top of page

CRISE HÍDRICA, HORÁRIO DE VERÃO E UMA REFORMA ELÉTRICA PERIGOSA: O QUE ESPERAR DO MERCADO LIVRE EM 2025 

O Brasil enfrenta uma crise hídrica sem precedentes em 2025, conforme apresentado na 305ª reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) em 14 de maio. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) reportou afluências abaixo da Média de Longo Termo (MLT), com 63% no cenário inferior (o pior em 95 anos) e 82% no superior para o período de maio a outubro. A Energia Armazenada (EAR) no subsistema Sudeste/Centro-Oeste (SE/CO) pode cair para 38,3% até outubro, enquanto no Sistema Interligado Nacional (SIN) ficará entre 44,1% e 49,8%. Em abril, os armazenamentos foram de 70% (SE/CO), 40% (Sul), 77% (Nordeste) e 97% (Norte), mas as projeções para maio indicam uma queda para 31% no Sul no cenário inferior, agravando a vulnerabilidade do sistema. 


CRISE HÍDRICA, HORÁRIO DE VERÃO E UMA REFORMA ELÉTRICA PERIGOSA: O QUE ESPERAR DO MERCADO LIVRE EM 2025 
CRISE HÍDRICA, HORÁRIO DE VERÃO E UMA REFORMA ELÉTRICA PERIGOSA: O QUE ESPERAR DO MERCADO LIVRE EM 2025
CRISE HÍDRICA, HORÁRIO DE VERÃO E UMA REFORMA ELÉTRICA PERIGOSA: O QUE ESPERAR DO MERCADO LIVRE EM 2025 
CRISE HÍDRICA, HORÁRIO DE VERÃO E UMA REFORMA ELÉTRICA PERIGOSA: O QUE ESPERAR DO MERCADO LIVRE EM 2025

A demanda por energia elétrica segue em alta. Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o consumo nacional cresceu 2,1% no primeiro trimestre de 2025, atingindo 144.186 MWmed, com aumentos de 2,7% na indústria (16.700 MWmed em março) e 3,7% no setor residencial (16.195 MWmed em março). Esses percentuais, confirmados por relatórios da EPE, refletem a recuperação econômica e o impacto de ondas de calor, que elevam o uso de climatização. O gargalo no horário de ponta (18h-19h), quando a geração solar é ineficiente, intensifica a pressão sobre o SIN, exigindo medidas estruturais. 


O HORÁRIO DE VERÃO NÃO É A SOLUÇÃO 

Reativar o horário de verão? Parece mais uma solução nostálgica do que prática. O diretor do ONS, Márcio Rea, chegou a sugerir isso como forma de reduzir a carga entre 18h e 19h. Mas sejamos francos: os próprios estudos do ONS mostram que a redução na carga seria de apenas 4%, e a Abrace fala numa economia real inferior a 0,5% do consumo total — ou seja, irrelevante frente à crise. Pior: setores como comércio, turismo e agricultura sofrem. A CNC estima queda de até 2% nas vendas do varejo e perda de produtividade por alterações nos hábitos da população. É uma medida que traz mais prejuízo do que benefício e não resolve a escassez hídrica. Cabe ao MME e ao presidente Lula tomarem uma decisão sensata: dizer não ao retorno do horário de verão. 


CRISE HÍDRICA, HORÁRIO DE VERÃO E UMA REFORMA ELÉTRICA PERIGOSA: O QUE ESPERAR DO MERCADO LIVRE EM 2025 
CRISE HÍDRICA, HORÁRIO DE VERÃO E UMA REFORMA ELÉTRICA PERIGOSA: O QUE ESPERAR DO MERCADO LIVRE EM 2025

