Paraguai endurece combate ao crime organizado e declara CV e PCC como organizações terroristas
- EnergyChannel Brasil
- há 35 minutos
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Medida reflete o avanço das facções brasileiras além das fronteiras e coloca o país em sintonia com a política internacional de enfrentamento ao terrorismo e ao crime transnacional.

Assunção — Em uma decisão que marca um novo capítulo na segurança regional da América do Sul, o governo do Paraguai classificou oficialmente o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC) como organizações terroristas internacionais. O decreto foi publicado nesta sexta-feira (31) pelo presidente Santiago Peña, após meses de monitoramento por órgãos de inteligência e segurança nacional.
A medida ocorre em meio à crescente preocupação das autoridades paraguaias com o avanço das facções criminosas brasileiras em território paraguaio, especialmente nas regiões de fronteira com o Brasil, como Pedro Juan Caballero e Ciudad del Este — áreas conhecidas por intensa movimentação de contrabando, tráfico de drogas e armas.
“As estruturas do CV e do PCC apresentam características típicas de organizações terroristas internacionais, com redes financeiras e operacionais transnacionais”, destaca o decreto assinado por Peña.
Análise de risco e presença no país
De acordo com o Conselho de Defesa Nacional do Paraguai órgão que reúne os ministérios do Interior, Defesa e Relações Exteriores, as facções atuam com modus operandi semelhante ao de grupos terroristas, incluindo o uso de violência extrema, financiamento por meio de atividades ilícitas e controle territorial.
As investigações apontam que integrantes das duas organizações estão operando no Paraguai há anos, utilizando o país como rota estratégica para o tráfico e a lavagem de dinheiro.
A decisão segue o modelo adotado por outras nações que vêm ampliando o conceito de terrorismo para incluir organizações criminosas transnacionais que ameaçam a estabilidade social e econômica.
Escalada regional e cooperação internacional
O decreto surge após uma megaoperação policial no Rio de Janeiro, que resultou na morte de mais de 120 suspeitos ligados ao Comando Vermelho. O impacto dessas ações reforçou a urgência de uma postura mais dura frente ao crime organizado que opera sem fronteiras.
Nos últimos meses, o Paraguai também incluiu em sua lista de organizações terroristas o Cartel de los Soles grupo vinculado ao regime venezuelano e as estruturas da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã, além das milícias do Hezbollah, Hamas, Al Qaeda e Estado Islâmico.
Com isso, o país se posiciona como aliado estratégico dos Estados Unidos e de outras potências ocidentais na luta contra o terrorismo e o narcotráfico.
Impactos e desafios
Especialistas em segurança consultados pelo EnergyChannel afirmam que a medida representa um avanço institucional importante, mas alertam que o desafio será transformar a classificação em ações concretas de cooperação, inteligência e controle de fronteiras.
“A declaração tem peso político e simbólico, mas o combate efetivo depende de integração regional e investimentos em tecnologia de monitoramento”, avalia um pesquisador do Centro de Estudos de Segurança do Cone Sul.
A decisão do governo paraguaio pode abrir caminho para novos acordos bilaterais com o Brasil e ampliar o intercâmbio de informações sobre finanças ilícitas, movimentações de líderes criminosos e operações de tráfico.
Conclusão
A designação do Comando Vermelho e do PCC como organizações terroristas internacionais reforça a percepção de que o crime organizado na América do Sul ultrapassou há muito as fronteiras nacionais. O Paraguai dá um passo firme para alinhar sua política de segurança aos padrões internacionais e sinaliza que o enfrentamento ao narcotráfico e à corrupção financeira tornou-se uma questão de Estado.
Paraguai endurece combate ao crime organizado e declara CV e PCC como organizações terroristas


























