SMA Grid Integration Executive Summit 2025 reúne líderes e expõe revolução tecnológica na estabilidade do sistema elétrico brasileiro
- EnergyChannel Brasil

- 4 de dez.
- 6 min de leitura
Por Ricardo Honório | Especial para o EnergyChannel
São Paulo, 02 de dezembro de 2025
Num momento em que o sistema elétrico brasileiro enfrenta a maior transformação tecnológica desde a expansão hidrelétrica, o SMA Grid Integration Executive Summit 2025 reuniu, em São Paulo, algumas das principais lideranças do setor elétrico, especialistas internacionais, representantes do governo federal, ONS, empresas de tecnologia e investidores.

A pauta central: estabilidade de rede, armazenamento de energia, inversores grid forming, cybersegurança e o avanço regulatório necessário para que o Brasil sustente sua transição energética com segurança e competitividade.
O evento, promovido pela SMA Solar Technology, tornou-se rapidamente um dos encontros mais estratégicos do ano não como uma vitrine de produtos, mas como um fórum técnico de alto nível para discutir o futuro da operação elétrica em um país que já ultrapassa 90% de geração renovável instantânea em diversos períodos.
A nova espinha dorsal do sistema elétrico: eletrônica de potência com papel protagonista
O presidente da ABSAE, Markus Vlasits, abriu os debates reforçando que o Brasil está vivendo um ponto de inflexão na operação elétrica:
“O inversor se tornou o coração do sistema elétrico moderno tanto para renováveis quanto para armazenamento. Ele deixa de ser apenas um conversor e passa a ser peça estratégica para autonomia do consumidor, segurança energética e modicidade tarifária.”
Vlasits destacou que os desafios atuais resposta a perturbações, suporte à estabilidade, capacidade de curto-circuito e inércia sintética fazem dos inversores atores centrais da nova rede elétrica. A ABSAE defendeu que "grid forming" não é mais futuro: é uma necessidade imediata.
Pontos-chave trazidos por Markus Vlasits:
Inversores passam a cumprir funções históricas de máquinas síncronas.
A estabilidade deixa de ser um efeito natural da geração convencional e passa a ser “prestada” pela eletrônica de potência.
Debate sobre autonomia energética e tarifas precisa considerar tecnologia de controle avançado.
Equipamentos de fabricantes globais como SMA tornam-se parte estratégica da segurança energética.
Cibersegurança: a nova fronteira da infraestrutura crítica
Num setor cada vez mais digitalizado, a proteção cibernética ganhou destaque especial.Luiz Fernando Moraes da Silva, diretor de Cibersegurança do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, alertou para a crescente exposição dos sistemas de energia:
“Descarbonização, digitalização e descentralização trazem uma nova camada de risco. A infraestrutura elétrica passa a ser também uma infraestrutura digital. O governo está avançando em políticas, normativos e ações concretas para proteger o setor.”
Luiz Fernando destacou que o governo está trabalhando em:
Políticas nacionais de cibersegurança voltadas ao setor elétrico;
Padronização de requisitos mínimos para ativos digitais de energia;
Integração entre operadores, governo e empresas privadas para troca de inteligência;
Apoio à criação de padrões para redes híbridas de TI e OT, cada vez mais comuns em plantas renováveis.
Quando a rede perde inércia: o alerta técnico sobre o novo sistema elétrico
O consultor e referência nacional em sistemas elétricos, José Marangon, trouxe uma explicação crucial para entender o momento do setor:
“Estamos migrando de um sistema baseado em máquinas síncronas para um sistema baseado em inversores. Isso muda tudo.”
Marangon lembrou que:
A redução da inércia e da corrente de curto-circuito está por trás de eventos reais, como os apagões de agosto de 2023.
Inversores convencionais não oferecem naturalmente as mesmas funções de estabilização que turbinas girantes oferecem.
A tecnologia grid forming da SMA e de outros fabricantes já é capaz de suprir parte dessas lacunas, oferecendo inércia sintética, contribuição de corrente de falta e suporte avançado à estabilidade transitória.
“Essa tecnologia não é apenas desejável ela é necessária para que a rede continue estável com a penetração massiva das renováveis.”
Mercado, regulação e a experiência internacional: o que o Brasil precisa aprender
O painel com Aaron Gerdemann, líder global de novos negócios da SMA, trouxe um panorama claro: o mundo não está fazendo ajustes está vivendo uma revolução energética.
“É uma revolução, não uma transição gradual. O Reino Unido, por exemplo, criou um mercado aberto para compra de estabilidade. Fabricantes e investidores podem ofertar soluções tecnológicas para manter a rede segura. O Brasil deve seguir esse caminho.”
Aaron detalhou casos da Austrália, Alemanha, Estados Unidos e Reino Unido, onde:
A estabilidade se tornou um serviço remunerado, não uma consequência da geração;
Sistemas BESS grid forming substituem usinas térmicas em funções de estabilidade;
A regulação evoluiu mais rápido do que a expansão de renováveis — o oposto da realidade latino-americana.
SMA: experiência global e ambição de liderar o mercado brasileiro
O gerente de vendas da SMA no Brasil, Henrique Almeida, reforçou que o evento foi pensado como um fórum técnico, e não comercial:
