Alemanha habilita primeira usina solar a operar como “estabilizadora” da rede elétrica
- EnergyChannel Brasil

- há 10 horas
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Em um movimento considerado histórico por especialistas europeus, a Alemanha acaba de habilitar, pela primeira vez, uma usina solar fotovoltaica para atuar diretamente no balanceamento e estabilização da rede elétrica nacional função tradicionalmente dominada por usinas térmicas e hidrelétricas.

A planta Schkölen, instalada no estado da Turíngia e com capacidade de 37,4 MWp, recebeu a pré-qualificação oficial para prestar serviços de controle automático de frequência (aFRR). O processo envolveu a desenvolvedora Enerparc, sua subsidiária comercializadora Sunnic Lighthouse, a empresa nórdica Entelios e a operadora de transmissão 50Hertz, responsável por uma das principais áreas da rede elétrica alemã.
Solar deixa de ser apenas geradora e passa a ser peça de estabilidade
A autorização marca um salto técnico relevante: pela primeira vez, uma usina fotovoltaica montada no solo atende aos requisitos rígidos do mercado alemão de serviços ancilares aqueles responsáveis por manter a frequência da rede estável em 50 Hz e evitar blecautes.
Na prática, o projeto provou ser capaz de:
Responder em segundos a oscilações de demanda;
Aumentar ou reduzir sua entrega energética conforme solicitado pela operadora;
Atuar como “amortecedor” da rede em momentos críticos.
Essa capacidade abre espaço para que fontes renováveis, antes vistas como variáveis e limitadas, assumam funções estratégicas no sistema elétrico.
Por que isso importa para o setor de energia?
Especialistas descrevem o caso como uma virada de chave para a transição energética europeia. Ao mostrar que parques solares podem prestar serviços de rede, a Alemanha reduz:
Dependência de termelétricas a gás e carvão para estabilização;
Custos operacionais do sistema elétrico;
Emissões associadas ao despacho de reserva rápida.
Para a Enerparc, o marco reforça o potencial tecnológico de sistemas fotovoltaicos combinados com controle avançado e inteligência de operação. Para o mercado europeu, abre portas para dezenas de usinas solares seguirem o mesmo caminho.
O que vem a seguir
Com o sucesso de Schkölen, operadores de rede devem acelerar a criação de novos modelos de remuneração para que fontes renováveis prestem serviços auxiliares de forma competitiva. A expectativa é que outros parques solares e até projetos híbridos combinando fotovoltaica e baterias busquem qualificação ainda em 2025.
Schkölen se torna, assim, um laboratório real da nova fase da transição energética: usinas renováveis que não apenas geram energia limpa, mas também mantêm a rede funcionando com segurança e precisão.
Alemanha habilita primeira usina solar a operar como “estabilizadora” da rede elétrica











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