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- Bandeira Vermelha: O Brasil à Beira de uma Crise Energética?
Por Daniel Lima – ECOnomista Com a recente decisão da Aneel de acionar a bandeira vermelha em junho de 2025, muitos consumidores estão preocupados com o impacto na conta de luz. Para entender melhor essa medida, vamos analisar a situação dos reservatórios de energia do país e os fatores que influenciaram essa decisão. Créditos: Imagem do Jornal Grande Bahia (disponível na internet) Capacidade de Armazenamento de Energia (CAE) O Sistema Interligado Nacional (SIN) é dividido em 4 subsistemas, são eles: Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte. Cada um deles tem CAE que são os reservatórios das hidrelétricas. Bandeira Vermelha: O Brasil à Beira de uma Crise Energética? Como pode ser observado na tabela acima a CAE no dia 31 de maio era de cerca de 200 mil MW/mês, ou aproximadamente 69% da CAE máxima do SIN. Parece uma situação bastante confortável para acionamento de bandeiras tarifárias. O que será que está acontecendo? Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o acionamento da bandeira vermelha para o mês de junho/2025 é justificado pelo cenário de afluências abaixo da média em todo o país, conforme indicado pelo ONS. Vale lembrar que no mês de maio a Aneel já tinha acionado a bandeira amarela. A Aneel informou em nota oficial que “com o fim do período chuvoso, a previsão de geração de energia proveniente de hidrelétrica piorou, o que nos próximos meses poderá demandar maior acionamento de usinas termelétricas, que possuem energia mais cara”. Todos os consumidores das distribuidoras pagam pelo Sistema de Bandeiras Tarifárias, com exceção daqueles localizados em sistemas isolados. Quando a conta de luz é calculada pela bandeira verde, não há nenhum acréscimo. Quando é aplicada a bandeira amarela, o acréscimo é de R$ 1,885 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. A bandeira vermelha tem dois patamares, no 1 a tarifa sofre acréscimo de R$ 4,463 e no 2, o valor passa para R$ 7,877 para cada 100 kWh consumido. Isso significa que, para uma família que consome 200 kWh por mês, a mudança de bandeira verde para vermelha patamar 1 pode representar um aumento de cerca de R$ 9,00 na conta de luz. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e a previsão para o período de junho a agosto/2025 não é nada boa (mapa abaixo), principalmente nas áreas onde estão localizados os grandes reservatórios de energia do SIN. Bandeira Vermelha: O Brasil à Beira de uma Crise Energética? Então pode-se chegar à conclusão de que a medida adotada pela Aneel foi por precaução, ou seja, aumentar o saldo da conta “bandeiras tarifárias” para quem sabe, utilizar mais na frente com o encarecimento da geração térmica. Só para lembrar, as ultimas vezes que a Aneel acionou as bandeiras tarifárias vermelhas, patamar 1 e 2, foi em setembro e outubro de 2024, diga-se de passagem, pela primeira vez depois da crise hídrica de 2021. Finalizamos o ano de 2024 com uma CAE de 141.000 MWmês ou cerca de 48%, e nesse mês a bandeira era verde. Vale lembrar, também, que os que decidem o sistema elétrico não adotaram o horário de verão como recomendado pelo ONS, na época. Bandeira Vermelha: O Brasil à Beira de uma Crise Energética? Se as previsões climáticas não mudarem, tudo indica que teremos uma grave crise energética nos próximos meses. A antecipação da bandeira vermelha para junho é um sinal disso, ela foi acionada 3 meses antes do que no ano passado como pode ser visto na imagem acima. Inclusive o ONS voltou a recomendar a adoção do horário de verão para este ano. A função estratégica ou essencial da Geração Distribuída de Energia (GD) Se não fosse pela GD, que nesta semana atingiu a marca de 40 gigawatts de potência instalada representando 16% da Matriz Elétrica Brasileira (MEB), — com 99% desse total proveniente da fonte solar — a situação poderia estar muito pior. A “geração sobre os telhados” tem sido fundamental para aliviar a pressão sobre os reservatórios ao fornecer eletricidade diretamente aos consumidores, reduzindo a necessidade de acionamento de usinas termelétricas, que são mais caras e poluentes. O crescimento da GD tem permitido que empresas e famílias se tornem menos vulneráveis às oscilações do sistema elétrico nacional. Cada quilowatt gerado localmente representa economia tanto na renda familiar quanto no caixa das empresas, além de contribuir para uma maior segurança energética para todos. Planejamento e a Solução no Curto Prazo Diante desses desafios, torna-se essencial um planejamento energético mais eficiente e proativo por parte dos gestores do setor elétrico. A dependência excessiva das grandes hidrelétricas expõe o país a vulnerabilidades climáticas, impactando diretamente os custos e a estabilidade do fornecimento. Nesse contexto, é hora de incentivar o armazenamento de energia por baterias associado à geração distribuída. Em um curtíssimo prazo, essa estratégia poderia agregar ao sistema elétrico nacional uma solução eficaz e de baixo custo, permitindo maior capacidade de armazenamento em toda a rede e reduzindo a necessidade de acionamento de fontes mais caras e poluentes. Daniel Lima é consultor e empreendedor no setor de energia. Bandeira Vermelha: O Brasil à Beira de uma Crise Energética?
