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Precisamos despertar deste delírio coletivo

Por Renato Zimmermann


Estamos vivendo um período de delírio coletivo.


Precisamos despertar deste delírio coletivo

A realidade, antes compartilhada, parece ter se dissolvido em milhares de fragmentos digitais, cada um moldado por algoritmos que entregam conteúdos sob medida.


É como se estivéssemos diante de uma nova Torre de Babel: não nos entendemos mais, não porque falamos línguas diferentes, mas porque habitamos universos paralelos de informação.


A desinformação não é apenas ruído. É um processo sistemático de manipulação, que cria narrativas falsas ou distorcidas com objetivos políticos, econômicos ou ideológicos.


As fake news são sua face mais visível: notícias fabricadas que circulam como se fossem verdadeiras. Mas a desinformação é mais profunda, estrutural, capaz de corroer democracias e afetar diretamente a saúde mental.


Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 1 bilhão de pessoas vivem com transtornos mentais no mundo, incluindo 14% dos adolescentes.


A exposição contínua a informações falsas intensifica quadros de ansiedade e depressão, perpetua estigmas e dificulta o acesso a tratamentos.

Esse fenômeno é global.


O Fórum Econômico Mundial apontou a desinformação como uma das maiores ameaças globais para 2025, colocando-a no topo dos riscos de curto prazo, à frente de conflitos armados.


A OCDE revelou que o Brasil é o país que mais cai em fake news no mundo, com 57% da população incapaz de identificar conteúdos satíricos ou sensacionalistas como falsos.


Mas não estamos sozinhos: eleições nos Estados Unidos, na Europa e na América Latina têm sido marcadas por campanhas de desinformação que fragilizam instituições democráticas.


Retornei recentemente de Belém do Pará, onde participei da COP30. A cidade estava preparada, vibrante, e o povo, hospitaleiro.


Em cada esquina, um sorriso, um agradecimento por estar ali. Mas, ao regressar, fui surpreendido por perguntas carregadas de preconceito: “Sobreviveu à COP?”, “Não inalou fumaça?”, “Aguentou o fedor da cidade?”. Essas frases revelam como narrativas distorcidas conseguem se instalar no imaginário coletivo.


É frustrante perceber que, mesmo diante de uma experiência tão rica, a percepção de muitos foi moldada por informações enviesadas. Eis o poder da desinformação: ela cria imagens falsas que obscurecem a realidade.


A COP30, apesar de seus problemas, foi um marco. Nunca mais uma conferência será a mesma depois de passar pelo Brasil. Havia uma harmonia palpável entre povos, culturas e idiomas.


Bastava um olhar, um cumprimento, um sorriso para sentir que estávamos unidos por uma causa maior. Essa é a essência do encontro: trazer vozes diversas, da sociedade civil à iniciativa privada, para discutir o futuro do planeta. No entanto, os jogos de interesse tentam capturar o evento em narrativas que servem a agendas particulares.


A pauta ambiental é um exemplo claro dessa disputa. Explosões solares podem afetar sistemas de comunicação e energia na Terra, mas são fenômenos cósmicos naturais.


Diferente disso, a degradação ambiental causada por humanos é uma escolha ética. Não temos mais o direito de nos colocar como protagonistas absolutos.


O planeta é anterior a nós, composto por uma biodiversidade que sustenta a vida em múltiplas formas. A histeria coletiva que vivemos, alimentada pela desinformação e pela ilusão de centralidade humana, nos impede de enxergar que somos apenas parte de um ecossistema maior.


Estamos diante de um problema social sem precedentes. A desinformação não é apenas ruído; é uma força corrosiva que afeta saúde mental, democracia e convivência.


Este texto não pretende trazer verdades absolutas, mas provocar reflexão. O autor não é dono da verdade, mas também não pode se calar diante de tanta futilidade e informações desencontradas. Precisamos reverter esse quadro.


O despertar de consciência é urgente: reconhecer que vivemos em bolhas, que nossas percepções são manipuladas, e que só a busca coletiva por diálogo e ética pode nos tirar desse período de delírio coletivo.

 
 
 

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há 7 horas

Essencial para grandes reflexões mesmo! No que tange energia, sustentabilidade, meio ambiente, ética, vida - um dos principais temas alvo do "encontro", é difícil tolerar mentiras, como foram ditas, FILMADAS e compartilhadas, como por exemplo que estão incentivando energias renováveis e findando fósseis - junto no MESMO INSTANTE em que projetos fotovoltaicos são REPROVADOS e deputados bandidos liberando termelétricas e boicotando (por interesses próprios) a eólica e fotovoltaica. Ou, será que é apenas a minha conta, dos meus vizinhos e pessoas conhecidas em vários lugares do Brasil que estão com bandeira vermelha patamar 2?

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