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- PLV 10/2025: A “REFORMA” QUE NÃO REFORMOU — NOVOS ENCARGOS, MAIS CUSTOS E UM SETOR AINDA MAIS POLÍTICO
Por Arthur Oliveira Li e analisei detalhadamente cada artigo do Projeto de Lei de Conversão nº 10/2025 , que resulta da MPV 1304/2025 . O texto é apresentado como uma “reforma do setor elétrico”, mas, na prática, não reforma nada. Em vez de simplificar, ele amplia encargos, cria novos mecanismos de arrecadação e transfere custos para o consumidor — tanto no Ambiente de Contratação Livre (ACL) quanto no Ambiente de Contratação Regulada (ACR) . Sob o discurso de modernização, o PLV consolida um modelo de expansão estatal travestida de regulação técnica , onde a ANEEL e o MME concentram poder decisório, e o mercado se torna refém de regras futuras e incertas. Na prática, o texto é mais arrecadatório do que reformista , mais político do que técnico , e mais intervencionista do que liberal . O impacto econômico é direto: eleva o custo da energia, reduz a atratividade do mercado livre, desestimula investimentos privados e reintroduz subsídios e encargos cruzados que distorcem preços e penalizam a competitividade industrial. A tão prometida modernização do setor dá lugar a uma colcha de retalhos regulatórios, cujos efeitos reais serão sentidos nas tarifas e no aumento estrutural do PLD (Preço de Liquidação das Diferenças) . A seguir, analiso ponto a ponto os principais dispositivos do PLV 10/2025 e seus reflexos sobre consumidores, geradores, comercializadores e sobre a estabilidade econômica do setor elétrico. ABERTURA DO MERCADO LIVRE: AVANÇO COM RISCOS REGULATÓRIOS O Art. 15 sinaliza a abertura total do mercado livre, permitindo que todos os consumidores escolham seus fornecedores. No entanto, a execução depende de regulamentações futuras da ANEEL e do MME , que podem atrasar o cronograma e criar insegurança jurídica.Sem garantias de neutralidade e transparência, o processo corre o risco de se transformar em mera promessa política, mantendo a concentração nas mãos das distribuidoras e grupos verticalizados. SUPRIDOR DE ÚLTIMA INSTÂNCIA: MECANISMO NECESSÁRIO, MAS ARRISCADO O Art. 2º cria o Supridor de Última Instância (SUI) — importante para garantir o fornecimento em falhas contratuais —, porém a ausência de licitação e a ampla margem de regulamentação posterior abrem espaço para favorecimentos e decisões políticas. O setor ganha em segurança formal, mas perde em previsibilidade e isonomia. AUTOPRODUÇÃO REDEFINIDA: CONCENTRAÇÃO E BARREIRAS DE ENTRADA O Art. 16-B redefine o conceito de autoprodutor, exigindo participação mínima de capital e controle societário direto. O objetivo é coibir fraudes, mas o efeito real é restringir o modelo aos grandes grupos econômicos, excluindo médios e pequenos consumidores. A medida contraria o princípio de democratização do acesso à geração própria e reforça a concentração de mercado. ARMAZENAMENTO DE ENERGIA: O CONTROLE ESTATAL SOBRE A INOVAÇÃO Os §§9º e 10 tratam o armazenamento de energia como infraestrutura pública a ser licitada, transformando o investimento privado em serviço regulado. Isso limita a inovação, reduz a flexibilidade operacional e impõe socialização de custos via TUST/TUSD .A centralização do controle estatal sobre as baterias contrasta com práticas internacionais e compromete a competitividade de um segmento estratégico para a transição energética. TAXA DE FISCALIZAÇÃO (TFc): NOVO ENCARGO SOB OUTRO NOME O Art. 12 cria a Taxa de Fiscalização de Serviços de Energia Elétrica (TFc) , proporcional ao porte do agente e incidindo sobre a energia vendida. Apesar de chamada de taxa, na prática funciona como novo encargo setorial , impactando comercializadoras, autoprodutores e geradores, com inevitável repasse ao consumidor final. PRIORIDADE HÍDRICA E CENTRALIZAÇÃO DE PODER O Art. 4º altera a Política Nacional de Recursos Hídricos , tornando a geração de energia uso prioritário da água. Essa mudança beneficia diretamente a Axia Energia (ex-Eletrobras) , que detém cerca de 70% dos reservatórios nacionais.A medida reforça o modelo centralizador e enfraquece a descentralização energética. Enquanto grandes grupos garantem receita e estabilidade, pequenos produtores rurais e comunidades locais perdem acesso à água, e o consumidor paga a conta via CDE e encargos de capacidade. 