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  • ANEEL propõe novo leilão de transmissão com R$ 5,8 bilhões em investimentos e 7 mil km de linhas

    Documento foi encaminhado ao Tribunal de Contas da União e marca a abertura de mais uma rodada estratégica para expansão da rede elétrica brasileira. ANEEL propõe novo leilão de transmissão com R$ 5,8 bilhões em investimentos e 7 mil km de linhas A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) encaminhou ao Tribunal de Contas da União (TCU) o edital preliminar do próximo leilão de concessões de linhas de transmissão, estimado em R$ 5,8 bilhões em investimentos. O certame, que deverá ocorrer ainda no primeiro semestre de 2025, será um dos maiores do setor nos últimos anos, reforçando a infraestrutura elétrica e a integração entre regiões de geração e consumo no país. De acordo com informações obtidas pelo EnergyChannel , o leilão prevê cerca de 7 mil quilômetros de novas linhas de transmissão e 11 subestações  distribuídas em diferentes estados brasileiros. O objetivo é aumentar a capacidade do sistema nacional e permitir o escoamento de energia proveniente de novas fontes renováveis, principalmente solar e eólica. O documento encaminhado ao TCU contém as minutas do edital e dos contratos de concessão, que agora passam por análise técnica e jurídica. Após a aprovação, a ANEEL deverá publicar o edital definitivo e abrir o período para habilitação das empresas interessadas. A expectativa é de forte concorrência, com participação de investidores nacionais e estrangeiros. Segundo especialistas do setor, o novo pacote de obras tem papel fundamental na modernização do sistema elétrico e na segurança energética do país. “Os leilões de transmissão vêm sendo essenciais para garantir o equilíbrio entre a expansão das renováveis e a capacidade da rede”, avalia um analista ouvido pelo EnergyChannel . Nos últimos anos, a ANEEL e o Ministério de Minas e Energia (MME) têm priorizado a realização de leilões em blocos regionais, o que permite maior eficiência na execução das obras e maior previsibilidade regulatória. O modelo adotado tem atraído novos grupos internacionais interessados no mercado brasileiro, considerado um dos mais dinâmicos do mundo no segmento de infraestrutura elétrica. Além do impacto econômico direto, os investimentos previstos devem gerar milhares de empregos  durante a fase de construção e operação, movimentando a cadeia produtiva de cabos, torres e equipamentos elétricos. Com esse novo leilão, o governo busca avançar na transição energética e na confiabilidade da rede , ampliando o acesso à energia limpa e integrando sistemas regionais ainda isolados. ANEEL propõe novo leilão de transmissão com R$ 5,8 bilhões em investimentos e 7 mil km de linhas

  • Mais de 45 mil toneladas de baterias foram movimentadas por empresas irregulares em 2024

    Setor defende fiscalização integrada e maior adesão à logística reversa para conter ilegalidades. Mais de 45 mil toneladas de baterias foram movimentadas por empresas irregulares em 2024 Mesmo com avanços na logística reversa, a presença de empresas irregulares na cadeia de baterias chumbo-ácido segue alarmante. O aviso é da Associação Brasileira de Baterias Automotivas e Industriais (ABRABAT), que reúne os principais fabricantes de baterias do Brasil,  e aponta graves riscos ao meio ambiente, à saúde pública e ao consumidor. Levantamento do Instituto Brasileiro de Energia Reciclável (IBER) mostra que, em 2024, mais de 45 mil toneladas de baterias foram movimentadas por companhias sem autorização legal. Desse total, 83% estavam concentradas no Paraná e em São Paulo, onde foram identificados CNPJs de 79 fabricantes atuando na ilegalidade. “O alto volume de movimentação irregular evidencia a urgência de fortalecer fiscalização, controle e responsabilização em toda a cadeia produtiva, garantindo o cumprimento das normas federais, estaduais e setoriais”, afirma Alex Pacheco, presidente da ABRABAT. Logística reversa e participação dos estados O IBER, entidade gestora independente e sem fins econômicos responsável pela implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) no setor, já firmou Termos de Compromisso (TCs) com 12 estados, cobrindo 44% do território nacional. Porém, a efetividade ainda é limitada, sobretudo nos dois estados que lideram os casos de informalidade. As denúncias recebidas pelos canais do Instituto resultaram na interdição de quatro empresas e na abertura de investigações contra outras 18. Em paralelo, o sistema do IBER mapeou mais de 121 mil pontos de coleta em 2024, mas apenas 486 estão formalmente integrados à logística reversa número que representa apenas 0,4% do total. De acordo com a Lei nº 12.305/2010 e o Decreto nº 11.413/2023, toda a cadeia produtiva é responsável pela destinação correta das baterias inservíveis. As informações sobre produção, comercialização, coleta e reciclagem devem ser reportadas ao Ministério do Meio Ambiente, assegurando transparência e prevenção de riscos ambientais. \Resultados e desafios Somente em 2024, os fabricantes associados ao IBER foram responsáveis por 88% da coleta de baterias no mercado nacional, movimentando de forma regular 190 mil toneladas. O desempenho superou as metas estabelecidas no acordo setorial, com 103% do recolhimento previsto e 101% da destinação adequada. “O IBER é hoje a única entidade gestora com expertise consolidada e uma plataforma inteligente para toda a cadeia de reciclagem de baterias chumbo-ácido, promovendo a evolução da logística reversa com foco em proteção ambiental e conformidade legal”, destaca Amanda Queiroz, presidente da entidade. Ela lembra, no entanto, que os comerciantes varejistas associados representam apenas 0,07% do mercado, o que revela baixo nível de conhecimento sobre logística reversa e a necessidade de ampliar a conscientização nesse segmento. Para Alex Pacheco, da ABRABAT (entidade que representa os principais fabricantes do Brasil),, os números demonstram a solidez do sistema coordenado pelo IBER e o comprometimento de seus membros. “O instituto tem papel central na consolidação da economia circular do setor, assegurando que as baterias descartadas retornem à cadeia produtiva com eficiência, segurança e rastreabilidade”, afirma. Canais para denúncias No IBER, é possível denunciar casos de movimentação e destinação irregular de baterias chumbo-ácido; transporte de resíduos perigosos sem licença; armazenamento inadequado de baterias de chumbo-ácido inservíveis; atuação de empresas sem licenciamento ambiental; falta de comprovação legal dos sistemas de logística reversa e outros atos que coloquem em risco o meio ambiente ou a integridade do sistema.   Ainda é possível fazer denúncias por meio da Associação Brasileira pela Qualidade de Baterias (Qualibat), entidade técnica e independente responsável por fiscalizar e certificar a qualidade das baterias comercializadas no Brasil. A Qualibat orienta os consumidores a comparar valores em diferentes estabelecimentos e desconfiar de ofertas muito abaixo dos preços normalmente encontrados.  As denúncias podem ser encaminhadas para os canais oficiais: Canal do IBER ( www.iberbrasil.org.br/canal-de-denuncias ) ou na Associação Brasileira pela Qualidade de Baterias (Qualibat) pelo e-mail  denuncias@qualibat.org.br . Mais de 45 mil toneladas de baterias foram movimentadas por empresas irregulares em 2024