UMA REFORMA QUE INVERTE A LÓGICA DO MERCADO 

A Medida Provisória que está tramitando em 2025 promete uma tal de “justiça social elétrica”, mas o que ela entrega é outro fardo para consumidores cativos e livres. As análises da Abraceel e da CCEE deixam claro: mais encargos, mais CDE, mais distorção no mercado. Só a CDE pode subir 15% nas tarifas do cativo, segundo o Instituto Acende Brasil. Já no Mercado Livre (ACL), os subsídios cruzados aumentam o custo da energia incentivada e reduzem os descontos na TUSD. Isso afeta diretamente a competitividade dos consumidores livres. Essa reforma ameaça destruir a lógica econômica do ACL, um espaço que vinha funcionando bem justamente por causa de sua liberdade e eficiência. 


NO MERCADO LIVRE, O ALERTA ESTÁ DADO 

PLD em disparada, custos subindo O ACL é diretamente impactado pelo PLD, e com a crise hídrica, o despacho de termelétricas a mais de R$ 1.000/MWh empurra o preço para cima. Para quem vinha de uma média de R$ 150/MWh em 2024, a volatilidade será extrema. E não para por aí: a MP ainda impõe novos encargos que podem adicionar 10% ao PLD. O horário de verão não segura essa alta. O risco de explosão de preços no mercado spot é real e iminente. A curva da BBCE já projeta R$ 300/MWh entre maio e junho, R$ 365,28/MWh de julho a setembro e R$ 367,98/MWh no último trimestre. Para mim, este valor ainda será maior. 


Autoprodução e contratos: única saída racional Diante desse cenário, a autoprodução se consolida como uma alternativa estratégica. Fontes como eólica e biomassa, somadas à locação de ativos, oferecem previsibilidade e reduzem a exposição à CDE e à volatilidade do PLD. Contratos com energia incentivada, que ainda garantem 50% a 100% de desconto na TUSD, devem ser priorizados — enquanto ainda existem, já que a reforma ameaça cortar esses benefícios. Com o preço da energia podendo ser superior a R$ 370/MWh no fim do ano, garantir contratos estratégicos é questão de sobrevivência para os consumidores livres. 


Vantagem ameaçada Enquanto isso, o mercado regulado caminha para novas bandeiras tarifárias e tarifas até 15% maiores, como mostra o Instituto Acende Brasil. O ACL, por ora, ainda escapa dessas bandeiras, mantendo uma vantagem competitiva. Mas se a reforma avançar como está, essa vantagem vai desaparecer. O alerta está dado: é hora de otimizar contratos e defender o que resta de competitividade. 


Racionamento à vista e insegurança total O cenário inferior (ENA de 66% da MLT em maio, o pior em 95 anos) eleva o risco de racionamento, especialmente com picos de demanda por ondas de calor. O cancelamento do Leilão de Reserva de Capacidade (LRCAP) de 2025, previsto para 27 de junho e suspenso por disputa judicial, limita a capacidade de resposta. Embora o MME planeje uma nova consulta pública e um leilão em 2025, o atraso gera incertezas. A MP, ao aumentar encargos e desestimular investimentos, agrava o risco de escassez. No ACL, isso intensifica a volatilidade do PLD, dificultando contratos de longo prazo e minando a confiança dos 64.493 consumidores livres (CCEE, 2024).

 

AS AÇÕES DO CMSE SÃO LIMITADAS 

Antecipação do LRCAP de 2021 ajuda, mas pouco Antecipar o suprimento dos empreendimentos do LRCAP de 2021 é uma medida paliativa - substituem termelétricas emergenciais (custo acima de R$ 1.000/MWh) por fontes contratadas (custo médio de R$ 900/MWh), reduzindo o custo marginal de operação. Mas sua capacidade é limitada, e os encargos da MP neutralizam parte desse benefício. Ainda teremos riscos significativos no segundo semestre, mesmo com os preços projetados pela BBCE. 


