top of page

Pensilvânia ensaia nova virada solar: escolas puxam fila e revelam potencial energético adormecido

A transição energética na Pensilvânia, historicamente uma terra moldada por carvão, gás e disputas políticas acirradas, acaba de ganhar um capítulo inesperado e ele começa no telhado das escolas.


Pensilvânia ensaia nova virada solar: escolas puxam fila e revelam potencial energético adormecido
Pensilvânia ensaia nova virada solar: escolas puxam fila e revelam potencial energético adormecido

Enquanto o estado segue travado em decisões estruturais sobre clima e emissões, um programa modesto de incentivo à energia solar distribuída mostrou que, quando a pauta sai do terreno ideológico e toca benefícios econômicos diretos, a resistência evapora.


O programa Solar for Schools, aprovado no ano passado com aporte de US$ 25 milhões, tornou-se a única política energética que conseguiu atravessar o Congresso estadual dividido, sobrevivendo inclusive à recente batalha orçamentária. Para distritos como o de Carlisle, que recebeu US$ 252 mil para instalar um sistema fotovoltaico de grande porte em uma escola primária, o avanço representou mais do que um alívio financeiro: foi a prova de que a energia solar pode unir campos políticos rivais.


“Já sabemos qual será o próximo prédio a receber o sistema”, afirmou a superintendente Colleen Friend, que conduziu o projeto praticamente sem oposição um feito raro no ambiente político da Pensilvânia.


Por que as escolas viraram símbolo da transição?

O sucesso do programa não é coincidência. Uma mobilização intensa da deputada Elizabeth Fiedler, presidente da Comissão de Energia da Câmara, percorreu o estado conectando escolas, prefeitos e comunidades conservadoras e progressistas. O discurso central: economia, geração de empregos locais e independência energética.


O resultado foi explosivo. No primeiro ano, o estado recebeu 88 solicitações, somando US$ 88 milhões mais de três vezes o orçamento disponível. Ao final, 73 escolas foram contempladas com US$ 22,6 milhões.


“Há uma demanda reprimida gigantesca”, explica Flora Cardoni, da organização PennEnvironment. “E é só o começo.”


Solar distribuída: o potencial ignorado da Pensilvânia

Enquanto grandes usinas renováveis enfrentam anos de espera na fila da PJM Interconnection para conectar-se à rede um gargalo que trava centenas de megawatts — a energia solar distribuída escapa desses entraves. Pequenas instalações em telhados comerciais, residenciais ou públicos podem ser executadas de forma mais rápida e com menor pressão regulatória.


É aí que especialistas enxergam o “oceano azul”. Ron Celentano, presidente da associação de indústrias solares do estado, lembra que um estudo do Departamento de Proteção Ambiental em 2018 mostrou que sistemas em telhados poderiam responder por até 35% de toda a geração solar da Pensilvânia até 2030, caso políticas adequadas fossem aprovadas.


Mas, segundo ele, o estado tem deixado essa oportunidade escorrer pelos dedos.

“Em várias regiões, a energia solar distribuída simplesmente não é considerada na escala que poderia”, diz Celentano. “É uma oportunidade desperdiçada.”


Burocracia e prazos apertados ameaçam a segunda fase do programa

Apesar do interesse crescente, o caminho não está livre:

  • Incentivos federais que cobrem até 50% dos custos expiram no próximo ano.

  • Distritos precisam correr para iniciar as obras antes que os créditos fiscais acabem.

  • Concessionárias locais, como PECO e PPL, enfrentam filas de até três anos para aprovar conexões de maior porte.


A PPL afirma estar “trabalhando ativamente para minimizar atrasos”, mas o impacto já preocupa escolas e instaladores.


Nenhum distrito abandonou projetos até agora, mas muitos já solicitaram reavaliações financeiras. Se os incentivos federais realmente expirarem, Celentano prevê que diversos projetos não sairão do papel.


Onde a política encontra o consenso

A energia solar distribuída tem um trunfo raro na Pensilvânia: ela beneficia tanto centros urbanos democratas quanto condados rurais conservadores.