  • Schneider Electric e Steck são reconhecidas no Prêmio Anamaco 2025

    Empresas se destacam entre as líderes do setor elétrico, reforçando compromisso com qualidade, inovação e relacionamento com o varejo da construção Schneider Electric e Steck são reconhecidas no Prêmio Anamaco 2025 A Schneider Electric, líder global em transformação digital na gestão de energia e automação, e a Steck, referência no setor elétrico há cinco décadas, foram reconhecidas no Prêmio Anamaco 2025, considerado uma das principais premiações da indústria de materiais de construção no Brasil, concedida pela Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco). A pesquisa nacional, conduzida pelo Instituto de Pesquisas Anamaco, ouviu milhares de lojistas de todo o país e premiou as empresas que se destacam pela qualidade, inovação e excelência no atendimento. A Schneider Electric recebeu menções honrosas nas categorias Pulverização, com disjuntores residenciais, e Grandes Clientes, com interruptores, plugues e tomadas. Já a Steck conquistou o segundo lugar na categoria Grandes Clientes, com disjuntores residenciais e o terceiro lugar na categoria Pulverização, com disjuntores residenciais, além de uma menção honrosa na mesma categoria e produto. “Esses reconhecimentos no Prêmio Anamaco reforçam o compromisso da Steck de oferecer soluções seguras e eficientes para o mercado elétrico”, afirma Rogério Martello, CEO da Steck para América Latina. “É um orgulho sermos reconhecidos por nossos parceiros e seguimos focados em inovação, qualidade e fortalecimento do relacionamento com os lojistas”. Desde 1991, a Pesquisa Anamaco é referência no setor da construção civil, fornecendo dados atualizados sobre marcas, categorias, participação de mercado, comportamento dos lojistas e tendências de consumo. Os resultados são ferramentas estratégicas para os fabricantes na definição de ações de marketing, vendas, logística e inteligência competitiva. Sobre a Steck Com 50 anos de história, a Steck é líder no fornecimento de soluções elétricas e tecnológicas e possui mais de 50 linhas de produtos. Investindo em inovação, tem diversificado seu portfólio apostando em conectividade, tecnologia e sustentabilidade, sempre oferecendo produtos de qualidade, acessíveis e sem complicação para os diversos usuários. A empresa está presente em 18 países da América Latina, com uma fábrica e um centro de distribuição em São Paulo, uma fábrica em Manaus, uma unidade na Argentina e uma na Colômbia. Saiba mais em nosso  site . Sobre a Schneider Electric A Schneider Electric é líder global em tecnologia de energia, promovendo  eficiência e sustentabilidade ao  eletrificar, automatizar e digitalizar  indústrias, empresas e residências. Suas tecnologias permitem que  edifícios, data centers, fábricas, infraestruturas  e  redes  funcionem como ecossistemas abertos e interconectados, aumentando desempenho, resiliência e sustentabilidade. O portfólio inclui dispositivos inteligentes, arquiteturas definidas por software, sistemas com inteligência artificial, serviços digitais e consultoria especializada. Com 160 mil funcionários e 1 milhão de parceiros em mais de 100 países, a Schneider Electric é constantemente reconhecida como  uma das empresas mais sustentáveis do mundo . Schneider Electric e Steck são reconhecidas no Prêmio Anamaco 2025

  • Gestão de ativos solares ganha novo patamar com integração entre capacitação e tecnologia no 6º Asset Management em Florianópolis