Reservatórios no Sul e o desafio da coordenação A situação dos reservatórios do Sul é crítica. O ONS sugere reduzir as defluências mínimas e usar mais o intercâmbio de energia, além de acionar térmicas locais. Isso pode segurar o PLD regional, mas consumidores do Sul devem se preparar para custos mais altos. A boa notícia é que a coordenação entre agentes facilita os ajustes nos contratos. Em um cenário de preços elevados, isso pode fazer diferença. 


EXPANSÃO DO SISTEMA: CRESCIMENTO LIMITADO 

A expansão da geração e transmissão em 2025 é insuficiente para enfrentar a crise. Em abril, foram adicionados 89 MW de geração centralizada, 525 km de linhas de transmissão e 125 MVA de transformação. Até abril, o total foi de 2.049 MW, 676 km e 1.185 MVA, segundo o ONS. Embora positivo, esse crescimento não compensa a baixa afluência nem a ausência do LRCAP de 2025, aumentando a dependência de medidas emergenciais. 


CONCLUSÃO 

Retomar o horário de verão? Medida ineficaz, ultrapassada e com impactos negativos. A nova MP? Uma distorção que transfere custos e destrói a lógica de mercado que sustenta o ACL. O PLD em 2025 pode chegar a quase R$ 370/MWh, e a única proteção real para os consumidores livres será a autoprodução e contratos bem estruturados. O que está em jogo é a viabilidade econômica de um mercado que, até agora, funcionava. 


As medidas do CMSE são paliativas. O cancelamento do LRCAP de 2025 é mais uma falha grave de planejamento. Com risco de racionamento, insegurança regulatória e tarifas disparando, o mercado precisa reagir — e rápido. 


CRISE HÍDRICA, HORÁRIO DE VERÃO E UMA REFORMA ELÉTRICA PERIGOSA: O QUE ESPERAR DO MERCADO LIVRE EM 2025

2 Comments

Rated 0 out of 5 stars.
No ratings yet

Add a rating
Rated 5 out of 5 stars.

Legal.

Like

Fabiana Garcia
há 2 dias
Rated 5 out of 5 stars.

Muito bom pessoal.

Like
Foxess-300x300-1.gif
Solis-300x300-1.gif
SOLUÇÕES PARA FIXAÇÃO (715 x 115 px) (120 x 600 px).gif
120x600.gif
120x600 Thopen.gif
EC_Logos-01.png
EnergyChannel Brasil

Canal Internacional
Correspondentes dedicados em cada nação.

Nossos Serviços:
  • Presença digital abrangente em 10 países, com site e aplicativo
  • Transmissão de TV e WEBTV Internacional
  • Anuário de Inovações Energéticas Internacional
  • EnergyChannel Academy

Nossos canais:
Global
China
Itália
México
Brasil
Índia
França
Alemanha
Estados Unidos
Coreia do Sul  

Acompanhe-nos para se manter informado sobre as últimas inovações e tendências no setor energético!
Central de Relacionamento

Telefone e WhatsApp
+55 (11) 95064-9016
 
E-mail
info@energychannel.co
 
Onde estamos
Av. Francisco Matarazzo, 229 - conjunto 12 Primeiro Andar - Bairro - Água Branca | Edifício Condomínio Perdizes Business Center - São Paulo - SP, 05001-000
image.png
Certificações
Empresa associada ao QuiloWattdoBem
www.quilowattdobem.com.br
Saiba Mais

Quem Somos

Guia do Consumidor

Assinatura


Fale Conosco

Ajuda


Mapa do Site
Links Relacionados

Notícias

Sustentabilidade

Energia Renovável


Mobilidade Elétrica

Hidrogênio

Armazenamento de Energia

​​

EnergyChannel Group - Especializada em notícias sobre fontes renováveis

Todos os direitos reservados. |  Av. Francisco Matarazzo, 229 - conjunto 12 Primeiro Andar - Bairro - Água Branca | Edifício Condomínio Perdizes Business Center - São Paulo - SP, 05001-000

bottom of page