top of page

Braga propõe isenção bilionária para baterias e reacende debate sobre limite fiscal e viabilidade do primeiro leilão de armazenamento

Relatório da MP 1304/2025 prevê incentivos inéditos para sistemas BESS e pode antecipar a política nacional de armazenamento de energia mas o teto de R$ 1 bilhão em renúncia fiscal pode travar a expansão do mercado.


Braga propõe isenção bilionária para baterias e reacende debate sobre limite fiscal e viabilidade do primeiro leilão de armazenamento
Crédito: Roque de Sá/Agência Senado | Braga propõe isenção bilionária para baterias e reacende debate sobre limite fiscal e viabilidade do primeiro leilão de armazenamento

O mercado de armazenamento de energia no Brasil está prestes a dar um salto histórico. O senador Eduardo Braga (MDB/AM) apresentou nesta terça-feira (28) o relatório da Medida Provisória 1304/2025, que propõe um pacote de incentivos fiscais inéditos para sistemas de armazenamento em baterias (BESS) tecnologia essencial para equilibrar a geração intermitente de fontes renováveis e garantir a estabilidade do Sistema Interligado Nacional (SIN).


O texto chega em meio às expectativas do primeiro leilão de reserva de capacidade com baterias, previsto para o segundo semestre de 2025, e antecipa, na prática, parte da política de armazenamento que o governo federal pretende implementar nos próximos anos.


Incentivos para destravar o mercado

O relatório apresentado por Braga propõe isenção total de IPI, PIS/Cofins e PIS/Cofins-importação para baterias destinadas ao setor elétrico. O governo também ficaria autorizado a reduzir a zero o Imposto de Importação sobre equipamentos e componentes utilizados em projetos de armazenamento.


Na prática, a proposta busca corrigir o que o relator classifica como uma “distorção estrutural”: hoje, sistemas BESS são tributados como equipamentos de informática, acumulando uma carga tributária próxima de 71%, o que inviabiliza projetos comerciais de larga escala no país.


“É uma medida de transição que antecipa os efeitos da reforma tributária, criando condições para o Brasil entrar de forma competitiva no mercado global de armazenamento”, afirmou Braga durante a leitura do relatório. O incentivo teria validade imediata, com vigência até o início da reforma tributária em 2027.


O gargalo do teto fiscal

Apesar do entusiasmo do setor, o texto estabelece um limite de renúncia fiscal de R$ 1 bilhão, valor que especialistas já consideram insuficiente para sustentar o crescimento esperado da cadeia de armazenamento.


Segundo cálculos obtidos pelo EnergyChannel, considerando projetos padrão de 30 MW / 150 MWh com custo médio estimado de US$ 90 a 95 por kWh instalado e um investimento total na faixa de US$ 13,5 a 14,2 milhões (R$ 73 a 77 milhões) — o teto fiscal seria alcançado com apenas 20 instalações comerciais. Isso significa que a política pode se esgotar em menos de um ano.


Além disso, como os equipamentos são cotados em dólar, especialistas defendem que o limite de renúncia deveria ser definido também em USD, evitando distorções cambiais e garantindo previsibilidade para investidores estrangeiros.


“Se o leilão de baterias avançar dentro do cronograma, esse teto pode se tornar um novo gargalo para o setor”, avalia um analista ouvido pelo EnergyChannel.


Leilão de baterias: primeiro passo da transição

O Ministério de Minas e Energia (MME) já confirmou que o LRCAP 12/25 o primeiro leilão de reserva de capacidade com baterias prevê 2 GW de potência contratada, com 5 horas de armazenamento por sistema, o que representa uma importação estimada entre 11 e 13 GWh no período entre o 4º trimestre de 2026 e o 2º trimestre de 2028.


Com prazo de implantação de 18 a 24 meses, a iniciativa deve posicionar o Brasil como um dos primeiros países emergentes a adotar BESS em escala nacional. Segundo o ministro Alexandre Silveira, o governo já busca atrair investimentos internacionais, especialmente da China, onde empresas como Huawei Digital Power, BYD, CATL, Envision, Sungrow, HyperStrong e Hithium Energy Storage manifestaram interesse no certame.