    Evento antecede o 360 Solar e reforça a importância da eficiência operacional, da qualificação técnica e da conexão entre prestadores de serviço e donos de usinas no setor fotovoltaico. Gestão de ativos solares ganha novo patamar com integração entre capacitação e tecnologia no 6º Asset Management em Florianópolis Florianópolis recebeu, nesta quarta-feira (11), a sexta edição do Asset Management , evento dedicado à gestão de ativos de usinas fotovoltaicas , que reuniu executivos, operadores e especialistas para discutir os desafios e avanços na operação e manutenção (O&M) de plantas solares. Realizado um dia antes do 360 Solar , o encontro destacou dois eixos fundamentais para o futuro do setor: gestão inteligente de ativos e armazenamento de energia . Segundo Siqueira de Moraes Neto , CEO do Solan Group , o evento simboliza um momento de transição e amadurecimento do mercado solar brasileiro. “Estamos em uma fase de transformação. Agora, como Solan Group, unimos a experiência da PV Operation e a expertise em capacitação para fortalecer a eficiência e o retorno sobre o capital investido nas usinas solares”, destacou Moraes Neto. O executivo ressaltou que o principal objetivo do encontro é mudar a percepção sobre a gestão de ativos , demonstrando que a operação e manutenção não devem ser vistas como custo, mas como investimento especialmente em um cenário em que muitos proprietários de usinas ainda não compreendem plenamente a performance de seus sistemas. “Mais de 30% dos donos de ativos ainda não sabem mensurar a performance de suas usinas. Isso mostra o quanto precisamos evoluir em métricas, monitoramento e capacitação técnica”, completou. Plataforma Assets: conectando o setor Um dos destaques do evento foi a apresentação da plataforma Assets , desenvolvida pelo grupo para conectar donos de ativos a prestadores de serviços especializados  em limpeza, manutenção elétrica, controle de vegetação, segurança patrimonial e outras áreas críticas da operação solar. O sistema utiliza georreferenciamento e níveis de SLA (Service Level Agreement)  para otimizar a busca por profissionais qualificados, permitindo contratações mais ágeis, eficientes e regionais. “A plataforma permite que o dono de ativo encontre, em segundos, prestadores capacitados dentro de um raio definido, com base no nível de serviço exigido”, explicou Moraes Neto. Além disso, a Assets implementa um sistema de certificação e reputação técnica , valorizando empresas e profissionais que investem em formação. Cursos e imersões promovidos pelo grupo, como o treinamento prático no laboratório fotovoltaico da UFSC , garantem que as equipes de O&M alcancem padrões mais altos de qualidade e segurança. “O prestador que passa por nossas imersões e é certificado já está em outro patamar de conhecimento. A ideia é elevar o nível do setor e criar uma rede de confiança entre quem contrata e quem executa”, reforçou. Eficiência e cooperação regional Para Alceu Guimarães , CEO da Elektsolar Innovations , o encontro evidencia o quanto a eficiência operacional depende da integração entre tecnologia, capacitação e cooperação regional . “Muitos ativos estão próximos uns dos outros, mas os proprietários ainda não aproveitam o potencial de formar clusters e otimizar custos. Com uma rede bem estruturada e prestadores qualificados, é possível reduzir despesas e aumentar a performance das usinas”, afirmou. A noite encerrou com um jantar de confraternização que reuniu cerca de 80 convidados entre clientes e parceiros , consolidando o evento como um espaço estratégico de relacionamento e troca de conhecimento no setor solar. O setor em movimento Com o amadurecimento da geração distribuída e o crescimento das usinas de médio porte no Brasil, a gestão de ativos torna-se peça-chave para a sustentabilidade econômica dos empreendimentos solares . O Asset Management reforça essa pauta, estimulando a profissionalização da cadeia de O&M e abrindo caminho para uma nova fase da energia fotovoltaica no país mais inteligente, conectada e eficiente . Gestão de ativos solares ganha novo patamar com integração entre capacitação e tecnologia no 6º Asset Management em Florianópolis

  • BEI lança ferramenta global para acelerar financiamentos verdes e impulsionar investimentos sustentáveis fora da Europa

    A plataforma “Green Checker” agora está disponível em escala internacional e promete facilitar o acesso de empresas e bancos a financiamentos com impacto ambiental positivo. BEI lança ferramenta global para acelerar financiamentos verdes e impulsionar investimentos sustentáveis fora da Europa O Banco Europeu de Investimento (BEI) anunciou a expansão global da sua ferramenta Green Checker , uma plataforma digital que promete transformar a forma como bancos e empresas identificam e avaliam projetos sustentáveis. Desenvolvida originalmente para o mercado europeu, a solução agora chega a regiões como o Norte da África, Oriente Médio, Balcãs Ocidentais e América Latina, incluindo o Brasil. A novidade foi apresentada durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) , realizada em Belém (PA), reforçando o papel do BEI como um dos principais financiadores da transição energética global. O objetivo é claro: tornar mais ágil e acessível o financiamento verde , permitindo que instituições financeiras e pequenas e médias empresas (PMEs) avaliem seus próprios projetos segundo os critérios da taxonomia verde europeia e dos padrões climáticos do BEI. “O Green Checker é uma ferramenta transformadora. Ajuda as empresas a compreender se os seus projetos atendem aos critérios ambientais e climáticos exigidos, além de facilitar o acesso ao financiamento do BEI por meio de nossos parceiros bancários”, afirmou Ambroise Fayolle , vice-presidente do BEI. “Ao levarmos essa solução para fora da Europa, estamos acelerando o investimento climático em escala global.” Ferramenta gratuita e de acesso público Apesar de ter sido projetada inicialmente para bancos comerciais, empresas de leasing e instituições de fomento, o Green Checker  é gratuito e aberto ao público . Isso significa que qualquer empresa pode usá-lo para analisar a elegibilidade de seus projetos , estimar impactos climáticos , calcular potenciais reduções de emissões de CO₂  e até baixar relatórios detalhados  com base nos critérios de sustentabilidade adotados pela União Europeia. A nova versão foi adaptada aos mercados regionais , com parâmetros flexíveis e requisitos de dados simplificados, o que facilita a utilização em países em desenvolvimento. Segundo o BEI, essa atualização tem como meta democratizar o acesso ao financiamento verde  e fortalecer a capacidade local de avaliação de projetos sustentáveis . Apoio à agenda climática global A iniciativa faz parte do Global Gateway , programa da União Europeia que busca mobilizar até €300 bilhões em investimentos públicos e privados  entre 2021 e 2027, com foco em infraestrutura sustentável, transição energética e digitalização em países parceiros. Com o Green Checker , o BEI pretende não apenas padronizar critérios de elegibilidade para o financiamento verde, mas também estimular novos fluxos de capital para projetos com impacto ambiental mensurável de usinas solares a sistemas de mobilidade elétrica e soluções de eficiência energética. Um novo passo na integração financeira sustentável Para o EnergyChannel , o lançamento global da ferramenta representa um avanço estratégico na consolidação de mercados financeiros verdes . Ao oferecer transparência e objetividade na avaliação de projetos, o BEI contribui para que bancos e empresas, especialmente em países emergentes, possam conectar suas metas de crescimento com compromissos reais de sustentabilidade . Com a COP30 como cenário, o anúncio reforça a tendência de que finanças sustentáveis deixarão de ser nicho para se tornarem um eixo central da economia global  — e ferramentas digitais como o Green Checker  serão peças-chave nesse processo de transformação. Fonte: EnergyChannel – reportagem própria com informações do BEI e da COP30 BEI lança ferramenta global para acelerar financiamentos verdes e impulsionar investimentos sustentáveis fora da Europa

