Senado dos EUA prepara votação de projeto que ameaça setor solar e eleva risco de apagões no país
- EnergyChannel Brasil

- 1 de jul.
- 3 min de leitura
Por EnergyChannel – Washington, EUA
O futuro da energia solar nos Estados Unidos está em jogo. O Senado norte-americano se prepara para votar, ainda esta semana, um novo texto do projeto de lei de reconciliação que, segundo especialistas e líderes do setor, poderá desferir um duro golpe na indústria de energia limpa do país.

As mudanças apresentadas na última sexta-feira (27) foram recebidas com preocupação pela Associação das Indústrias de Energia Solar (SEIA), que acusa o Congresso de comprometer diretamente a transição energética nacional, encarecer a conta de luz dos consumidores e colocar em risco milhares de empregos na cadeia produtiva da energia solar.
“Essa proposta é um retrocesso. Ela prejudica justamente as empresas e os trabalhadores que vêm impulsionando a economia americana com energia limpa e acessível”, afirma Abigail Ross Hopper, CEO da SEIA. “Se aprovada, a conta será paga pelas famílias, com tarifas mais altas e risco real de apagões.”
Ataque aos incentivos e nova carga tributária
Entre os pontos mais criticados do projeto está a alteração nos créditos fiscais federais que hoje impulsionam o crescimento da energia solar em larga escala. A redação atual determina que apenas projetos que entrarem em operação até o fim de 2027 serão elegíveis para os créditos do ITC (Investment Tax Credit) e do PTC (Production Tax Credit). Anteriormente, bastava iniciar as obras até o fim de 2025.
Para os sistemas residenciais — aqueles instalados por proprietários de imóveis —, o crédito fiscal permanece com validade apenas até o final de 2025. A boa notícia para o setor é que empresas que atuam com leasing residencial voltaram a ser elegíveis para os benefícios fiscais, após uma exclusão inicial.
Contudo, a proposta impõe uma barreira inédita ao impor uma nova tributação de 50% sobre projetos que utilizem componentes com qualquer vínculo com países considerados “entidades estrangeiras de interesse” — com foco evidente na China, maior fornecedor global de equipamentos fotovoltaicos. A medida, que entraria em vigor após o fim dos atuais créditos fiscais, representa uma ameaça à viabilidade econômica de novos projetos solares de grande porte.
Armazenamento e manufatura resistem
Entre as poucas exceções positivas está a manutenção do crédito para sistemas de armazenamento de energia (baterias), que continuará vigente até 2033. Também permanecem os incentivos à fabricação nacional de componentes solares, como módulos e células, com possibilidade de empilhamento dos créditos — o que representa um alívio para a indústria manufatureira local.
Impactos já preocupam setor
A votação iminente mobiliza o setor e levanta alertas entre analistas sobre os potenciais efeitos da medida na estabilidade do sistema elétrico americano. Ao restringir os incentivos para novos projetos solares e dificultar o acesso a insumos, o projeto pode reduzir a capacidade instalada de energia renovável nos próximos anos — em um momento em que a demanda energética cresce e os Estados Unidos buscam reduzir sua dependência de combustíveis fósseis.
“É uma decisão com consequências profundas e duradouras. A segurança energética, os preços para os consumidores e a competitividade industrial do país estão em jogo”, reforça a presidente da SEIA.
Enquanto isso, o setor solar norte-americano, que já representa uma das principais frentes de geração de empregos e inovação tecnológica nos EUA, aguarda com tensão o desfecho das votações no Senado.
Para acompanhar os próximos desdobramentos sobre este e outros temas estratégicos da transição energética global, siga a cobertura completa do EnergyChannel.
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É meus amigos nós temos que ficar de olho no cenário internacional o cerco se fechando para energia limpa....