AIE revisa previsões e volta a projetar alta na demanda global por petróleo até 2050
- EnergyChannel Brasil

- há 1 dia
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Em nova guinada de perspectiva, Agência Internacional de Energia admite que o consumo global de petróleo pode continuar crescendo nas próximas décadas, impulsionado pelo ritmo mais lento da transição energética.

A Agência Internacional de Energia (AIE) revisou novamente suas projeções sobre o futuro do petróleo e passou a admitir que o consumo global pode continuar em alta até meados do século XXI uma mudança significativa em relação às previsões anteriores que apontavam para uma estabilização ou queda ainda nesta década.
O novo relatório, divulgado nesta quarta-feira, reintroduz o Cenário de Políticas Atuais (CPS, na sigla em inglês), ausente desde 2018, no qual o consumo mundial de petróleo aumenta cerca de 13% até 2050. A estimativa reflete um avanço mais lento na eletrificação da frota veicular e uma transição energética menos acelerada do que o previsto há poucos anos.
A revisão da AIE marca uma mudança de tom importante dentro do principal órgão de referência global em energia, criado em 1974 após a crise do petróleo. Nos últimos anos, a agência vinha sendo crítica em relação a novos investimentos em combustíveis fósseis, mas agora reconhece que a demanda por petróleo pode permanecer robusta por mais tempo, mesmo diante do avanço das renováveis.
“O mundo ainda depende fortemente do petróleo, e a transição para uma economia de baixo carbono está acontecendo em ritmos diferentes entre as regiões”, afirma um trecho do relatório.
A publicação chega em meio aos preparativos para a COP30, que acontece no Brasil, e reacende o debate sobre o equilíbrio entre segurança energética e metas climáticas. Para governos e empresas, o relatório serve de alerta sobre o descompasso entre o discurso político e a realidade de consumo global.
Além do CPS, a AIE manteve o Cenário de Políticas Declaradas (STEPS), que prevê o pico da demanda por petróleo em torno de 2030, seguido de uma lenta estabilização. Nenhum dos cenários, no entanto, foi apontado como o mais provável.
O movimento da AIE acompanha uma tendência observada em grandes companhias do setor. A BP, por exemplo, revisou recentemente suas próprias projeções e já admite que o consumo global de petróleo pode não atingir o pico neste ano, como antes esperado.
A atualização também ocorre em um contexto político delicado: nos Estados Unidos, a administração atual tenta equilibrar o apoio a combustíveis fósseis com a expansão das renováveis, enquanto enfrenta resistência no Congresso. Parlamentares republicanos têm, inclusive, tentado cortar parte do financiamento destinado à AIE.
Com o novo relatório, a Agência Internacional de Energia sinaliza que a era do petróleo ainda está longe do fim e que os próximos anos exigirão planejamento realista e políticas energéticas equilibradas para lidar com uma transição que avança, mas não à velocidade esperada.
AIE revisa previsões e volta a projetar alta na demanda global por petróleo até 2050


























que ruim teríamos que abandonar o petróleo o quanto antes.