ABGD reúne especialistas na USP para debater acesso à energia limpa na Amazônia Legal
- EnergyChannel Brasil

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Atualizado: há 3 dias
Evento destaca desafios e soluções para universalizar o acesso à energia renovável em comunidades isoladas da região amazônica
São Paulo (SP) — O Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE-USP) sediou, nesta segunda-feira (20), um encontro promovido pela Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD) dedicado a um dos maiores desafios energéticos e sociais do país: a universalização do acesso à energia elétrica na Amazônia Legal.
O evento reuniu pesquisadores, representantes do governo, empresas e organizações civis para discutir políticas públicas, modelos de financiamento e tecnologias limpas voltadas à geração própria de energia em comunidades isoladas.
A Amazônia Legal, que representa cerca de 50% do território nacional, ainda abriga mais de 1 milhão de pessoas sem acesso à eletricidade moderna e limpa. O encontro destacou a urgência de desenvolver sistemas híbridos, baterias, micro e minirredes que integrem energia solar e armazenamento, tornando o fornecimento mais estável, sustentável e acessível.
“Levar energia à Amazônia não é apenas uma questão técnica, é uma questão de dignidade e de cidadania”, afirmou Marcelo Sousa, representante da Gotion Inc, empresa especializada em sistemas de armazenamento de energia (BESS). Ele destacou que soluções como minirredes e sistemas solares híbridos são essenciais para regiões que ainda vivem desconectadas do Sistema Interligado Nacional. “Estamos falando de acesso à saúde, educação, comunicação e desenvolvimento econômico local”, completou.
Entre os destaques do encontro, a Fundação Mott, instituição filantrópica americana com sede em Michigan, compartilhou sua experiência de quase uma década apoiando projetos de energia solar em comunidades indígenas e tradicionais na Amazônia. Daniela Gomes Pinta, coordenadora de programas da fundação, destacou o papel da sociedade civil e dos modelos comunitários:
“A energia é o ponto de partida para o desenvolvimento. Estamos fortalecendo redes locais que gerem e administrem sua própria energia, de forma mais barata e autônoma.”
A ABGD, anfitriã do evento, reforçou a importância da geração distribuída como ferramenta estratégica para a inclusão energética e social. “A geração distribuída já soma mais de 40 GW de potência instalada e pode ser uma aliada essencial para levar energia renovável a quem ainda vive no escuro”, afirmou Jéssica Soares, gerente de marketing da entidade.
“A energia é o motor do desenvolvimento humano garante acesso à água potável, saneamento, educação e renda.”
O debate também contou com a presença de Luisa Valentim Barros, representante do GEAPP (Global Energy Alliance for People and Planet), que ressaltou a importância de alinhar políticas públicas e financiamento filantrópico para acelerar a transição energética na região.
“Levar energia limpa à Amazônia é fundamental para impulsionar a bioeconomia e reduzir o uso de diesel nos sistemas isolados. Precisamos fazer convergir as agendas de energia, meio ambiente e desenvolvimento sustentável”, destacou.
Ao final, os participantes se comprometeram a elaborar um documento de recomendações destinado ao Ministério de Minas e Energia (MME), à Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e a demais órgãos públicos, com propostas concretas para viabilizar o acesso universal à energia limpa até 2030.
“A energia é a base para a transformação social e ambiental da Amazônia. Democratizar seu acesso é garantir futuro, dignidade e oportunidade para milhões de brasileiros.”
ABGD reúne especialistas na USP para debater acesso à energia limpa na Amazônia Legal




























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