“O objetivo foi compartilhar conhecimento global sobre estabilidade de rede. Sistemas de controle, comunicação, redundância cibernética tudo isso passa a ser tão importante quanto o inversor em si.”
Henrique destacou:
O Power Plant Manager da SMA como núcleo digital do sistema;
A crescente demanda por segurança cibernética integrada à automação das usinas;
A preocupação dos clientes com a complexidade técnica dos projetos de estabilidade;
A importância de ter parceiros experientes:
“A SMA é hoje a empresa com maior experiência global em serviços ancilares para estabilidade de rede.”
ONS: aproximação com a indústria é crucial para o futuro
Representando o Operador Nacional do Sistema (ONS), André Della Rocca Medeiros destacou o valor do encontro:
“Eventos como este ajudam o ONS a se aproximar da indústria de baterias e inversores avançados. Precisamos entender profundamente as características e possibilidades desses equipamentos para operá-los com segurança.”
André reforçou:
O ONS está estudando experiências internacionais para adaptar requisitos técnicos brasileiros;
A regulação impacta diretamente a decisão de investimento em armazenamento;
Baterias com controle avançado serão parte integrante da operação do sistema no futuro próximo.
Cibersegurança na prática: vulnerabilidade e risco para sistemas elétricos
O CEO da Vultus CyberSecurity, Alexandre Brum, apresentou dados inéditos sobre risco digital no setor elétrico brasileiro:
“O setor vive um descompasso entre a evolução da TI e da OT. Isso cria superfícies de ataque perigosas. É fundamental integrar segurança desde a concepção dos projetos.”
Entre os principais achados:
O setor elétrico brasileiro está entre os mais atrativos para atacantes por seu valor estratégico;
Vulnerabilidades crescem com redes híbridas, inversores conectados e sistemas SCADA expostos;
A indústria precisa avançar em monitoramento, criptografia, hardening e políticas de compliance.
Mercado responde: empresas buscam tecnologia para estabilidade imediata
Para Carlos Café, fundador da Aevo Energia, o Brasil vive um momento crítico:
“Estabilidade de rede é hoje o tema mais moderno das redes elétricas do mundo. A SMA é pioneira. Estamos aqui para aprender e replicar soluções reais no Brasil.”
Ele reforçou que os estudos apresentados mostram aplicações já consolidadas na Alemanha, Austrália e Inglaterra e que o Brasil precisa acelerar.
Modelagem, simulação e rigor técnico: o novo padrão exigido para o setor
O engenheiro da SMA, Bruno Furtado, destacou que o desafio agora não é apenas construir sistemas de bateria, mas provar matematicamente que eles funcionam em condições extremas:
“O Brasil está seguindo o caminho de mercados avançados. Equipamentos precisam atender requisitos rigorosos, e a performance simulada deve ser comprovada em campo. Esse é o grande desafio dos projetos.”
Bruno apontou:
A necessidade de modelos detalhados e validados junto ao ONS;
Requisitos de grid forming que exigem tecnologia madura;
Possibilidade de empilhamento de receitas para viabilizar economicamente os projetos.
SMA na América Latina: educação, transferência tecnológica e impacto social
Em entrevista exclusiva ao Power Storage Show (EnergyChannel), apresentada por Peter Salles Geib, o gerente geral da SMA na América do Sul, Daniel Rosende, enfatizou que a educação técnica e a transferência de conhecimento são pilares do desenvolvimento regional:
“Transferência tecnológica não é só importar equipamentos. É treinar pessoas, capacitar instaladores, formar equipes locais. Sem isso, não há transição energética justa.”
Rosende detalhou:
Programas contínuos de treinamento técnico com parceiros no Brasil, Chile e México;
A importância de alinhar tecnologia com normas internacionais e locais;
O compromisso da SMA em apoiar projetos-piloto e replicar modelos globais bem-sucedidos na região.
Sobre o mercado brasileiro, Rosende foi enfático:
“O Brasil é um dos maiores mercados energéticos do mundo. O potencial é enorme, mas a regulação precisa evoluir para permitir estabilidade e segurança com alta penetração renovável.”
Ele também revelou casos de sucesso da SMA no Brasil, como:
Gestão de demanda em indústria de grande porte (Coca-Cola);
Showroom de estabilidade em Brasília;
Primeiro sistema de irrigação off-grid com solar + baterias + térmica da América Latina.
Conclusão: o Brasil está pronto falta acelerar regulatórios e integrar tecnologia
O SMA Grid Integration Executive Summit 2025 deixou claro que o país tem:
Mercado;
Competência técnica;
Experiência internacional disponível;
Fabricantes prontos para entregar soluções avançadas.
O que falta é sincronizar regulação, investimento e implementação técnica para que o Brasil lidere a próxima etapa da transição energética global.
E, como resumiu Aaron Gerdemann na plenária final:
“O futuro do setor elétrico não será uma adaptação será uma reinvenção.”
SMA Grid Integration Executive Summit 2025 reúne líderes e expõe revolução tecnológica na estabilidade do sistema elétrico brasileiro












Um post incrível completo e recheado de detalhes, obrigado SMA.
Muito interessante, o evento da SMA cobriu detalhes especiais sobre grid, tecnologia, e segurança, parabéns SMA.
Ótimo evento parabéns pessoal.
Muito bom pessoal, evento incrível, com toda certeza a tecnologia da SMA faz a diferença para a transição energética.
Boa tarde, concordo material incr'vel, parabéns a SMA empresa de alta qualidade.