  • O Brasil na era das baterias: o leilão que pode destravar R$ 22 bilhões e revolucionar nossa energia

    Um movimento estratégico do governo promete posicionar o Brasil na vanguarda do armazenamento de energia, atraindo investimentos bilionários e garantindo a segurança de nossa matriz elétrica para o futuro. Por Daniel Pansarella O Brasil na era das baterias: o leilão que pode destravar R$ 22 bilhões e revolucionar nossa energia Em um movimento silencioso, mas de impacto transformador, o Ministério de Minas e Energia (MME) acaba de acender o sinal verde para uma nova era no setor elétrico brasileiro. Com a publicação da Portaria nº 878/2025, o governo não apenas abriu uma consulta pública, mas deu o pontapé inicial para o primeiro Leilão de Reserva de Capacidade (LRCAP) focado exclusivamente em sistemas de armazenamento de energia em baterias (BESS), previsto para abril de 2026. A medida é mais do que um simples certame; é a peça que faltava no complexo quebra-cabeça da transição energética nacional. Para o mercado, a mensagem é clara: o Brasil está se preparando para gerenciar de forma inteligente a intermitência de suas fontes renováveis, que já representam uma fatia impressionante da nossa geração. O leilão visa contratar potência, a garantia de que a energia estará disponível quando o sol não brilha ou o vento não sopra. E o potencial é gigantesco. Estudos de consultorias como a Greener apontam que o mercado brasileiro de armazenamento com baterias pode movimentar mais de R$ 22,5 bilhões em investimentos até 2030(Greener) .  A "cereja do bolo": por que a tecnologia grid-forming  muda o jogo O grande diferencial desta nova regulação, e que a coloca em linha com as mais avançadas discussões globais, é a exigência da tecnologia grid-forming . Em termos simples, o governo não quer apenas "caixas" que guardam e soltam energia. Ele está exigindo que esses sistemas atuem como maestros da rede elétrica. Um sistema BESS com capacidade grid-forming  é capaz de, ativamente, criar e sustentar a tensão e a frequência da rede, funcionando como um pilar de estabilidade. Ele não segue a rede; ele a forma. Isso é crucial para um sistema com cada vez mais fontes renováveis, que não possuem a inércia física das antigas usinas hidrelétricas ou térmicas. É a diferença entre um coadjuvante passivo e um protagonista que garante a qualidade e a confiabilidade do serviço para indústrias e consumidores. Decodificando as regras do jogo bilionário As diretrizes estabelecidas pelo MME funcionam como um mapa para os investidores, sinalizando um ambiente de negócios pragmático e com redução de riscos. Diretriz O que significa para o investidor Contratação de Potência (MW) O leilão remunera pela disponibilidade, não pela energia gerada. É uma receita fixa e previsível por 10 anos, corrigida pela inflação, o que garante maior segurança ao fluxo de caixa do projeto. Requisitos (≥30 MW, ≥4h) Define um padrão de projetos de grande porte, capazes de oferecer um suporte robusto ao sistema, atraindo desenvolvedores com experiência e capacidade de execução. Flexibilização de Licenças A dispensa de licenças prévias para o cadastramento reduz a burocracia inicial e o risco pré-operacional, acelerando a entrada de projetos no certame. Bonificação por Localização Um desconto de 10% no preço de lance para projetos em áreas estratégicas é um incentivo econômico direto para alocar os investimentos onde eles geram mais valor para o sistema, otimizando a infraestrutura de transmissão existente. Essas regras mostram que o governo aprendeu com leilões passados e está focado em criar um modelo atrativo e eficiente, capaz de destravar os bilhões em investimentos que o setor necessita. Um passo estratégico para o futuro O leilão de 2026 não deve ser visto como um evento isolado. Ele é parte de uma visão estratégica para modernizar a infraestrutura energética do país, garantindo a segurança necessária para continuar expandindo as fontes limpas e, ao mesmo tempo, suportar a reindustrialização e a eletrificação da economia. A contratação de 2 GW de potência, uma das estimativas para o certame, poderia mobilizar cerca de R$ 10 bilhões em investimentos diretos (Greener) , gerando empregos de alta qualificação e desenvolvendo uma nova cadeia de fornecedores no país.  Ao estabelecer um marco regulatório claro e com incentivos inteligentes, o Brasil se posiciona como um dos destinos mais atraentes para o capital intensivo em tecnologia e sustentabilidade. Estamos diante da construção de um sistema elétrico não apenas mais verde, mas fundamentalmente mais resiliente, flexível e inteligente. A era das baterias no Brasil não é mais uma promessa; a contagem regressiva já começou. O Brasil na era das baterias: o leilão que pode destravar R$ 22 bilhões e revolucionar nossa energia

  • Inovação e Resiliência: “Gêmeos do Solar” destacam a força da engenharia brasileira no 360 Solar Florianópolis 2025

