Alta do IOF: Nova medida do governo acende alerta no setor energético e freia competitividade do Brasil
- EnergyChannel Brasil
- 30 de mai.
- 2 min de leitura
Aumento do imposto sobre operações financeiras dificulta acesso a crédito, desestimula investimentos e ameaça avanços na transição energética
Em meio ao esforço para ajustar as contas públicas, o governo federal anunciou o aumento da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), com expectativa de arrecadar R$ 20 bilhões adicionais até o fim de 2025. A medida, no entanto, acendeu um sinal de alerta entre especialistas e investidores, sobretudo nos setores de tecnologia, infraestrutura e energia, que dependem fortemente de crédito, importações e capital estrangeiro.

A decisão, que acompanha o bloqueio de R$ 31,3 bilhões no Orçamento, tem como justificativa o cumprimento da meta fiscal. Mas, na prática, representa um recuo no ambiente de negócios — justamente num momento em que o país deveria estar incentivando inovação, atração de investimentos e competitividade global.
IOF mais alto, acesso mais difícil
O impacto do novo IOF será sentido diretamente em diversas frentes: operações de crédito, seguros, investimentos e compra de moeda estrangeira. A alíquota para aquisição de dólares em viagens internacionais, por exemplo, saltou de 1,1% para 3,5%, afetando empresas que participam de feiras, missões comerciais e capacitações no exterior.
Mas o maior entrave está no acesso ao financiamento. Com o novo patamar de IOF, o custo efetivo dos empréstimos sobe, dificultando a ampliação de projetos de infraestrutura e a modernização de plantas industriais — especialmente no setor de energia solar, eólica e armazenamento, que exige alto investimento inicial.
“Essa medida aumenta o custo Brasil em um momento crítico da transição energética. O setor precisa de previsibilidade e de um ambiente econômico saudável para crescer. O aumento do IOF vai na contramão disso”, afirma um executivo do setor ouvido pelo EnergyChannel.
Investimentos ameaçados, inovação em risco
O Brasil vive um momento estratégico para a consolidação de sua matriz energética limpa. O país tem avançado em projetos de geração distribuída, hidrogênio verde, e expansão de redes inteligentes. Porém, para manter esse ritmo, é fundamental atrair capital estrangeiro e garantir estabilidade regulatória e fiscal.
Com o IOF mais elevado, o país envia um sinal negativo ao investidor internacional, além de tornar menos atrativos os financiamentos externos — que hoje representam uma fonte vital para startups, empresas de energia limpa e grandes empreendimentos de infraestrutura.
Caminho oposto ao da inovação
Em vez de estimular a modernização e o avanço tecnológico, o aumento do IOF e o bloqueio orçamentário sugerem um movimento de contração. Essa escolha pode custar caro ao país, retardando projetos estratégicos, comprometendo empregos qualificados e dificultando a inserção do Brasil em cadeias globais de valor.
Na visão do EnergyChannel, o Brasil precisa urgentemente de uma política fiscal que equilibre responsabilidade com estímulo à inovação e competitividade. Medidas como o aumento do IOF podem gerar receita no curto prazo, mas cobram um alto preço em desenvolvimento e sustentabilidade a longo prazo.
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