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Descarbonização de produtores de insumos para construção é fundamental para o país avançar na transição energética nas edificações

País precisa também avançar na parametrização dos insumos para possibilitar isonomia competitiva entre fornecedores de matérias primas.  Temas foram debatidos no painel Pós-COP: Transição Energética Brasileira e o papel das edificações, durante Congresso Edificações do Futuro 2025 – CEFX 2025.


Descarbonização de produtores de insumos para construção é fundamental para o país avançar na transição energética nas edificações
Descarbonização de produtores de insumos para construção é fundamental para o país avançar na transição energética nas edificações

São Paulo, 4 de dezembro de 2025 – A redução das emissões de gases de efeito estufa nos processos construtivos depende, em grande parte, de mudanças na produção de insumos de difícil descarbonização, como aço, cimento, cerâmica, madeira, transporte e logística.


É importante também que o país avance na definição de parâmetros confiáveis no processo produtivo dos vários insumos utilizados nas construções, como blocos, tintas, materiais elétricos entre vários outros, para garantir a isonomia entre os fornecedores. 


Esses foram pontos destacados durante o painel Pós-COP: Transição Energética Brasileira e o papel das edificações, do Congresso Edificações do Futuro 2025 – CEFX 2025, que ocorreu nesta quarta-feira, 3, em São Paulo, evento promovido pela GHM Solutions no Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE-USP).


‘Não é no processo construtivo em si que está a origem das emissões mais representativas do setor de edificações, mas é na produção dos insumos que encontramos os responsáveis pelo “carbono embutido’ nas construções.


Então temos de olhar e atuar nos setores que fornecem insumos para as construções e são setores de difícil descarbonização”, pontuou Carla da Costa Lopes Achão, superintendente de Estudos Econômicos e Energéticos da Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE) do Ministério das Minas e Energia (MME). De acordo com Carla, o setor da construção civil representa cerca de 1/3 das emissões globais de CO2. 


Para ela, a descarbonização de importantes segmentos do setor, como produção de cimento, siderurgia, química entre outros passa pela substituição do uso de combustíveis fósseis por gás natural, biometano ou energia elétrica, além do uso de geração distribuída e da implantação de processos de captura, armazenamento e uso do carbono.


“Isso passa por uma discussão ampla da qual devem participar órgãos governamentais e a iniciativa privada, na definição de métricas baseadas em dados científicos confiáveis, na busca de alternativas para esses setores e também por linhas de financiamento e apoio à inovação”, complementou a superintendente de Estudos Econômicos e Energéticos da EPE.


De acordo com Carla, na COP30 o Brasil, uma vez mais, se destacou por ser um dos líderes mundiais na transição energética, que para nós começou há mais de sessenta anos com a priorização da construção de hidroelétricas, uso de carvão vegetal e o programa do álcool combustível.


“Como nossa matriz energética, comparada com imensa maioria dos países é limpa, há questionamentos sobre a necessidade de avançarmos mais com a descarbonização e uso de energias renováveis. Precisamos avançar porque a crise climática já é uma realidade e não podemos abrir mão da responsabilidade de fazer tudo o que estiver ao nosso alcance”, disse. 


Fornecedores e conformidade


Para Orestes Marracini Gonçalves, presidente do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), que também participou do painel, a descarbornização das edificações passa pela definição de conformidades nos processos produtivos dos insumos, que viabiliza a isonomia entre fornecedores.


“Por vezes temos insumos que, na sua produção, atendem critérios de baixa emissão de carbono, mas apresentam durabilidade bem menor. Isso causa problemas de isonomia entre fornecedores. É preciso avançarmos na definição de certos critérios e conformidades desses materiais para evitarmos esse tipo de problema, principalmente na escolha dos fornecedores para o setor público”, disse.


De acordo com Gonçalves, a disponibilização de dados e critérios que possibilitem a parametrização e definição de conformidades de insumos para as edificações tem sido uma das áreas de maior atuação do CBCS.


“A entidade foi fundada em 2007 por um grupo de especialistas de diversas universidades, que atuam em sistemas interdisciplinares da construção desde os anos 1980. O Conselho agrega representantes com notório saber de setores como indústria, produção, governo e academia”, destacou. 