- Especialistas Debatem os Efeitos da Reforma Tributária na Geração Distribuída em Seminário da ABGD com o Lefosse
Por EnergyChannel – Redação Em um momento de grandes transformações regulatórias e fiscais, o setor de geração distribuída (GD) se vê diante de novos desafios e oportunidades. Foi com esse pano de fundo que o Lefosse Advogados, em parceria com a Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD), promoveu um seminário técnico focado nos impactos da reforma tributária sobre os modelos de negócio da GD no Brasil. Seminário da ABGD com o Lefosse O encontro, realizado em São Paulo, reuniu especialistas das áreas jurídica, regulatória e empresarial para uma análise aprofundada dos efeitos das mudanças fiscais que estão em curso, especialmente com a substituição de tributos como PIS, Cofins e ICMS por CBS e IBS. A proposta foi transformar complexidade em clareza, por meio de um debate técnico de alto nível. Fusão de expertise para enfrentar a transformação Pedro Dante, sócio da área de Energia do Lefosse, enfatizou a importância da união entre diferentes campos do conhecimento para lidar com as transformações estruturais no setor. “Esse encontro surgiu de uma conversa com Carlos Evangelista, presidente da ABGD. Nossa intenção foi somar a expertise do Lefosse, um escritório full service com forte atuação em energia e tributário, à vivência prática dos associados da ABGD”, afirmou Dante. “A geração distribuída cresce exponencialmente no Brasil, e esse diálogo técnico é essencial para consolidar modelos de negócio, mitigar riscos e, principalmente, identificar oportunidades no novo cenário fiscal.” Carlos Evangelista, presidente executivo da ABGD, reforçou o compromisso da associação em oferecer suporte técnico aos seus associados. “A reforma tributária e a modernização do setor elétrico são processos distintos, mas que caminham juntos. Juntos, eles têm o potencial de gerar uma grande reviravolta positiva no setor. Este seminário é um espaço fundamental para trocas, esclarecimentos e proposições concretas.” Perspectiva empresarial: desafios e pleitos Thalyta dos Santos, consultora de planejamento tributário da Ultragaz, foi uma das participantes do encontro e destacou o caráter prático do evento. “As discussões foram extremamente relevantes. A complexidade da reforma exige que as empresas se posicionem de forma estratégica desde já, para garantir competitividade e segurança jurídica. É essencial transformar esse debate em pleitos bem estruturados para o setor.” Tributos, logística e regulamentação: os pontos críticos A sócia de Tributação sobre Consumo do Lefosse, Rafaela Canito, apresentou uma análise detalhada sobre os impactos logísticos e operacionais da reforma no dia a dia das empresas de GD. “Discutimos, por exemplo, a emissão de documentos fiscais por empresas que hoje não são obrigadas, além da regulamentação do REIDI, crucial para projetos de infraestrutura energética. Também abordamos o conceito dos direitos associados à energia elétrica e como o diferimento de IBS e CBS pode repercutir nas operações do setor.” Para Canito, ainda há uma lacuna importante a ser preenchida: a regulamentação. “O setor já está maduro nas discussões, mas boa parte do que foi aprovado ainda precisa ser detalhado. Sem isso, não conseguimos implementar de forma segura as mudanças previstas.” Valor agregado ao debate setorial Breno Sarpi, sócio da prática Tributária do Lefosse, avaliou o seminário como um importante passo na construção de conhecimento compartilhado. “Apesar das incertezas atuais, conseguimos avançar em pontos sensíveis, com uma abordagem bastante prática. Esse tipo de evento agrega valor direto às empresas que atuam com GD e fortalece o setor como um todo.” Caminhos para o futuro O seminário marca o início de uma série de encontros que visam aprofundar o diálogo entre o setor privado, entidades representativas e o ambiente jurídico, à medida que o Brasil avança na implementação de sua reforma tributária. A ABGD já planeja novos ciclos de discussões técnicas com foco em tributação, contratos e incentivos para geração distribuída. Especialistas Debatem os Efeitos da Reforma Tributária na Geração Distribuída em Seminário da ABGD com o Lefosse --- Sobre o EnergyChannel O EnergyChannel é um canal especializado em conteúdo estratégico, análise regulatória e cobertura jornalística sobre o setor de energia no Brasil. Acompanhe todas as atualizações e insights em energychannel.co.