1% DAS RECEITAS DAS COMERCIALIZADORAS: O NOVO ENCARGO TRAVESTIDO DE P&D O Art. 6º obriga as comercializadoras a destinarem 1% de sua receita líquida a pesquisa e eficiência energética. É um encargo em tudo, menos no nome.A medida onera empresas com margens estreitas e cria barreiras de entrada para novos agentes, concentrando o mercado e aumentando o custo da energia. ECR E CDE: A SALVAÇÃO TEMPORÁRIA QUE O CONSUMIDOR PAGA O Art. 7º reformula a CDE e cria o Encargo de Complemento de Recursos (ECR) , um mecanismo automático de ajuste orçamentário.Embora mantenha a geração distribuída (GD) protegida no curto prazo, o ECR transfere o custo para os consumidores e reduz a transparência sobre os subsídios.Na prática, a conta continua a mesma: o benefício é privado, e o custo, socializado. CURTAILMENT E COMPENSAÇÃO VIA ESS: SEGURANÇA PARA GERADORES, CUSTO PARA TODOS Os Arts. 1º-A e 1º-B garantem compensação a eólicas e solares por cortes externos, pagos via Encargo de Serviço do Sistema (ESS) .O avanço é importante para as renováveis, mas cria um “seguro obrigatório” pago por todos os consumidores — inclusive do ACL —, elevando encargos e o preço final da energia. COMPARTILHAMENTO DE RISCOS (ART. 2º-E): SEGURO COLETIVO SEM LIMITE A ANEEL passa a poder ratear os custos de restrições sistêmicas entre geradores e consumidores.Na prática, o mecanismo protege os agentes de geração, mas transfere ao consumidor final a conta das falhas estruturais e limitações do sistema. RESERVA DE CAPACIDADE E ARMAZENAMENTO: DESESTÍMULO ÀS BATERIAS E REFORÇO AO CARVÃO O Art. 3º-A exclui as baterias do rateio de custos da reserva de capacidade, tornando-as menos competitivas.Já o Art. 3º-D impõe obrigações às térmicas a carvão — inclusive a instalação de sistemas de armazenamento —, mas sem remuneração adicional.Resultado: o carvão continua subsidiado, e as baterias tornam-se economicamente inviáveis. ERCAP: UM FUNDO SETORIAL ELÁSTICO E POLÍTICO O Art. 3º-E transforma o ERCAP em um fundo setorial “elástico”, que passa a financiar incentivos diversos, inclusive pagamentos acima do PLD .Sob o pretexto de estimular a geração e a resposta da demanda, o ERCAP torna-se um instrumento arrecadatório que concentra benefícios em hidrelétricas reversíveis e térmicas, enquanto eleva encargos e distorce preços para o consumidor do ACL e do ACR. REESTRUTURAÇÃO DA CCEE: UM DOS POUCOS AVANÇOS REAIS O Art. 4º é um dos poucos pontos positivos do PLV.Ele fortalece a governança e a transparência da CCEE , ampliando sua autonomia e suas atribuições institucionais. A medida consolida a CCEE como uma plataforma de infraestrutura de mercado, mais moderna e alinhada às melhores práticas internacionais. CONTRATOS TÉRMICOS E DESCONTOS REGIONAIS: CUSTO NACIONALIZADO Os Arts. 4º-E e 2º-G prorrogam contratos térmicos e concedem descontos tarifários regionais, especialmente na Região Norte.São medidas de cunho político e temporário, que aliviam tarifas locais à custa de todos os consumidores do país, reproduzindo o modelo de socialização de custos e de transferência de riscos ao sistema. REENQUADRAMENTO DE CENTRAIS E REIDI: INCENTIVOS RESTRITOS E DISTORCIDOS O Art. 11 permite que centrais existentes migrem para o regime de micro e minigeração distribuída , aumentando o custo da CDE .O Art. 22 , ao incluir as baterias no REIDI , oferece alívio fiscal limitado, sem resolver o principal problema: a ausência de remuneração adequada pelo serviço de flexibilidade.O resultado é um incentivo aparente e ineficaz, que não atrai novos investimentos nem reduz custos. CONCLUSÃO O PLV 10/2025 é um projeto que fala em reforma , mas o que entrega é arrecadação .Não há reforma estrutural do setor elétrico, não há liberalização efetiva, nem desoneração do consumidor. O que há é uma reorganização de encargos, tarifas e fundos — uma “reforma fiscal” disfarçada de modernização energética. Os mecanismos criados — como ECR , ERCAP , TFc e os novos encargos sobre comercializadoras — funcionam como instrumentos de arrecadação automática. A ANEEL e o MME ganham poder regulatório e discricionário, enquanto o setor privado perde espaço e previsibilidade.O discurso de incentivo à inovação e à sustentabilidade não se sustenta quando o armazenamento é desincentivado, o carvão é premiado e as tarifas continuam subindo. Economicamente, o PLV amplia a complexidade do sistema, eleva o PLD , encarece o custo