Segundo análise da PennEnvironment:

  • Aproximadamente 5.000 escolas têm potencial para instalar painéis solares.

  • Economias projetadas: US$ 342 milhões ao longo da vida útil dos sistemas.

  • Energia equivalente ao consumo anual de 187 mil residências.

  • Redução de emissões comparável à retirada de 300 mil carros das estradas.


Os condados rurais, com mais espaço e maior dependência de energia cara, lideram o potencial de economia por escola. Lancaster, por exemplo, aparece entre os líderes em retorno financeiro, superado apenas por Allegheny (Pittsburgh).

No debate estadual, outra frente com apoio bipartidário é o projeto de energia comunitária pequenos consórcios de vizinhos compartilhando geração solar incluído no chamado “Plano Relâmpago” do governador Josh Shapiro. Embora o texto não tenha avançado no Senado controlado pelos republicanos, especialistas acreditam que ele pode retornar à pauta.


Um teste para o futuro da política energética no estado

O destino do programa Solar for Schools e de outras iniciativas distribuídas pode servir como termômetro para entender o rumo da política energética da Pensilvânia. Com a saída do estado da RGGI que poderia ter gerado até US$ 1 bilhão por ano para investimentos em energia limpa a tarefa de reduzir emissões recai agora sobre políticas menores, porém de impacto rápido.


E, para muitos especialistas, esse movimento pode revelar uma nova lógica: em vez de grandes acordos climáticos, pequenas políticas pragmáticas podem impulsionar a transição energética por caminhos inesperados.


O desafio é saber se o tempo e os incentivos estarão do lado das escolas, comunidades e empresas que tentam levar a energia solar para os telhados do estado.


Pensilvânia ensaia nova virada solar: escolas puxam fila e revelam potencial energético adormecido

1 comentário

Avaliado com 0 de 5 estrelas.
Ainda sem avaliações

Adicione uma avaliação
Fabiana
há um dia
Avaliado com 5 de 5 estrelas.

Muito bom.

Curtir
Foxess-300x300-1.gif
Solis-300x300-1.gif
SOLUÇÕES PARA FIXAÇÃO (715 x 115 px) (120 x 600 px).gif
120x600.gif
1.png
Brazil_Web-Banner_120 × 600.gif
120 × 600.gif
EnergyChannel
EnergyChannel Brasil

Canal Internacional
Correspondentes dedicados em cada nação.

Nossos Serviços:
  • Presença digital abrangente em 10 países, com site e aplicativo
  • Transmissão de TV e WEBTV Internacional
  • Anuário de Inovações Energéticas Internacional
  • EnergyChannel Academy

Nossos canais:
Global
China
Itália
México
Brasil
Índia
França
Alemanha
Estados Unidos
Coreia do Sul  

Acompanhe-nos para se manter informado sobre as últimas inovações e tendências no setor energético!
Central de Relacionamento

Telefone e WhatsApp
+55 (11) 95064-9016
 
E-mail
info@energychannel.co
 
Onde estamos
Av. Francisco Matarazzo, 229 - conjunto 12 Primeiro Andar - Bairro - Água Branca | Edifício Condomínio Perdizes Business Center - São Paulo - SP, 05001-000
QuiloWattdoBem
Certificações
Empresa associada ao QuiloWattdoBem
www.quilowattdobem.com.br
Saiba Mais

Quem Somos

Guia do Consumidor

Assinatura


Fale Conosco

Ajuda


Mapa do Site
Links Relacionados

Notícias

Sustentabilidade

Energia Renovável


Mobilidade Elétrica

Hidrogênio

Armazenamento de Energia

​​

EnergyChannel Group - Especializada em notícias sobre fontes renováveis

Todos os direitos reservados. |  Av. Francisco Matarazzo, 229 - conjunto 12 Primeiro Andar - Bairro - Água Branca | Edifício Condomínio Perdizes Business Center - São Paulo - SP, 05001-000

bottom of page