Segurança Energética em 2025: O Mundo Está Melhor Preparado Para Crises?
- EnergyChannel Brasil

- 16 de jul.
- 3 min de leitura
Por EnergyChannel | Cobertura Especial
16 de julho de 2025 – Em meio a um cenário global marcado por conflitos geopolíticos, crises climáticas e oscilações de mercado, a segurança energética voltou ao topo da agenda dos governos. Mas a pergunta que surge é: o mundo está realmente mais preparado hoje para enfrentar riscos no fornecimento de energia do que estava no passado?

A resposta, segundo especialistas e dados atualizados da Agência Internacional de Energia (AIE), parece ser sim – mas com ressalvas. A complexidade do sistema energético atual exige uma visão mais ampla e integrada do que jamais foi necessária.
Do Petróleo à Cibersegurança: Como Evoluiu a Defesa da Energia
A referência histórica mais conhecida quando o assunto é segurança energética remonta à crise do petróleo de 1973. Naquela época, poucos países possuíam políticas de emergência estruturadas. O resultado foi uma crise global, que expôs a vulnerabilidade das economias dependentes de combustíveis fósseis importados.
Hoje, o panorama mudou consideravelmente. Segundo o Global Energy Policies Hub, plataforma de monitoramento da AIE lançada em outubro de 2024 e atualizada anualmente, mais de 84 países já adotaram políticas de segurança energética consolidadas, cobrindo cerca de 90% da demanda mundial de energia.
Esse avanço inclui:
Reservas estratégicas de petróleo obrigatórias, equivalentes a 90 dias de importações líquidas.
Diversificação das matrizes energéticas, com maior participação de fontes renováveis e gás natural.
Programas de eficiência energética para reduzir a demanda e mitigar impactos em situações de crise.
Planos de resposta a emergências, que vão além do petróleo e passam a abranger também energia elétrica, gás e até o setor de armazenamento de energia.
Novos Riscos, Novos Desafios
Apesar do progresso, o cenário de 2025 traz desafios inéditos que os governos precisam enfrentar. O sistema energético mundial tornou-se mais interconectado e digitalizado, o que amplia o leque de vulnerabilidades:
Ameaças cibernéticas a redes elétricas e sistemas de controle de infraestrutura crítica.
Mudanças climáticas, que provocam eventos extremos capazes de desestabilizar a geração e distribuição de energia.
Riscos na cadeia de fornecimento de energia limpa, como escassez de matérias-primas essenciais para a fabricação de baterias, painéis solares e equipamentos de armazenamento.
Esses riscos emergentes foram debatidos em profundidade durante a Cúpula sobre o Futuro da Segurança Energética, realizada em abril de 2025, reunindo líderes globais e especialistas em energia.
O Caminho à Frente: Resiliência e Colaboração
A grande lição dos últimos 50 anos, desde a fundação da AIE em 1974, é que a segurança energética depende de preparo contínuo e atualização constante das políticas públicas. Não basta mais armazenar petróleo ou ter contratos diversificados de gás: hoje é preciso pensar em resiliência climática, proteção digital e estabilidade das cadeias de suprimento de energia limpa.
A tendência global aponta para uma abordagem mais colaborativa e integrada, combinando ações locais com acordos multilaterais. O monitoramento em tempo real e o compartilhamento de informações estratégicas entre os países serão peças-chave nesse novo cenário.
O Que Isso Significa Para o Brasil?
No contexto brasileiro, a diversificação da matriz elétrica com fontes renováveis – como hídrica, solar e eólica – coloca o país em posição de destaque, mas também impõe desafios. A dependência de hidrelétricas, por exemplo, pode ser um fator de risco em anos de seca. Além disso, o Brasil precisa fortalecer sua infraestrutura de armazenamento e modernizar seus sistemas de transmissão para aumentar a resiliência.
A adaptação a esse novo paradigma global é essencial para garantir a segurança energética nacional e manter a competitividade no cenário internacional.
Segurança Energética em 2025: O Mundo Está Melhor Preparado Para Crises?











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