- O Futuro da Energia: Armazenamento Revoluciona a Operação de Data Centers Globais
O Futuro da Energia: Armazenamento Revoluciona a Operação de Data Centers Globais Por EnergyChannel – Redação À medida que a era digital avança, data centers se consolidam como a espinha dorsal da conectividade global — sustentando serviços em nuvem, inteligência artificial e o tráfego incessante de informações. Mas esse protagonismo cobra um preço energético: atualmente, esses centros consomem cerca de 3% da eletricidade mundial, com pressão crescente por redução de custos e emissões. O Futuro da Energia: Armazenamento Revoluciona a Operação de Data Centers Globais O Futuro da Energia: Armazenamento Revoluciona a Operação de Data Centers Globais Nesse contexto, os sistemas de armazenamento de energia (ESS, na sigla em inglês) surgem como protagonistas da transição energética no setor de tecnologia. Mais do que uma fonte de backup, essas soluções oferecem estabilidade, economia e sustentabilidade, tornando-se peça-chave para o futuro dos data centers. Por que o armazenamento de energia é essencial Os benefícios do ESS vão muito além da simples segurança operacional: Energia ininterrupta : Garante funcionamento mesmo em casos de falhas na rede elétrica, evitando prejuízos milionários com paralisações. Redução de custos : Com técnicas como o peak shaving , diminui o uso de energia em horários de pico, quando os preços são mais altos. Integração de renováveis : Armazena excedentes de energia solar ou eólica para uso posterior, equilibrando oferta e demanda. Apoio à rede elétrica : Participa de programas de resposta à demanda, ajudando a aliviar o sistema em momentos críticos. Sustentabilidade : Contribui diretamente com metas de neutralidade de carbono. Segundo projeções da GlobeNewswire, o mercado global de armazenamento de energia deve atingir US$ 569 bilhões até 2034, com um crescimento médio anual de 19,5%. E os data centers estão liderando essa transformação. O Futuro da Energia: Armazenamento Revoluciona a Operação de Data Centers Globais Casos de aplicação ao redor do mundo 🔹 Google – Centro de Dados Hamina, Finlândia A unidade da Google em Hamina opera com um sistema de baterias de íons de lítio de 10 MW/20 MWh, aliado à geração solar local. A energia excedente é armazenada e utilizada nos horários de maior demanda, alcançando até 90% de operação com energia livre de carbono. O sistema está integrado a uma microrrede, aumentando a autonomia energética do site. 🔹 Microsoft – Centro de Dados em Dublin, Irlanda Com 5 MW/10 MWh em baterias, o campus da Microsoft em Dublin oferece energia de backup e participa de serviços de rede, como regulação de frequência. A medida fortalece a resiliência energética e avança na meta da empresa de se tornar carbono-negativa até 2030. 🔹 Amazon Web Services (AWS) – Oregon, EUA A AWS instalou um sistema de 20 MW/40 MWh em um dos seus maiores complexos de data centers. A tecnologia permite economia com peak shaving e integração com painéis solares no local, com design escalável para futuras expansões. 🔹 Equinix – Osaka, Japão Em parceria com a Toshiba, a Equinix implementou uma bateria de 1 MW/2 MWh no Japão. Além de garantir energia de backup, o sistema apoia iniciativas de resposta à demanda, reduzindo o uso de geradores a diesel e alinhando-se às exigentes metas de eficiência energética japonesas. 🔹 Digital Realty – Slough, Reino Unido Com 1,5 MW/3 MWh em baterias, a unidade de Slough participa do programa britânico de flexibilidade de demanda, gerando receita adicional enquanto contribui com a estabilidade da rede nacional. A solução é integrada a uma rede inteligente, otimizando o consumo em tempo real. Tendências que impulsionam a adoção Predominância do íon de lítio : Alta densidade energética e queda de custos — US$ 139/kWh em 2023 — fazem dessas baterias a escolha principal. Microrredes inteligentes : Integram armazenamento e fontes renováveis para maior independência energética. Otimização por IA : Algoritmos inteligentes preveem a demanda e otimizam o desempenho do sistema. Incentivos públicos : Subsídios e créditos fiscais na Europa e nos EUA aceleram a implementação de ESS. Vantagens e desafios Benefícios: Confiabilidade : Elimina riscos de paralisações, cruciais em centros com alta sensibilidade operacional. Economia : Reduz as tarifas energéticas em regiões de alto custo. Sustentabilidade : Viabiliza uso intensivo de energia renovável. Atuação no grid : Gera novas receitas ao prestar serviços ao sistema elétrico. Desafios: Alto investimento inicial : Embora em queda, os custos ainda representam barreira para alguns projetos. Burocracia regulatória : Normas divergentes dificultam a padronização em escala global. Reciclagem de baterias : Descarte sustentável é uma preocupação crescente. Oportunidades: Queda nos custos : Preços projetados abaixo de US$ 100/kWh até 2030. Políticas de incentivo : Governos ampliam apoio a soluções limpas. Novas fontes de receita : ESS transforma data centers em ativos do sistema elétrico. Avanços tecnológicos : Baterias de estado sólido e IA prometem ganhos de desempenho. Perspectiva de mercado Com crescimento exponencial à vista, o armazenamento de energia é cada vez mais central na infraestrutura digital moderna. Gigantes como Google, Microsoft, AWS e outras lideram uma verdadeira revolução que une tecnologia e sustentabilidade. Nos próximos anos, a adoção de ESS deve se consolidar como pilar estratégico para garantir segurança energética e cumprir metas climáticas globais. Acompanhe as principais inovações energéticas no setor digital em energychannel.co O Futuro da Energia: Armazenamento Revoluciona a Operação de Data Centers Globais
- Crise hídrica à vista? ANEEL sinaliza possível acionamento da bandeira vermelha ainda este ano
