Corrida do futuro: hidrogênio acelera revolução sustentável no automobilismo mundial
- EnergyChannel Brasil
- há 2 dias
- 3 min de leitura
Primeira Copa do Mundo FIA Extreme H, realizada na Arábia Saudita, mostra que o esporte a motor pode funcionar 100% livre de emissões com células de combustível de hidrogênio desenvolvidas pela AFC Energy.

Um novo capítulo para o automobilismo sustentável
De 9 a 11 de outubro de 2025, a cidade futurista de Qiddiya, na Arábia Saudita, foi palco de um marco histórico: a primeira edição da Copa do Mundo FIA Extreme H, competição totalmente movida a hidrogênio verde. Pela primeira vez, uma corrida internacional foi alimentada exclusivamente por sistemas de célula a combustível — sem diesel, sem gasolina e sem emissões de carbono.
A iniciativa, que promete redefinir o futuro do automobilismo, é resultado de uma parceria entre a AFC Energy, empresa britânica especializada em soluções limpas de geração elétrica, e a TAMGO, distribuidora saudita de tecnologia energética presente em 17 países do Oriente Médio.
Energia limpa em alta performance
Enquanto a maioria dos grandes eventos esportivos ainda depende de geradores a diesel, o Extreme H mostrou que a eletricidade limpa pode dar conta do recado — mesmo sob o calor intenso do deserto.
O coração da operação foi o sistema H-Power de 200 kW da AFC Energy, que utiliza hidrogênio para produzir eletricidade por meio de uma reação química silenciosa e eficiente, emitindo apenas vapor d’água e calor como subprodutos.
O sistema foi apoiado por um banco de baterias de 145 kWh, garantindo energia estável e instantânea para todas as estruturas do evento: dos boxes e arquibancadas à iluminação noturna e transmissões ao vivo.
“Demonstramos que é possível realizar um evento global de grande escala sem recorrer a combustíveis fósseis. É um avanço não só para o esporte, mas para toda a indústria de energia limpa”, afirmou um porta-voz da AFC Energy.
Parceria estratégica e metas nacionais
A TAMGO, integrante do Grupo Zahid — um dos maiores conglomerados industriais do Oriente Médio —, foi responsável pela instalação, calibração e operação dos sistemas durante o evento.
Além de demonstrar a robustez das soluções da AFC Energy, a ação reforça os planos da Arábia Saudita de diversificar sua matriz energética e reduzir a dependência do petróleo, dentro das metas da Visão 2030, programa nacional que busca consolidar o país como líder em tecnologias de baixo carbono.
Da pista ao mundo real
A iniciativa também reflete a evolução da série Extreme E, precursora do projeto, que desde 2021 utiliza células de combustível de hidrogênio para recarregar SUVs elétricos durante as corridas. Em apenas três anos, o percentual de energia proveniente do hidrogênio saltou para 80%, abrindo caminho para o formato 100% limpo da nova categoria Extreme H.
A expectativa é que a experiência saudita sirva de modelo para outros setores, como eventos musicais, operações de mineração, construção civil e logística remota, onde o uso de geradores a diesel ainda é predominante.
Um farol para o futuro das competições
A estreia da FIA Extreme H é mais do que um espetáculo esportivo é uma vitrine tecnológica. O sucesso do evento reforça a confiança global no hidrogênio como combustível do futuro e coloca o Oriente Médio no centro da transição energética mundial.
Especialistas acreditam que, nos próximos anos, o hidrogênio deve se tornar presença constante em eventos esportivos e industriais de grande escala, à medida que governos e empresas buscam reduzir emissões e acelerar a descarbonização.
Conclusão
O fim de semana em Qiddiya pode ter marcado apenas o início de uma nova era: a do automobilismo de emissão zero. E, mais do que isso, simboliza como inovação, colaboração e energia limpa podem andar ou melhor, correr lado a lado rumo a um futuro sustentável.
Corrida do futuro: hidrogênio acelera revolução sustentável no automobilismo mundial
Comentários