Reação do setor

A proposta foi recebida com otimismo pela Associação Brasileira de Soluções de Armazenamento de Energia (Absae). Para o diretor-executivo Fábio Lima, a desoneração de bens de capital deve impulsionar novas aquisições já em 2026 e abrir caminho para a competição de baterias no mercado de capacidade.


“O sistema de armazenamento precisa de regras claras e competitividade. É fundamental que o setor possa competir em igualdade com as demais fontes de geração”, afirmou.

Ainda assim, Lima destacou que a entidade está analisando possíveis impactos da medida sobre o leilão de baterias: “Vamos revisar o texto item por item para garantir que não haja nenhum risco para o certame, que já sofreu sucessivos atrasos”.


Segurança energética e preço de pico

Além dos incentivos fiscais, o relatório também cria um mecanismo competitivo para geração em horários de pico, custeado pelo encargo de reserva de capacidade, como forma de valorizar o armazenamento e reduzir pressões sobre o custo da energia.

Segundo Braga, a medida busca “alocar de forma mais equilibrada os custos da segurança energética”, evitando que recaiam exclusivamente sobre o consumidor.


Um novo capítulo para a transição energética

Se aprovado, o pacote de incentivos pode acelerar o ingresso do Brasil na nova fronteira tecnológica do armazenamento, criando um mercado estratégico que complementa a geração renovável e reforça a segurança energética nacional.


Mas, com o teto fiscal limitado e prazos apertados, o sucesso da política dependerá de ajustes finos entre governo, Congresso e investidores e de uma definição clara sobre como o país pretende financiar o futuro da energia limpa e flexível.


Braga propõe isenção bilionária para baterias e reacende debate sobre limite fiscal e viabilidade do primeiro leilão de armazenamento

Foxess-300x300-1.gif
Solis-300x300-1.gif
SOLUÇÕES PARA FIXAÇÃO (715 x 115 px) (120 x 600 px).gif
120x600.gif
Brazil_Web-Banner_120 × 600.gif
120x600 Thopen.gif
120 × 600.gif
AFFOZ 2025 - 06038 Trade Maio - cards_03 servicos_01 1080x1920px.jpg
EnergyChannel
EnergyChannel Brasil

Canal Internacional
Correspondentes dedicados em cada nação.

Nossos Serviços:
  • Presença digital abrangente em 10 países, com site e aplicativo
  • Transmissão de TV e WEBTV Internacional
  • Anuário de Inovações Energéticas Internacional
  • EnergyChannel Academy

Nossos canais:
Global
China
Itália
México
Brasil
Índia
França
Alemanha
Estados Unidos
Coreia do Sul  

Acompanhe-nos para se manter informado sobre as últimas inovações e tendências no setor energético!
Central de Relacionamento

Telefone e WhatsApp
+55 (11) 95064-9016
 
E-mail
info@energychannel.co
 
Onde estamos
Av. Francisco Matarazzo, 229 - conjunto 12 Primeiro Andar - Bairro - Água Branca | Edifício Condomínio Perdizes Business Center - São Paulo - SP, 05001-000
QuiloWattdoBem
Certificações
Empresa associada ao QuiloWattdoBem
www.quilowattdobem.com.br
Saiba Mais

Quem Somos

Guia do Consumidor

Assinatura


Fale Conosco

Ajuda


Mapa do Site
Links Relacionados

Notícias

Sustentabilidade

Energia Renovável


Mobilidade Elétrica

Hidrogênio

Armazenamento de Energia

​​

EnergyChannel Group - Especializada em notícias sobre fontes renováveis

Todos os direitos reservados. |  Av. Francisco Matarazzo, 229 - conjunto 12 Primeiro Andar - Bairro - Água Branca | Edifício Condomínio Perdizes Business Center - São Paulo - SP, 05001-000

bottom of page