Por EnergyChannel – Redação O segundo semestre de 2025 pode chegar acompanhado de uma notícia pouco animadora para os consumidores brasileiros de energia elétrica. Segundo declaração recente do diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), Sandoval Feitosa, há uma chance real de que a bandeira tarifária vermelha seja acionada nos próximos meses — o que implicaria em aumento no custo das contas de luz em todo o país. Crise hídrica à vista? ANEEL sinaliza possível acionamento da bandeira vermelha ainda este ano A declaração foi feita durante evento do setor elétrico em Brasília e reflete as atuais condições hidrológicas desfavoráveis, combinadas com o aumento do consumo de energia. De acordo com o dirigente, o sistema de bandeiras, que desde 2015 sinaliza o custo real da geração de energia no país, pode voltar a indicar um cenário mais pressionado a partir da segunda metade do ano. Reservatórios sob observação Apesar do desempenho razoável dos reservatórios das principais hidrelétricas durante o primeiro trimestre, a combinação de estiagem prolongada em regiões estratégicas e maior demanda energética tem acendido um sinal de alerta. A ANEEL e o ONS (Operador Nacional do Sistema) monitoram de perto a situação hidrológica nos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste, responsáveis por cerca de 70% da capacidade de armazenamento de água do país. Se os volumes continuarem a cair, a ativação de termelétricas — que geram energia a um custo mais elevado — pode se tornar necessária para garantir o equilíbrio do sistema. Essa condição é justamente o gatilho para o acionamento da bandeira vermelha, que adiciona um valor extra por megawatt-hora consumido, onerando diretamente o consumidor final. Impacto no bolso e no setor Para o consumidor residencial, o retorno da bandeira vermelha pode representar um aumento expressivo nas faturas mensais de energia. Já para o setor produtivo, especialmente os intensivos em energia, como indústrias e datacenters, o impacto é duplo: aumento de custos operacionais e necessidade de revisar estratégias de eficiência energética. Segundo analistas, o cenário reforça a importância de políticas públicas voltadas à diversificação da matriz energética e investimentos constantes em fontes renováveis não dependentes de hidrologia, como solar e eólica — áreas que têm se expandido rapidamente, mas ainda representam uma fatia menor da geração firme no Brasil. Um alerta, não uma certeza Apesar da sinalização feita pelo diretor-geral da ANEEL, o acionamento da bandeira vermelha ainda não está definido. A decisão dependerá da evolução das condições climáticas e do comportamento do consumo nos próximos meses. A agência reforça que a função do sistema de bandeiras é justamente permitir que os consumidores sejam informados de forma transparente sobre os custos reais da geração e possam se preparar para eventuais oscilações. Para especialistas do setor, a declaração serve como um alerta importante: o equilíbrio energético do país segue vulnerável a eventos climáticos e exige planejamento contínuo, modernização do setor e uma atuação mais proativa tanto do governo quanto da iniciativa privada. Acompanhe todas as atualizações do setor elétrico em energychannel.co Crise hídrica à vista? ANEEL sinaliza possível acionamento da bandeira vermelha ainda este ano
- Casa dos Ventos avança no Ceará com projeto bilionário de datacenter alimentado por energia renovável
Por EnergyChannel – Redação O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) acaba de emitir parecer técnico favorável para a conexão de novos datacenters ao sistema de transmissão no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, no Ceará — um movimento que marca mais um passo estratégico na integração entre infraestrutura digital e transição energética no Brasil. Entre os destaques, a Casa dos Ventos recebeu aprovação para conectar 300 MW à rede elétrica na primeira fase do seu ambicioso projeto de datacenter no estado. A estrutura, que deve receber investimentos superiores a R$ 50 bilhões ao longo dos próximos anos, será um dos maiores empreendimentos do tipo na América Latina. Casa dos Ventos avança no Ceará com projeto bilionário de datacenter alimentado por energia renovável Infraestrutura digital com energia limpa A proposta da Casa dos Ventos é robusta: construir um polo de datacenters com alta capacidade de processamento, abastecido majoritariamente por fontes renováveis. Com histórico consolidado no desenvolvimento de projetos eólicos e solares, a companhia aposta na sinergia entre tecnologia e sustentabilidade para atender à crescente demanda de big data, inteligência artificial e serviços em nuvem. A decisão do ONS viabiliza o início do processo de conexão elétrica, etapa essencial para que o projeto possa avançar às fases de licenciamento, construção e operação. A expectativa é de que o datacenter comece a ser implantado já em 2026, posicionando o Ceará como um dos principais hubs digitais do país. Pecém como epicentro de inovação energética O Complexo do Pecém, que já abriga operações industriais e portuárias estratégicas, vem se consolidando como um polo atrativo para empresas que buscam operações sustentáveis e com acesso facilitado a infraestrutura energética de qualidade. A proximidade com projetos de geração renovável, além da integração logística com o Porto de Pecém, são diferenciais decisivos para atrair investimentos de grande porte. Transformação digital e transição energética lado a lado A integração de datacenters de alta potência com matrizes limpas representa um novo capítulo na agenda energética brasileira. À medida que o país se posiciona como provedor de soluções digitais para a América Latina e além, garantir que essa transformação ocorra com base em energia limpa se torna um diferencial competitivo — e um imperativo ambiental. O projeto da Casa dos Ventos simboliza exatamente isso: a convergência entre tecnologia, infraestrutura crítica e compromisso com um futuro sustentável. Com o aval técnico do ONS, o caminho está aberto para que o Brasil dê mais um passo firme rumo à digitalização verde. Para mais notícias sobre energia, inovação e sustentabilidade, acesse energychannel.co Casa dos Ventos avança no Ceará com projeto bilionário de datacenter alimentado por energia renovável
