro ponto de destaque é a dimensão geopolítica. O 6G surge em um cenário marcado por disputas em torno da infraestrutura digital, da soberania dos dados e do controle das redes. O domínio tecnológico pode se tornar um instrumento de influência e poder, afetando não apenas mercados, mas também direitos civis, liberdade de expressão e autonomia das nações.Mais do que um panorama técnico, 6G na Sexta apresenta-se como uma plataforma de reflexão sobre a relação entre conectividade, ética, diplomacia e governança global. O futuro das redes não será apenas tecnológico — será humano, estratégico e profundamente transformador. José Luis De Souza, CEO da FITec, destaca a importância de patrocinar a iniciativa que se insere nos objetivos da instituição de compartilhar conhecimento com a sociedade, razão pela qual o livro será distribuído gratuitamente para universidades, institutos de P,D&I, escolas técnicas e associações de classe em TICs. “Trata-se de uma obra que transmite, desde já, o que o futuro próximo nos trará no mundo da tecnologia”, disse.

Sobre os autores
Wilson Cardoso – PhD pelo MIT e com MBA pela Duke University e FGV, possui quase 40 anos de experiência em telecomunicações em empresas como Siemens e Nokia. Atualmente é Assessor Técnico em TIC no SENAI-SP, com atuação internacional na Alemanha, Singapura e Colômbia. É Membro Sênior do IEEE e detentor de duas patentes internacionais em tecnologias disruptivas.
Alberto Boaventura – Engenheiro de Telecomunicações (UFF), Mestre em Engenharia Elétrica (PUC-Rio) e com MBA em Finanças Corporativas (IBMEC). Com mais de 35 anos de experiência em empresas como Embratel, Ericsson, Oi e Deloitte, é reconhecido por sua atuação estratégica em redes e conectividade. Foi Coordenador do Comitê de Espectro do Projeto 5G Brasil e Deputy Chair do GSMA Latin America Technical & Terminals Working Group.

Vinicius Caram – Superintendente de Outorga e Recursos à Prestação da Anatel, Vice-Presidente da Comissão de Licitação do 5G e Coordenador da Comissão Brasileira de Comunicação (CBC2). Engenheiro eletricista, mestre em Engenharia de Telecomunicações e especialista em Governança e Regulação (ENAP), atua na Anatel desde 2011, com ampla experiência em regulamentação, espectro e infraestrutura.

Hermano Pinto – Engenheiro eletricista (Poli-USP) e economista (FEA-USP), com mestrado em gestão empresarial pela Duke University (EUA). Atuou por 30 anos no Grupo Siemens, onde foi Presidente Mundial da Unidade de Negócios de Acesso sem Fio em Munique. Atualmente é Diretor Corporativo do grupo britânico Informa, responsável por Relações de Governo e Institucionais no Brasil, e também Diretor da FIESP na Divisão de Telecomunicações do DEINFRA.

Livro 6G na Sexta, lançado no Futurecom 2025, provoca reflexão sobre o futuro da conectividade





























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