    Durante o primeiro dia do 360 Solar em Florianópolis, Eolo Benmaman  e Eduardo Lopes , diretor comercial da INOX PAR  e InoxPower , apresentaram soluções inovadoras para o setor fotovoltaico e reforçaram o papel da engenharia nacional na criação de produtos diferenciados como o BIPV e as usinas flutuantes. Inovação e Resiliência: “Gêmeos do Solar” destacam a força da engenharia brasileira no 360 Solar Florianópolis 2025 O primeiro dia do 360 Solar Florianópolis 2025  foi marcado por debates sobre inovação e pela presença de empresas que estão redefinindo os padrões do mercado solar brasileiro. Entre os destaques estiveram os idealizadores da InoxPower  e da INOX PAR , conhecidos no setor como os “Gêmeos do Solar” , que vêm consolidando uma trajetória de pioneirismo e tecnologia aplicada à energia solar. Durante entrevista exclusiva ao EnergyChannel , Eolo Benmaman  e Eduardo Lopes  compartilharam a visão que têm guiado suas marcas — uma combinação de engenharia de precisão, visão de futuro e aposta em nichos ainda pouco explorados, como o BIPV (Building Integrated Photovoltaics)  e as usinas flutuantes . “Sempre buscamos enxergar o que ainda está fora do radar do mercado”, explicou Eolo Benmaman . “Falamos em BIPV há seis anos e sobre flutuadores há mais de quatro. São soluções que surgiram da percepção de que há um público pronto para adotar tecnologias mais sofisticadas e sustentáveis.” Superando desafios com resiliência O ano de 2025 foi desafiador para o setor solar — com oscilações políticas e incertezas regulatórias que afetaram diretamente a cadeia produtiva. Eduardo Lopes , diretor comercial da INOX PAR  e InoxPower , destacou que esse cenário exigiu resiliência, perseverança e trabalho intenso  para manter o ritmo de inovação. “Foi um ano atípico. A insegurança fiscal e política impactou o mercado, mas também revelou quem realmente estava preparado. Acreditamos que, com união e visão de longo prazo, o Brasil pode retomar o crescimento que merece”, afirmou. Com mais de 40 anos de experiência em sistemas de fixação  e mais de uma década dedicados à energia solar , Eduardo Lopes  e Eolo Benmaman  têm investido em parcerias estratégicas internacionais — com destaque para colaborações com empresas da Suíça e da Ásia , além da expansão para o Mercosul  e o atendimento às Américas Central e do Norte. Engenharia tropicalizada e inovação contínua A InoxPower  e a INOX PAR  têm apostado em desenvolver soluções “tropicalizadas” ou seja, adaptadas às condições climáticas e estruturais da América Latina, transformando tecnologias originalmente europeias e norte-americanas em sistemas eficientes e competitivos para o mercado local. Entre os projetos de destaque estão as ancoragens para sistemas solares  e o programa Garantia Solar , que integra engenharia, instalação e manutenção, com foco na segurança e durabilidade das obras. “Não se trata apenas de vender estruturas. Nosso compromisso é oferecer soluções completas, com engenharia aplicada, ferramentas adequadas e execução de alto nível técnico”, reforçou Eduardo Lopes . Um futuro moldado pela cooperação Além de inovações tecnológicas, a dupla também valoriza as relações humanas e o aprendizado contínuo como pilares da trajetória empresarial. “A gente aprende todos os dias. Saber que não se sabe tudo é o primeiro passo para evoluir”, refletiu Eolo Benmaman , destacando o espírito colaborativo da equipe e o propósito de continuar contribuindo com o crescimento do setor solar brasileiro. Encerrando o primeiro dia do 360 Solar, os “Gêmeos do Solar” reforçaram uma mensagem que resume bem o momento atual da energia solar no país: é tempo de reconstruir com inovação, parcerias e confiança no futuro. Inovação e Resiliência: “Gêmeos do Solar” destacam a força da engenharia brasileira no 360 Solar Florianópolis 2025

  • Curtailment e o futuro da geração solar no Brasil: PSR alerta para riscos e oportunidades de gestão inteligente

    Durante o 360 Solar, o especialista Ricardo Perez, da PSR Consulting, destacou como a previsibilidade e o uso de ferramentas de modelagem podem reduzir riscos financeiros e orientar decisões estratégicas no setor de geração centralizada. Curtailment e o futuro da geração solar no Brasil: PSR alerta para riscos e oportunidades de gestão inteligente A quinta edição do 360 Solar  reuniu especialistas e líderes do setor elétrico para debater temas que estão redefinindo a matriz energética brasileira. Entre os destaques, uma conversa entre Siqueira de Moraes Neto , CEO do Solan Group , e Ricardo Perez , executivo da PSR Consulting , trouxe à tona um dos assuntos mais sensíveis do momento: o curtailment o corte de geração de energia por restrições operacionais ou excesso de oferta no sistema. Perez, que participa do evento desde as primeiras edições, explicou que a PSR desenvolve softwares e modelos de simulação  capazes de prever o comportamento do curtailment  e apoiar agentes de mercado na tomada de decisões mais seguras. Segundo ele, a análise detalhada dos critérios aplicados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS)  permite estimar os riscos de corte tanto por questões de balanço energético quanto de confiabilidade da rede. “Com as ferramentas da PSR, conseguimos projetar cenários de curtailment  e precificação, permitindo que geradores e investidores ajustem sua exposição e planejem contratos futuros com mais segurança”, destacou Perez. Corte de geração preocupa players da solar centralizada Nos últimos meses, dados do setor indicaram que o curtailment  da geração solar chegou a 30% em alguns períodos , afetando diretamente a rentabilidade de projetos centralizados. A falta de previsibilidade sobre quando e em que escala esses cortes ocorrem se tornou um dos maiores desafios para investidores e operadores. De acordo com Perez, a modelagem preditiva  é essencial para lidar com essa incerteza. Ao integrar dados de demanda, projeções de geração e simulações de rede, as ferramentas da PSR ajudam agentes a dimensionar riscos e ajustar estratégias de contratação de energia (PPAs) . “Essas simulações indicam o melhor nível de contratação para cada perfil de usina, evitando exposição excessiva em um mercado de curto prazo cada vez mais volátil”, explicou. Além da modelagem, o executivo lembrou que há discussões regulatórias em andamento  sobre possíveis mecanismos de ressarcimento aos geradores afetados por cortes. No entanto, ele alerta que essas medidas ainda estão em fase inicial e que, na prática, o risco continuará sendo um fator intrínseco ao negócio. Geração distribuída e o debate sobre curtailment O tema se torna ainda mais sensível quando o assunto é geração distribuída (GD)  segmento que cresce rapidamente no Brasil. Segundo Perez, a atual regulamentação não inclui a GD nas regras de corte aplicadas pelo ONS , o que mantém o setor em relativa segurança por enquanto. “Hoje é muito difícil, operacionalmente, uma distribuidora interferir na geração residencial. Mas se houver mudanças regulatórias futuras, isso pode acontecer de forma indireta, como ajustes nos créditos ou compensações financeiras”, observou. Apesar das incertezas, o especialista acredita que o futuro passa pela digitalização das redes e pela integração de novas tecnologias , como baterias e Virtual Power Plants  (VPPs). Essas soluções podem transformar a GD em um ator ativo de flexibilidade , permitindo que pequenos geradores participem do equilíbrio do sistema elétrico e sejam remunerados por isso. Transição digital e novos modelos de mercado Para Perez, o próximo passo da transição energética no Brasil envolve um marco regulatório mais aderente à realidade tecnológica . Ele cita a necessidade de incluir serviços ancilares e mecanismos de resposta da demanda , que já são práticas consolidadas em mercados internacionais. “A geração distribuída ainda é altamente rentável no país, mas a modernização regulatória é inevitável. É um processo gradual, que vai permitir a consolidação de um mercado mais inteligente, eficiente e sustentável”, concluiu. Conclusão O debate no 360 Solar reforçou que o curtailment  deixou de ser apenas um risco técnico e se tornou uma variável estratégica no planejamento de usinas e portfólios de energia. Com a previsão cada vez mais precisa de cenários e a adoção de novas tecnologias digitais, o setor caminha para uma gestão mais robusta — em que dados, inteligência e regulação caminham lado a lado para sustentar o crescimento da energia solar no Brasil . Curtailment e o futuro da geração solar no Brasil: PSR alerta para riscos e oportunidades de gestão inteligente