- Com R$ 10 bi, chamada pública vai apoiar planos de negócios no Nordeste
Ação conjunta entre BNDES, Finep, Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Caixa, Sudene e Consórcio Nordeste vai financiar a realização de investimentos estratégicos na região Por Priscilla Maciel Com R$ 10 bi, chamada pública vai apoiar planos de negócios no Nordeste O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, anunciou, nesta quarta-feira, 28, em Salgueiro (PE), a abertura de chamada pública com orçamento de R$ 10 bilhões para selecionar planos de negócios com investimentos estratégicos para o desenvolvimento econômico e social da Região Nordeste. A ação acontece no âmbito da Nova Indústria Brasil, a política industrial do governo federal, e tem como finalidade apoiar projetos nas áreas de energia renovável (foco em soluções industriais para armazenamento), bioeconomia (foco em fármacos), descarbonização (foco em hidrogênio verde), data center verde, indústria automotiva, e tecnologias para integração da agricultura familiar, incluindo máquinas agrícolas. O edital é uma ação conjunta do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do Banco do Brasil, do Banco do Nordeste, da Caixa Econômica Federal e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), com apoio técnico da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste (CNE). “É a maior disponibilidade de recursos para que se faça investimento na indústria do Nordeste. São R$ 10 bilhões para quem quiser fazer projeto de crédito na Região. Isso nunca tinha acontecido antes. Nunca houve uma disponibilidade de crédito para o Nordeste como estamos fazendo agora”, disse o presidente Lula, durante cerimônia de lançamento da chamada pública, em Salgueiro (PE), que contou com a presença do diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, José Luis Gordon. Podem participar empresas brasileiras e estrangeiras e cooperativas que realizam ou planejam realizar investimentos no Nordeste. Os planos de negócios deverão contemplar, para sua execução, um orçamento superior a R$ 10 milhões. E devem ser apresentados até o dia 15 de setembro de 2025. As instituições financeiras parceiras da chamada vão apoiar os projetos com linhas de crédito, subvenção econômica (recursos não reembolsáveis) e participação societária. O Consórcio Nordeste e a Sudene farão participação técnica, com fomento aos projetos e conhecimento da região e dos setores. “Com a Nova Indústria Brasil, o governo do presidente Lula tem buscado ações de fortalecimento e desenvolvimento regional. A industrialização regional fortalece a economia nacional e promove um desenvolvimento mais equilibrado, reduzindo as desigualdades. No BNDES, estamos fortalecendo os investimentos em inovação. Em 2024, aprovamos R$ 370,2 milhões em projetos de empresas da região Nordeste com essa finalidade, um aumento de 282,1% em relação a 2023 e de 579,1% em comparação com 2022”, explica o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. "A chamada para a seleção de projetos estratégicos no Nordeste é uma iniciativa única que, pela primeira vez, reúne as diversas instituições de fomento federais com o objetivo de apoiar projetos para promover o desenvolvimento e a inovação na região. Essa articulação de tantos atores representa um esforço importante do governo federal em prol da ampliação de recursos da Nova indústria Brasil para a redução de assimetrias regionais. Tenho muito orgulho de ver o esforço da Finep na elaboração e articulação dessa chamada, que terá papel fundamental para o desenvolvimento da região Nordeste e do Brasil", disse o presidente da Finep, Celso Pansera. Planos de negócios Dentro das áreas temáticas listadas, as propostas poderão contemplar: instalação de infraestrutura física, de pesquisa ou industriais; aquisição de máquinas e equipamentos; instalação de plantas pilotos ou demonstrativas; contratação de recursos humanos; custeio das atividades de PD&I, incluindo a contratação de serviços técnicos especializados; custeio das atividades de PD&I realizadas em parceria com outras empresas (incluindo em sistema de inovação aberta), universidades e centros de pesquisa, públicos ou privados; projetos de engenharia; e capital de giro. Fonte:Agência BNDES Com R$ 10 bi, chamada pública vai apoiar planos de negócios no Nordeste
- Sócias da GENS ENERGIA estarão no 2° Fórum de Energias Renováveis
Realizado pela Associação Paraibana de Energia Solar (APBSolar), o evento reúne empresários, estudantes e políticos, no auditório do Sebrae, em João Pessoa Priscilla Maciel e Glaucia Pereira estarão no 2° Fórum de Energias Renováveis nesta quinta-feira (29). As sócias da GENS ENERGIA vão participar do evento em diferentes momentos. Glaucia Pereira comporá e mesa de abertura e Priscilla Maciel ministrará palestra às 15h sobre a MP 1.300/2025, publicada na última quarta-feira (21) De acordo com a Diretora Executiva da GENS ENERGIA “espaços de diálogos são indispensáveis para o fortalecimento do setor elétrico. Complexo e cheio de interesses conflitantes, compartilhar pontos de vistas é essencial neste momento de transição”, ponderou Priscilla Maciel. Glaucia Pereira e Priscilla Maciel Glaucia Pereira, Diretora Administrativa e Financeira da GENS ENERGIA ressaltou: “a Paraíba vem sendo protagonista no cenário nacional em diversos segmentos. No de energia elétrica não podemos ficar de fora. Parabéns Rafael Targino, Presidente da APBSolar, pela iniciativa”. O fórum encerra nesta quinta-feira (29). Sócias da GENS ENERGIA estarão no 2° Fórum de Energias Renováveis
- Queimadas no Brasil já preocupam antes mesmo do período seco