O presidente da CBCS disse ainda que um dos grandes desafios é fazer com que as informações sobre as alternativas para descarbonização, e para reduzir o consumo energético durante a vida útil das edificações, cheguem a todos os envolvidos no processo de construção e gestão desses equipamentos. “Temos muitas tecnologias, mas a dificuldade é mudar a cultura. Precisamos avançar num roadmap para o setor, com informações acessíveis sobre descarbonização e eficiência energética, para orientar desde quem decide pela construção, até para quem vai gerir o prédio no dia a dia”, disse Gonçalves.


Sidac e 6 passos

O presidente da CBCS informou também sobre a disponibilidade de sistemas de informações facilitam a atuação do setor no processo de descarbonização das construções. 


Entre elas, ele destacou o CBCS 6 passos, sistema que facilita a escolha de fornecedores, considerando o enfoque na responsabilidade social e ambiental, a partir de critérios como licença ambiental e conformidades fiscal, técnica e trabalhista nas construções (cbcs6passos.org.br).


Outro serviço destacado foi o Sistema de Informação do Desempenho Ambiental da Construção (Sidac), que permite calcular indicadores de desempenho ambiental de produtos de construção, com base em dados brasileiros e nos conceitos da Avaliação do Ciclo de Vida (ACV). O Sidac (sidac.org.br) foi desenvolvido tecnicamente pelo CBCS a partir de um convênio como Ministério das Minas e Energia.


O Sidac auxilia profissionais na declaração de desempenho ambiental de produtos, na seleção de fornecedores com base em indicadores ambientais, no apoio a decisões de projeto e na elaboração de estratégias para redução do carbono incorporado em edificações entre outros pontos. “Trata-se de um trabalho muito importante, constituído sobre bases científicas densas e consistentes. É um material de apoio muito relevante para avançarmos nas construções de baixo carbono”, afirmou Gonçalves.


O deputado Edson Giriboni, da Coordenação da Frente Parlamentar em Prol da Transição Energética, pontuou a liderança do estado de São Paulo tanto na geração distribuída de energia solar como no uso de biomassa. Essas experiências, acredita ele, são uma referência nacional em Transição Energética.


O papel das edificações

Juliana Ulian, CEO da GHM Solutions e organizadora do CEFX, enfatizou que 40% das emissões são da construção civil. Segundo ela, este é um ponto importante, chegando mesmo a ser um desafio. A executiva, também responsável pelo estudo Green & Smart Buildings no Brasil: contribuições da automação predial e iluminação inteligente, lançado durante o CEFX, afirma que “A construção do futuro deixa de ser apenas um consumidor, com produção própria de energia, armazenamento e a agregação de tecnologias integradas para uma melhor eficiência energética e de operação baseada em dados. Ele passa a ser agente da transição e da matriz energética”, argumentou.


O CEFX reuniu em seus diversos painéis diversas autoridades. Myrthes Marcele F. Santos, do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), por sua vez, defendeu do painel “Políticas Públicas Para Edificações Sustentáveis e Smart Building” que também as construtoras têm de ser ouvidas nos processos decisórios sobre temas relativos à descarbonização das edificações. Nesse debate participaram, ainda, Alexandra Maciel, coordenadora de Eficiência Energética de Edificações do Ministério de Minas e Energia; Jair Camponeze, diretor do Instituto de Pesos e Medidas (IPEM) do Estado de São Paulo; e Mohana Barros, da Associação Brasileira dos Arquitetos de Iluminação (AsBai).


Sobre a GHM Solutions: A GHM Solutions é uma empresa de Pesquisa e MarComm para o Setor de Energia. Também realiza o CPIIC – Congresso Paulista de Iluminação e Cidades do Futuro voltado ao tema iluminação pública como ativo estratégico e porta para cidades inteligentes.


Sobre o IEE-USP: O Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE-USP) é uma unidade de pesquisa e ensino dedicada ao estudo e desenvolvimento de soluções para questões relacionadas à energia e ao meio ambiente, com foco na sustentabilidade.


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