  • Tunísia lança programa bilionário com apoio do Banco Mundial para expandir energia solar e eólica até 2028

    A Tunísia deu um passo decisivo rumo à transição energética. O país assinou um acordo com o Banco Mundial que garantirá o financiamento de um ambicioso plano nacional voltado à modernização do setor elétrico e à ampliação da geração de energia limpa. O projeto prevê a instalação de 2,8 gigawatts (GW)  em novas usinas solares e eólicas até 2028 , em um investimento estimado em US$ 430 milhões . O plano faz parte do Programa de Melhoria da Confiabilidade, Eficiência e Governança Energética da Tunísia (TEREG) , que busca transformar a estrutura energética do país ao longo dos próximos cinco anos. Entre as metas principais estão melhorar a eficiência da concessionária estatal STEG , atrair capital privado para o setor de energia  e reduzir a pegada de carbono  da matriz elétrica nacional. De acordo com o Banco Mundial, as medidas previstas deverão mobilizar até US$ 2,8 bilhões em investimentos privados , criando um ambiente mais favorável para o desenvolvimento de novos projetos de energia renovável e para a participação de empresas internacionais no mercado tunisiano. “Ao impulsionar as fontes renováveis, o TEREG fortalecerá a posição da Tunísia na transição energética global, ampliando oportunidades econômicas e garantindo a segurança energética de longo prazo”, destacou Alexandre Arrobbio , gerente do Banco Mundial para a Tunísia. Além da expansão de capacidade, o programa inclui investimentos em eficiência energética , digitalização do setor elétrico  e melhorias na gestão financeira e operacional  da STEG. A expectativa é que as reformas também ampliem o acesso a eletricidade confiável para residências e empresas, especialmente em regiões com infraestrutura limitada. A iniciativa representa um marco na estratégia da Tunísia para reduzir a dependência de combustíveis fósseis  e alcançar maior estabilidade energética . Atualmente, o país enfrenta desafios para equilibrar o aumento da demanda com a necessidade de diversificar sua matriz e atrair novos investidores. Com o apoio do Banco Mundial, a Tunísia se posiciona como um dos mercados emergentes mais promissores do Norte da África  em energia renovável, abrindo caminho para uma transição energética inclusiva e sustentável. Tunísia lança programa bilionário com apoio do Banco Mundial para expandir energia solar e eólica até 2028

  • AIE revisa previsões e volta a projetar alta na demanda global por petróleo até 2050

    Em nova guinada de perspectiva, Agência Internacional de Energia admite que o consumo global de petróleo pode continuar crescendo nas próximas décadas, impulsionado pelo ritmo mais lento da transição energética. AIE revisa previsões e volta a projetar alta na demanda global por petróleo até 2050 A Agência Internacional de Energia (AIE) revisou novamente suas projeções sobre o futuro do petróleo e passou a admitir que o consumo global pode continuar em alta até meados do século XXI uma mudança significativa em relação às previsões anteriores que apontavam para uma estabilização ou queda ainda nesta década. O novo relatório, divulgado nesta quarta-feira, reintroduz o Cenário de Políticas Atuais (CPS, na sigla em inglês) , ausente desde 2018, no qual o consumo mundial de petróleo aumenta cerca de 13% até 2050 . A estimativa reflete um avanço mais lento na eletrificação da frota veicular  e uma transição energética menos acelerada do que o previsto há poucos anos. A revisão da AIE marca uma mudança de tom importante  dentro do principal órgão de referência global em energia, criado em 1974 após a crise do petróleo. Nos últimos anos, a agência vinha sendo crítica em relação a novos investimentos em combustíveis fósseis, mas agora reconhece que a demanda por petróleo pode permanecer robusta por mais tempo , mesmo diante do avanço das renováveis. “O mundo ainda depende fortemente do petróleo, e a transição para uma economia de baixo carbono está acontecendo em ritmos diferentes entre as regiões”, afirma um trecho do relatório. A publicação chega em meio aos preparativos para a COP30 , que acontece no Brasil, e reacende o debate sobre o equilíbrio entre segurança energética e metas climáticas. Para governos e empresas, o relatório serve de alerta sobre o descompasso entre o discurso político e a realidade de consumo global . Além do CPS, a AIE manteve o Cenário de Políticas Declaradas (STEPS) , que prevê o pico da demanda por petróleo em torno de 2030, seguido de uma lenta estabilização. Nenhum dos cenários, no entanto, foi apontado como o mais provável. O movimento da AIE acompanha uma tendência observada em grandes companhias do setor. A BP , por exemplo, revisou recentemente suas próprias projeções e já admite que o consumo global de petróleo pode não atingir o pico neste ano, como antes esperado. A atualização também ocorre em um contexto político delicado: nos Estados Unidos, a administração atual tenta equilibrar o apoio a combustíveis fósseis com a expansão das renováveis, enquanto enfrenta resistência no Congresso. Parlamentares republicanos têm, inclusive, tentado cortar parte do financiamento destinado à AIE. Com o novo relatório, a Agência Internacional de Energia sinaliza que a era do petróleo ainda está longe do fim e que os próximos anos exigirão planejamento realista e políticas energéticas equilibradas  para lidar com uma transição que avança, mas não à velocidade esperada. AIE revisa previsões e volta a projetar alta na demanda global por petróleo até 2050