Por Guilherme Alves Borges e Ana Clara Marques Mesmo antes da chegada do período mais crítico da estiagem, os números de focos de queimadas no Brasil já acendem um alerta. De janeiro até 19 de maio de 2025, o país acumula 11.388 focos, um número que, embora menor do que o registrado no mesmo período dos últimos dois anos, ainda é alto — principalmente considerando que a estação seca, historicamente responsável pela explosão de incêndios, ainda nem começou. Queimadas no Brasil já preocupam antes mesmo do período seco Comparativo dos focos até 19 de maio Quando olhamos para o mesmo período dos anos anteriores, os números deixam claro que a preocupação é válida. Em 2023, até 19 de maio, o país havia registrado 12.268 focos de queimadas. No ano seguinte, em 2024, esse número disparou para 20.793 focos, quase o dobro. Já em 2025, mesmo com uma queda, ainda são mais de 11 mil focos, o que não deixa de ser expressivo para um período que tradicionalmente é apenas uma prévia do auge das queimadas. Entre os estados que mais acumulam focos até agora em 2025, Mato Grosso lidera, com 1.615 registros, seguido pela Bahia, que soma 1.288 focos — e apresenta, inclusive, um aumento em relação a 2023 e 2024. Tocantins aparece logo atrás, com 931 focos, seguido por Maranhão (906) e Roraima (884 focos). O Pará, que costuma liderar nos picos do segundo semestre, soma até agora 676 focos. É importante destacar que a Bahia é o único estado que apresenta aumento em relação aos dois anos anteriores no mesmo período, enquanto todos os outros estados mostram redução — o que já acende um alerta específico para a região. O padrão das queimadas: o pico vem depois de maio As análises semanais dos últimos dois anos mostram um comportamento muito claro e preocupante: o pico das queimadas no Brasil acontece sistematicamente entre os meses de agosto e outubro. Tanto em 2023 quanto em 2024, os números até maio representaram apenas uma fração do total do ano. A partir de junho, os focos começaram a crescer de maneira acelerada, atingindo volumes semanais superiores a 10 mil focos em 2024 e passando de 8 mil focos por semana em 2023. 2024: um exemplo de alerta Em 2024, o crescimento começou nitidamente na segunda quinzena de junho, com o auge acontecendo entre agosto e setembro, quando o país registrou semanas com mais de 14 mil focos ativos. O mesmo comportamento foi observado em 2023, ainda que com um pico um pouco menor, porém igualmente expressivo, com semanas acumulando entre 8 mil e 11 mil focos ativos. O padrão é muito claro e consistente: os meses de início de ano, embora já preocupantes, representam apenas a prévia do que está por vir na estação seca. É nesse período, que vai de junho até setembro — podendo se estender até outubro — que a combinação de calor extremo, baixa umidade, vegetação seca e ventos fortes, somada às atividades humanas, cria as condições perfeitas para a propagação dos incêndios. Queimadas no Brasil já preocupam antes mesmo do período seco O que esperar das queimadas em 2025? Portanto, mesmo com uma redução nos focos até maio de 2025, não há motivo para tranquilidade. A curva histórica indica que o cenário mais crítico começa a se desenhar exatamente agora, com a entrada no período mais seco do ano — especialmente no Centro-Oeste, Norte e interior do Nordeste. As condições meteorológicas, como a previsão de chuva, temperatura e ventos, serão determinantes para saber se os números de queimadas em 2025 vão se comportar de forma similar aos últimos anos — ou se podemos ter um cenário ainda mais preocupante. Quer saber como se preparar para a próxima temporada de queimadas no seu ativo, sua empresa ou na sua operação? Entre em contato com a Climatempo no link abaixo e fale com nossos especialistas. Queimadas no Brasil já preocupam antes mesmo do período seco
- SolaX Power levará integradores e distribuidores brasileiros para a SNEC e conhecer a fábrica na China
Energia Solar A empresa, que foi primeira a colocar um inversor híbrido no mercado asiático, apresentará as principais inovações do setor de armazenamento de energia Foto: A unidade é considerada uma ‘Fábrica Inteligente’ por ser totalmente automatizada, sustentável e com operação pautada em demandas Por Simone Cesário Assessoria de Imprensa da SolaX Power A SolaX Power estará na SNEC PV Power Expo 2025 - Exposição e Conferência Internacional de Geração de Energia Fotovoltaica e Energia Inteligente – o principal evento mundial do setor, que acontece de 11 a 13 de junho, em Xangai, na China. Nesta edição, a empresa levará integradores e distribuidores parceiros para participar do evento e conhecer a fábrica localizada em Hangzhou, na província de Zhejiang. Anualmente, a feira recebe visitantes do mundo todo para acompanhar as principais tendências do setor fotovoltaico – na edição de 2024, a feira contou com meio milhão de participantes. A SolaX apresentará as principais inovações, com foco nos lançamentos em sistemas BESS para armazenamento de energia, inversores híbridos e baterias. “Vale destacar o pioneirismo da SolaX no mercado chinês e no mundo todo, pois, em 2013, foi a primeira empresa a colocar um inversor híbrido no mercado asiático e, em 2015, a primeira empresa a levar um inversor trifásico ao mercado europeu”, pontua Gilberto Camargos, diretor-executivo da SolaX Power no Brasil. “A SNEC é a principal vitrine anual das novidades e tendências do setor, reunindo os principais players do mercado, com participantes altamente qualificados. É neste contexto que a SolaX levará toda a tecnologia e novidades que trará ao mercado mundial de armazenamento de baterias”, enfatiza Gilberto Camargos. Fábrica Inteligente Integradores e distribuidores brasileiros irão à SNEC com a SolaX e poderão conhecer a fábrica da empresa. A unidade, totalmente automatizada e com uma operação que prima pela sustentabilidade, ocupa uma área total de cerca de 100.000 m², com capacidade de produção de 30GW (8,76 milhões de unidades anuais) em inversor e 7,4GWh (7,3 milhões de unidades anuais) em bateria. Para garantir a fabricação em massa, a unidade é totalmente automatizada e possui 30 linhas de produção de ponta, além de 12 linhas de produção SMT automáticas. A unidade fabril é responsável por todas as etapas para desenvolvimento dos produtos, o que inclui o P&D (Pesquisa e Desenvolvimento), design