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Tempestades sob controle: como operadores eólicos estão reinventando a proteção contra raios

Com mais de 60% das perdas de pás eólicas ligadas a descargas atmosféricas, o setor busca soluções tecnológicas e estratégicas para reduzir prejuízos e aumentar a resiliência das turbinas diante do avanço das mudanças climáticas.


Tempestades sob controle: como operadores eólicos estão reinventando a proteção contra raios
Tempestades sob controle: como operadores eólicos estão reinventando a proteção contra raios

Quando um raio atinge uma turbina eólica, o impacto vai muito além do espetáculo visual ele representa um dos maiores custos operacionais para os parques de geração. Estudos apontam que mais de 60% das perdas de pás e 20% do tempo de inatividade das turbinas têm origem em descargas elétricas. E, com a intensificação das tempestades causada pelas mudanças climáticas, esse desafio tende a crescer.


Conversas com operadores e especialistas de diferentes países revelam um quadro preocupante: falhas recorrentes nos sistemas de proteção contra raios (LPS), dados inconsistentes entre fabricantes, seguros com coberturas limitadas e orçamentos anuais de manutenção que ultrapassam US$ 1 milhão em grandes empreendimentos.


Mas o setor começa a reagir. A seguir, o EnergyChannel apresenta seis passos práticos adotados por operadores de ponta para reduzir riscos e custos causados por descargas atmosféricas e transformar dados em estratégia.


1. Conhecer a fundo cada turbina e seu sistema de proteção

Cada turbina é única até mesmo entre unidades de um mesmo modelo. Pequenas diferenças de projeto ou de fábrica podem alterar significativamente o comportamento elétrico das pás e o desempenho do sistema de proteção. Mapear e entender as variações no LPS (Lightning Protection System) é o primeiro passo para identificar vulnerabilidades e definir ações preventivas adequadas.


2. Medir o impacto real das descargas e os prejuízos anuais

Muitos operadores não têm clareza sobre o quanto perdem, de fato, com danos por raios. Realizar um levantamento detalhado do histórico de ocorrências, custos de reparo e tempo médio de parada é essencial para justificar investimentos em mitigação e fortalecer negociações com seguradoras ou fabricantes.


3. Instalar sistemas de detecção e monitoramento de descargas

As redes regionais de detecção fornecem dados gerais, mas o monitoramento local e em tempo real é o que permite agir com rapidez. Sensores inteligentes, como os utilizados por grandes operadores europeus, enviam alertas instantâneos após uma descarga. A integração desses sistemas a plataformas de dados possibilita identificar padrões de frequência, intensidade e localização, auxiliando na prevenção de novos incidentes.


4. Ter um plano de resposta claro e imediato

Detectar o raio é só o começo. A eficiência vem da resposta. Operadores de referência já contam com protocolos padronizados que definem:

  • Quando iniciar inspeções;

  • Quem é responsável pela verificação e em quanto tempo;

  • Como registrar e comunicar resultados.

Relatórios detalhados, com fotos e dados técnicos, reduzem custos, agilizam seguros e evitam que pequenos danos evoluam para falhas estruturais.


5. Rever contratos de seguro e acordos com fabricantes

O aumento das ocorrências levou seguradoras a endurecer cláusulas de cobertura especialmente em casos de falhas repetitivas nos sistemas de proteção. Por isso, revisar os contratos é indispensável. Questões como “raios estão totalmente cobertos?”, “há exclusões por defeito conhecido?” e “é possível obter descontos por adoção de sistemas de detecção?” devem fazer parte da pauta.


Da mesma forma, entender as condições de garantia dos fabricantes (OEMs) é fundamental. Muitas vezes, raios são classificados como força maior, excluindo a responsabilidade do fabricante. Nesses casos, dados precisos de detecção ajudam o operador a comprovar a origem e a intensidade do evento.


6. Investir em retrofit e aprimoramento do sistema de proteção

Projetos originais de LPS nem sempre consideram fatores locais como altitude, topografia e padrões regionais de tempestade. Por isso, cresce o uso de soluções complementares desenvolvidas por empresas especializadas, que permitem criar caminhos de descarga mais eficientes e seguros.


Esses retrofits, quando projetados por engenheiros qualificados, reduzem danos às pás, aumentam a confiabilidade do sistema e melhoram a relação com seguradoras e OEMs.


Gestão inteligente do risco

Não há como eliminar o risco de raios mas é possível controlar a resposta e minimizar os efeitos. A combinação de monitoramento contínuo, planos de ação bem estruturados e soluções de retrofit representa hoje a melhor defesa para os parques eólicos.

Ao adotar uma gestão baseada em dados, operadores ganham não apenas em segurança e disponibilidade, mas também em previsibilidade financeira e competitividade.


Checklist rápido: o que fazer após um raio

  1. Priorize a segurança da equipe;

  2. Interrompa a operação das turbinas afetadas;

  3. Realize uma inspeção visual imediata;

  4. Analise os registros operacionais e de sensores;

  5. Acione técnicos especializados para reparo;

  6. Documente todo o processo com fotos e relatórios;

  7. Inicie o processo de sinistro o quanto antes;

  8. Teste completamente a turbina antes de retomar a operação;

  9. Faça uma análise pós-evento para aprimorar protocolos.


ConclusãoA eletricidade está no coração da energia eólica mas também é sua maior ameaça. À medida que os ventos mudam e as tempestades se tornam mais intensas, prevenir e responder com inteligência será o fator que separa os parques resilientes dos vulneráveis.


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