  • China atinge 18 meses de estabilidade nas emissões de carbono em meio à expansão das renováveis

    Energia solar, eólica e nuclear já respondem por quase todo o aumento da demanda elétrica no país, enquanto o setor químico limita a queda total nas emissões. China atinge 18 meses de estabilidade nas emissões de carbono em meio à expansão das renováveis As emissões de dióxido de carbono da China mantiveram-se estáveis pelo 18º mês consecutivo, sinalizando uma possível virada estrutural na relação entre crescimento econômico e impacto climático. A análise mais recente, realizada pelo Centre for Research on Energy and Clean Air  (CREA), indica que o país entrou em uma nova fase de desaceleração nas emissões, sustentada pela rápida expansão das fontes renováveis e pela redução gradual da dependência do carvão. Transição energética ganha tração No terceiro trimestre de 2025, as emissões chinesas ficaram praticamente inalteradas em relação ao mesmo período do ano anterior. O dado reflete uma tendência observada desde o início de 2024, quando o país passou a registrar períodos sucessivos de estabilização e queda nas emissões totais.Quase 90% do crescimento da demanda elétrica no trimestre foi suprido por fontes renováveis eólica, solar, hidrelétrica e nuclear, reduzindo significativamente o papel do carvão na geração de energia. O gás natural também ampliou levemente sua participação na matriz, reforçando o movimento de substituição gradual de combustíveis fósseis mais poluentes. Já as emissões do setor de transportes caíram cerca de 5%, impulsionadas pela forte adesão a veículos elétricos e por políticas de eficiência energética em grandes centros urbanos. Política climática e protagonismo global O cenário de estabilidade coincide com uma reorientação das políticas climáticas de Pequim. Em setembro, o governo chinês reafirmou seu compromisso de atingir o pico de emissões até 2030 e reduzi-las entre 7% e 10% até 2035. Apesar de o anúncio ter sido visto por analistas europeus como pouco ambicioso, trata-se do primeiro compromisso quantitativo de corte de emissões assumido pela China após o pico futuro. Em um contexto geopolítico marcado pela retração da diplomacia climática dos Estados Unidos sob Donald Trump, a China vem buscando consolidar-se como uma força estabilizadora no debate climático global. Essa postura ganha destaque durante a COP30, que ocorre no Brasil, onde o país asiático tenta reforçar sua imagem como potência verde e parceira estratégica em projetos de transição energética. Indústria química desafia o progresso Apesar dos avanços, o setor químico continua sendo um obstáculo para uma queda mais ampla nas emissões. Entre janeiro e setembro, a produção de plásticos cresceu 12%, impulsionada pelo aumento da demanda interna em setores como embalagens e comércio eletrônico.O governo chinês tem incentivado a produção local de polietileno e outros derivados, em parte como resposta às tensões comerciais com os Estados Unidos. Esse movimento tem levado refinarias a converterem parte da produção de combustíveis em insumos químicos, o que mantém elevada a intensidade de carbono na base industrial do país. Com isso, mesmo que a geração de energia se torne mais limpa, a indústria química e petroquímica vem ganhando peso relativo nas emissões totais, o que coloca pressão sobre as metas de longo prazo da China. Perspectivas para 2026 e além Para investidores e formuladores de políticas climáticas, a atual estabilidade nas emissões da China oferece um misto de otimismo e prudência. De um lado, evidencia a eficácia do planejamento estatal e o impacto da expansão renovável em larga escala. De outro, revela a dificuldade de reduzir emissões em uma economia ainda sustentada por indústrias de alta intensidade de carbono. Especialistas indicam que, se o país conseguir manter esse platô até 2026, é possível que atinja o pico de emissões antes da meta oficial de 2030 um cenário que poderia acelerar o ritmo global de descarbonização e atrair novos investimentos em tecnologias limpas na Ásia. O desafio, segundo analistas do CREA, será transformar a atual estabilidade em uma trajetória de queda sustentada, conciliando crescimento econômico com redução efetiva de carbono um passo decisivo para a consolidação da liderança climática chinesa. China atinge 18 meses de estabilidade nas emissões de carbono em meio à expansão das renováveis

  • Lixo que Vira Voo: A Revolução do SAF Descentralizado que Promete Descarbonizar o Brasil e Solucionar a Crise do Lixo