de processos, fabricação, operações e manutenção, além dos serviços, sendo que todas as etapas são completamente integradas. “Com uma fábrica inteligente foi possível reduzir significativamente as etapas de design de produtos, bem como os cronogramas de aquisição e produção. Dessa forma, a operação torna-se flexível, eficiente, econômica e com qualidade superior”, pontua Camargos. Além disso, trata-se de uma fábrica totalmente sustentável, que utiliza um sistema de gestão de energia para obter o rastreamento digital do consumo de energia e o monitoramento do seu uso, ou seja, a gestão de energia em tempo real, além de utilizar a geração de energia solar. “Levá-los até à fábrica é uma oportunidade para aproximar nossos integradores e distribuidores parceiros aos produtos com os quais lidam diariamente. Eles poderão conhecer como são produzidos os equipamentos, com uma imersão nesse ambiente fabril que dispõe de tecnologia de ponta, já que essa é uma premissa da empresa na produção de seus equipamentos”, destaca o executivo. Sobre a SolaX Power - Fundada em 2012, a SolaX Power é consolidada como uma das principais fornecedoras globais de soluções solares e de armazenamento. Sendo uma empresa de capital aberto na Bolsa de Valores de Xangai e uma das fabricantes pioneiras de inversores híbridos na Ásia, a SolaX Power caminha hoje para a sua quinta geração de inversores híbridos. Com mais de 3.000 funcionários em todo o mundo, 100 patentes globais e mais de 1.100 certificações de mercado, a empresa reforça sua posição como líder no setor. Informações para a Imprensa | Simone Cesário – Jornalista responsávelsimonelovicesario@gmail.com 61 99911.7059 SolaX Power levará integradores e distribuidores brasileiros para a SNEC e conhecer a fábrica na China
- Alta do IOF: Nova medida do governo acende alerta no setor energético e freia competitividade do Brasil
Aumento do imposto sobre operações financeiras dificulta acesso a crédito, desestimula investimentos e ameaça avanços na transição energética Em meio ao esforço para ajustar as contas públicas, o governo federal anunciou o aumento da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), com expectativa de arrecadar R$ 20 bilhões adicionais até o fim de 2025. A medida, no entanto, acendeu um sinal de alerta entre especialistas e investidores, sobretudo nos setores de tecnologia, infraestrutura e energia, que dependem fortemente de crédito, importações e capital estrangeiro. Alta do IOF: Nova medida do governo acende alerta no setor energético e freia competitividade do Brasil A decisão, que acompanha o bloqueio de R$ 31,3 bilhões no Orçamento, tem como justificativa o cumprimento da meta fiscal. Mas, na prática, representa um recuo no ambiente de negócios — justamente num momento em que o país deveria estar incentivando inovação, atração de investimentos e competitividade global. IOF mais alto, acesso mais difícil O impacto do novo IOF será sentido diretamente em diversas frentes: operações de crédito, seguros, investimentos e compra de moeda estrangeira. A alíquota para aquisição de dólares em viagens internacionais, por exemplo, saltou de 1,1% para 3,5%, afetando empresas que participam de feiras, missões comerciais e capacitações no exterior. Mas o maior entrave está no acesso ao financiamento. Com o novo patamar de IOF, o custo efetivo dos empréstimos sobe, dificultando a ampliação de projetos de infraestrutura e a modernização de plantas industriais — especialmente no setor de energia solar, eólica e armazenamento, que exige alto investimento inicial. “Essa medida aumenta o custo Brasil em um momento crítico da transição energética. O setor precisa de previsibilidade e de um ambiente econômico saudável para crescer. O aumento do IOF vai na contramão disso”, afirma um executivo do setor ouvido pelo EnergyChannel . Investimentos ameaçados, inovação em risco O Brasil vive um momento estratégico para a consolidação de sua matriz energética limpa. O país tem avançado em projetos de geração distribuída, hidrogênio verde, e expansão de redes inteligentes. Porém, para manter esse ritmo, é fundamental atrair capital estrangeiro e garantir estabilidade regulatória e fiscal. Com o IOF mais elevado, o país envia um sinal negativo ao investidor internacional, além de tornar menos atrativos os financiamentos externos — que hoje representam uma fonte vital para startups, empresas de energia limpa e grandes empreendimentos de infraestrutura. Caminho oposto ao da inovação Em vez de estimular a modernização e o avanço tecnológico, o aumento do IOF e o bloqueio orçamentário sugerem um movimento de contração. Essa escolha pode custar caro ao país, retardando projetos estratégicos, comprometendo empregos qualificados e dificultando a inserção do Brasil em cadeias globais de valor. Na visão do EnergyChannel , o Brasil precisa urgentemente de uma política fiscal que equilibre responsabilidade com estímulo à inovação e competitividade. Medidas como o aumento do IOF podem gerar receita no curto prazo, mas cobram um alto preço em desenvolvimento e sustentabilidade a longo prazo. EnergyChannel Brasil Acompanhe tudo sobre energia limpa, investimentos e inovação em www.energychannel.co Alta do IOF: Nova medida do governo acende alerta no setor energético e freia competitividade do Brasil
- Brasil celebra o Dia Mundial da Energia em meio a avanços e desafios do setor
