Tensão no Oriente Médio ameaça pressionar preços dos combustíveis no Brasil
- EnergyChannel Brasil

- 23 de jun.
- 2 min de leitura
O agravamento do conflito envolvendo Irã e Estados Unidos no Oriente Médio reacende o alerta no mercado global de energia e já levanta preocupações sobre os reflexos no bolso do consumidor brasileiro, especialmente nas regiões Norte e Nordeste.

Com a possibilidade real de fechamento do Estreito de Ormuz — rota estratégica por onde escoa cerca de 20% de todo o petróleo comercializado no mundo — analistas de mercado estimam que os efeitos poderão ser sentidos rapidamente no preço dos combustíveis importados pelo Brasil. A escalada da crise, marcada por ataques a instalações nucleares no Irã e respostas ameaçadoras por parte do governo iraniano, alimenta a expectativa de um cenário de instabilidade prolongada.
No radar das distribuidoras e importadoras está a alta prevista do barril do petróleo, que já se aproxima dos US$ 80, mas pode ultrapassar a marca de US$ 100 dependendo da evolução do conflito e da resposta dos mercados financeiros nesta semana. Esse cenário não só eleva o custo do petróleo bruto, mas também afeta diretamente os produtos derivados, como diesel e gasolina.
Atualmente, cerca de 25% do diesel consumido no país e 10% da gasolina têm origem em importações. A defasagem nos preços internos já é perceptível: cálculos do setor indicam que o diesel vendido pela Petrobras apresentava uma diferença de R$ 0,50 em relação ao preço internacional na última atualização, enquanto a gasolina acumulava um descompasso de R$ 0,20 por litro.
Embora refinarias privadas ajustem suas tabelas de preços de forma semanal — acompanhando as oscilações globais — a Petrobras, principal fornecedora nacional, segue política própria de correção de valores, o que pode atenuar ou retardar os repasses ao consumidor final, dependendo da estratégia adotada.
Especialistas alertam que as regiões Norte e Nordeste são mais sensíveis a esse cenário devido à maior dependência de combustíveis importados nesses mercados. Se o conflito escalar e comprometer por tempo prolongado o fluxo de petróleo via Ormuz, o impacto pode ser significativo para o custo do transporte, da logística e, consequentemente, para o preço final dos produtos na ponta do consumo.
O desenrolar da crise no Oriente Médio, portanto, se torna peça-chave para o comportamento do setor de energia nas próximas semanas, influenciando não apenas os preços no Brasil, mas também as decisões de abastecimento e importação por parte das distribuidoras.

Tensão no Oriente Médio ameaça pressionar preços dos combustíveis no Brasil











Comentários