    Por EnergyChannel O Brasil se encontra em uma encruzilhada energética e ambiental. De um lado, a aviação civil clama por Combustível Sustentável de Aviação (SAF) para cumprir as metas ambiciosas da recém-sancionada Lei do Combustível do Futuro [1]. Lixo que Vira Voo: A Revolução do SAF Descentralizado que Promete Descarbonizar o Brasil e Solucionar a Crise do Lixo De outro, a maioria dos municípios brasileiros luta para dar uma destinação final adequada aos seus Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) , sobrecarregando aterros sanitários e violando a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) [2]. Uma tese técnica e economicamente robusta, desenvolvida pela consultoria DBEST PLAN, propõe uma solução que ataca os dois problemas de forma simultânea: a **produção descentralizada de SAF a partir do lixo**, com plantas instaladas estrategicamente próximas aos grandes *hubs* aeroportuários. A Urgência do SAF e o Risco de Colapso Logístico A pressão global pela descarbonização da aviação não é mais uma meta distante, mas uma realidade iminente. A Lei nº 14.993/2024 , conhecida como " Combustível do Futuro ", estabelece um mandato claro para a redução de emissões no querosene de aviação, exigindo um percentual mínimo anual de SAF na matriz de combustíveis [3]. O setor aéreo nacional já manifesta preocupação com a escassez de oferta em escala comercial. A falta de SAF no mercado brasileiro não é apenas um risco ambiental; é um risco econômico e logístico direto para os estados, podendo levar ao encarecimento das passagens aéreas, prejudicar o turismo e fazer com que hubs aeroportuários percam competitividade internacional [4]. O desafio estratégico, portanto, não é a demanda que está garantida por lei e por compromissos internacionais, mas sim quem irá produzir e onde . A Tese da Unidade de Recuperação de Energia (URE) A proposta central é que os governos estaduais e municipais liderem a implantação de Unidades de Recuperação de Energia (URE) . Essas plantas utilizariam o RSU, resíduos industriais não perigosos e biomassa residual como matéria-prima para produzir SAF, óleo combustível e coprodutos industriais. A arquitetura de produção regional, distribuída e integrada à política de resíduos urbanos é viável e atende a quatro agendas prioritárias de governo: A chave tecnológica para transformar o lixo em combustível de aviação é a combinação de gaseificação/pirólise com a síntese de Fischer-Tropsch [5]. Essa rota converte o carbono contido no resíduo em um gás de síntese (syngas), que é então cataliticamente transformado em hidrocarbonetos líquidos compatíveis com o querosene de aviação (Jet A-1). O Lixo como Ativo: Viabilidade Econômica Comprovada O modelo de negócios é particularmente atraente porque transforma um passivo ambiental (o lixo) , que hoje onera os cofres municipais, em um ativo energético de alto valor agregado . Um estudo de viabilidade econômica e financeira, modelado para uma URE de aproximadamente 500 toneladas/dia de RSU , demonstra a solidez do projeto: A atratividade é reforçada pela possibilidade de a URE pagar um valor (cerca de R$ 30,00/t) pela tonelada de RSU recebida, em vez de cobrar uma taxa de destinação das prefeituras. Isso incentiva consórcios intermunicipais e garante o suprimento contínuo de matéria-prima. A Linguagem que Destrava o Capital: Simulação de Monte Carlo Para mitigar a incerteza inerente a projetos industriais complexos no Brasil, o estudo utiliza a Simulação de Monte Carlo . Essa análise probabilística é a "linguagem" que destrava o capital internacional para infraestrutura verde. A simulação demonstrou que, mesmo considerando a variabilidade do custo de construção (CAPEX) e a produtividade operacional (OPEX), a probabilidade de a TIR anual se manter entre 17% e 26,7% é de aproximadamente 81,6% . O retorno médio ajustado ao risco é de 23,3% , um patamar altamente atrativo para fundos climáticos e financiadores internacionais [4]. Essa robustez técnica permite aos estados pleitear financiamentos internacionais a juros baixos (cerca de 3% a.a.), em contraste com o crédito doméstico mais caro, elevando a TIR final do projeto. O Caminho para a Política Pública Estadual Para que a tese saia do papel e se torne um projeto executivo, a DBEST PLAN recomenda que os governos estaduais e municipais atuem em eixos estratégicos: 1. Garantia de Matéria-Prima: Estruturar consórcios intermunicipais com contratos de longo prazo para assegurar o fornecimento mínimo de 500 t/dia de RSU e biomassa. 2. Incentivo Tributário: Avaliar a isenção ou redução de ICMS, PIS/COFINS e ISS sobre o SAF e coprodutos. Tais incentivos são cruciais para manter a TIR acima do patamar de atratividade para o capital privado. 3. Contrato-Âncora: Negociar contratos de fornecimento de SAF de longo prazo com companhias aéreas e operadores aeroportuários. A garantia de demanda reduz o risco de receita e é um ponto crítico para a aprovação de financiamentos. 4. Captação Verde: Utilizar a análise de Monte Carlo como peça técnica central em *roadshows* com bancos multilaterais e fundos climáticos, buscando o enquadramento em programas de transição energética. A produção de SAF a partir de resíduos urbanos não é apenas uma inovação tecnológica; é uma estratégia de soberania energética e de cumprimento da lei ambiental. Ao transformar o lixo em combustível de aviação, o Brasil pode se posicionar como líder global em economia circular e descarbonização, garantindo que seus aeroportos se tornem verdadeiros *hubs* de aviação verde. Referências [1] Lei nº 14.993/2024. Dispõe sobre a promoção da mobilidade sustentável de baixo carbono e a captura e a estocagem geológica de dióxido de carbono. *Planalto*. URL: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2023-2026/2024/lei/l14993.htm [2] Lei nº 12.305/2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. *Planalto*. URL: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm [3] EPE. Nota de Esclarecimentos - Combustível do Futuro. *Empresa de Pesquisa Energética*. URL: http://www.epe.gov.br/pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/combustivel-do-futuro [4] DBEST PLAN. *Artigo sobre a produção de SAF (DBEST PLAN)*. Documento interno de análise de viabilidade econômica. [5] Engineering News. Fischer-Tropsch technology can produce sustainable aviation fuels from municipal waste. *Engineering News*. URL: https://www.engineeringnews.co.za/article/fischer-tropsch-technology-can-produce-sustainable-aviation-fuels-from-municipal-waste-2023-05-08 [6] Czapp. A Produção de SAF Pode Ser Ampliada Para Atender a Demanda. *Czapp Analyst Insights*. URL: https://www.czapp.com/pt/analyst-insights/a-producao-de-saf-pode-ser-ampliada-para-atender-a-demanda/ Lixo que Vira Voo: A Revolução do SAF Descentralizado que Promete Descarbonizar o Brasil e Solucionar a Crise do Lixo

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