Data global reforça o papel estratégico da energia para o desenvolvimento sustentável, inclusão social e enfrentamento das mudanças climáticas Nesta quarta-feira, 29 de maio, o Brasil se une à comunidade internacional para celebrar o Dia Mundial da Energia — uma data simbólica criada nos anos 1980 com o propósito de estimular a reflexão sobre o uso consciente e estratégico dos recursos energéticos no mundo. Em um cenário de transformações aceleradas e pressões ambientais crescentes, a ocasião reacende discussões fundamentais sobre o futuro da matriz energética brasileira. Brasil celebra o Dia Mundial da Energia em meio a avanços e desafios do setor Com uma das matrizes mais limpas do planeta — mais de 80% da eletricidade gerada no Brasil vem de fontes renováveis , como hídrica, solar, eólica e biomassa —, o país figura entre os líderes globais na transição energética. No entanto, apesar dos avanços tecnológicos e da crescente participação de energias sustentáveis, os desafios persistem . Entre eles, destacam-se: a necessidade de universalização do acesso à energia de qualidade , sobretudo em comunidades remotas e regiões vulneráveis; a modernização da infraestrutura elétrica ; a ampliação de soluções de armazenamento e digitalização ; além da promoção de um modelo energético mais justo, acessível e resiliente . Segundo especialistas, o Brasil possui o potencial não apenas para suprir sua demanda interna de forma sustentável, mas também para se tornar um grande exportador de energia limpa e soluções verdes . “ Temos recursos naturais abundantes, tecnologia emergente e capital humano qualificado. O que falta é acelerar políticas públicas integradas que incentivem inovação, inclusão e eficiência energética ”, comenta Fernanda Paiva, pesquisadora do setor elétrico. O Dia Mundial da Energia reforça, ainda, a urgência de discutir o papel do setor no combate às mudanças climáticas . Com metas globais de descarbonização e compromissos assumidos no Acordo de Paris, o setor energético está no centro das estratégias para mitigar os impactos ambientais e reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Brasil celebra o Dia Mundial da Energia em meio a avanços e desafios do setor Transição energética justa: um caminho necessário Nos últimos anos, iniciativas como a geração distribuída , os projetos de energia solar em comunidades periféricas , o crescimento de microrredes e a adoção de baterias de longa duração têm ganhado força como ferramentas de inclusão e desenvolvimento sustentável. No entanto, para que a transição energética seja de fato transformadora, ela precisa ser justa e participativa . Isso significa garantir que as populações historicamente excluídas tenham voz, acesso e benefícios reais no novo modelo de produção e consumo de energia. Neste Dia Mundial da Energia, o recado é claro: o Brasil tem todos os recursos para liderar essa transformação — mas para isso, será necessário mais do que sol e vento. Será preciso visão estratégica, vontade política e compromisso coletivo . EnergyChannel Brasil - Acompanhe nossa cobertura completa sobre energia, inovação e sustentabilidade em www.energychannel.co Brasil celebra o Dia Mundial da Energia em meio a avanços e desafios do setor
- Licenciamento Ambiental: e se o Brasil estivesse prestes a abrir mão do seu próprio freio?
Por Claudia Andrade Num momento em que o Brasil se prepara para sediar a COP30, com os olhos do mundo voltados para nossa responsabilidade ambiental, uma pergunta se impõe: estamos prontos para afrouxar ainda mais as regras que deveriam proteger nosso futuro? Licenciamento Ambiental: e se o Brasil estivesse prestes a abrir mão do seu próprio freio? Aprovado pelo Senado no último dia 21 de maio, o PL 2.159/2021, conhecido como o projeto da Lei Geral do Licenciamento Ambiental, retorna agora à Câmara dos Deputados para análise final. O texto propõe simplificar e unificar normas sobre licenciamento ambiental no país — algo que, à primeira vista, parece necessário. Afinal, quem trabalha com projetos sociais, infraestrutura e tecnologias sustentáveis conhece bem os gargalos do sistema atual: processos morosos, critérios difusos e insegurança jurídica. Mas há uma diferença abissal entre desburocratizar com responsabilidade e flexibilizar com impunidade. A proposta cria, por exemplo, a Licença por Adesão e Compromisso (LAC) — uma espécie de autolicenciamento para atividades consideradas de baixo impacto. Também permite a dispensa de licenciamento para obras públicas e serviços considerados “estratégicos”. E ainda autoriza licenças únicas e renovação automática em certos casos. Parece inofensivo? Parece moderno? Parece eficiente? Mas e quando o “baixo impacto” é mal definido? E quando a dispensa se aplica a estradas, barragens, mineração, expansão urbana em áreas sensíveis? E quando o relatório técnico deixa de ser exigido, substituído por um clique e uma promessa? Estamos falando de um país que ainda registra queimadas recordes na Amazônia, deslizamentos em áreas urbanas, colapsos hídricos no Nordeste, intempéries climáticas no Sul, vidas humanas perdidas e deslocadas todos os dias pela omissão, pela pressa, pela negligência. Não é difícil entender por que setores produtivos pressionam por essa aprovação. Mas é cada vez mais difícil compreender por que as vozes da prudência, da ciência e da justiça socioambiental estão sendo abafadas. O Brasil vive um paradoxo: enquanto busca protagonismo internacional como guardião da biodiversidade e da transição climática, corre o risco de enfraquecer os instrumentos mínimos que impedem que tragédias ambientais sejam “licenciadas” sob o selo da conveniência. O que vale mais: o tempo de um processo ou o tempo de regeneração de uma floresta? O custo de um relatório ou o custo social de um desastre ambiental? A simplificação de hoje ou o preço do colapso climático amanhã? A PL do Licenciamento Ambiental pode até trazer avanços em termos de padronização legal. Mas, do jeito que está, ela também pode se tornar o maior retrocesso ambiental das últimas décadas — silencioso, técnico, legal, mas brutal. Neste exato momento, em que eventos extremos escancaram a urgência de uma agenda ambiental robusta, cabe a nós — cidadãos, profissionais, gestores, eleitores — decidir que tipo de país queremos representar quando a COP30 chegar. Vamos ser lembrados como quem avançou rumo à justiça climática? Ou como quem autorizou, por lei, o desmonte da proteção ambiental em nome da pressa? A decisão está em curso. E o silêncio também é uma forma de licenciamento. Licenciamento Ambiental: e se o Brasil estivesse prestes a abrir mão do seu próprio freio?