de capital para novos investimentos e reduz a competitividade industrial. Politicamente, consolida um modelo intervencionista que beneficia grandes grupos, mantém reservas de mercado e posterga a verdadeira modernização que o setor precisa: previsibilidade, isonomia e neutralidade regulatória . Em síntese, o PLV nº 10/2025 representa uma oportunidade perdida.Em vez de corrigir distorções históricas e criar um ambiente favorável à competição e à inovação, reforça a lógica arrecadatória e o controle político sobre um dos setores mais estratégicos da economia brasileira. O resultado previsível será energia mais cara, menor competitividade e mais dependência de decisões centralizadas .O consumidor, mais uma vez, pagará o preço da falta de coragem em realizar uma reforma verdadeira do setor elétrico. PLV 10/2025: A “REFORMA” QUE NÃO REFORMOU — NOVOS ENCARGOS, MAIS CUSTOS E UM SETOR AINDA MAIS POLÍTICO
- Após perdão de Trump, fundador da Binance promete transformar os EUA na “Capital das Criptomoedas”
Changpeng Zhao, bilionário chinês e cofundador da Binance, retoma protagonismo global ao anunciar nova fase da exchange e planos de fortalecer a presença nos Estados Unidos. Após perdão de Trump, fundador da Binance promete transformar os EUA na “Capital das Criptomoedas” Horas depois de receber um perdão presidencial de Donald Trump, o bilionário Changpeng Zhao , conhecido no mundo cripto como CZ , voltou a se pronunciar publicamente com uma mensagem que sinaliza o início de uma nova fase tanto para sua trajetória pessoal quanto para a Binance , a maior corretora de criptomoedas do planeta. “Sou grato pelo perdão e pelo reconhecimento de que inovação e justiça podem caminhar juntas”, escreveu Zhao em sua conta na rede X (ex-Twitter) , durante um voo. “Nosso compromisso é contribuir para que os Estados Unidos se tornem a capital mundial das criptomoedas e liderem a próxima era da Web3.” O gesto do ex-presidente Trump encerra um capítulo conturbado na história de Zhao, que em 2023 admitiu falhas no controle de operações de lavagem de dinheiro dentro da Binance e deixou o cargo de CEO. A condenação, que poderia ter encerrado sua carreira no setor, agora dá lugar a uma reabilitação política e empresarial de peso e reacende o debate sobre o futuro regulatório das criptomoedas nos EUA. Com o perdão, CZ volta ao tabuleiro global com liberdade total para atuar e investir. Fontes ligadas à exchange afirmam que o executivo pretende reforçar a presença institucional da Binance no mercado norte-americano , onde enfrenta forte concorrência de plataformas locais e um cenário regulatório ainda incerto. Especialistas veem o movimento como estratégico: ao se alinhar ao discurso pró-inovação e pró-cripto de Trump, Zhao pode garantir uma nova rodada de confiança do mercado , especialmente entre investidores que buscam segurança em ativos digitais. O retorno de CZ acontece em um momento de transformação do ecossistema cripto. Com a expansão das stablecoins, da tokenização de ativos reais e do crescimento da Web3 , o bilionário volta a posicionar a Binance como protagonista em um setor que busca amadurecimento e integração com o sistema financeiro tradicional. Para o EnergyChannel, o caso ilustra como a política e a inovação tecnológica estão cada vez mais entrelaçadas e como decisões de alto impacto, como o perdão de Zhao, podem redefinir o futuro da economia digital global. Após perdão de Trump, fundador da Binance promete transformar os EUA na “Capital das Criptomoedas”
- CGN Brasil Energia e Goldwind firmam parceria para projeto-piloto de armazenamento de energia para complexo eólico na Bahia
Iniciativa busca reduzir curtailment e aprimorar a eficiência operacional de usinas renováveis CGN Brasil Energia e Goldwind firmam parceria para projeto-piloto de armazenamento de energia para complexo eólico na Bahia A CGN Brasil Energia e a Goldwind assinaram durante o Brazil Windpower, o maior evento de energia eólica da América Latina, realizado entre 28 e 30 de outubro em São Paulo (SP), um contrato de cooperação. O acordo prevê a implantação de um projeto-piloto de armazenamento de energia em baterias (BESS) no Complexo Eólico Tanque Novo, na Bahia.Com potência de 745 kW e capacidade de 1,49 MWh, o sistema será instalado em uma das turbinas do parque eólico e tem como principal objetivo reduzir as perdas de geração causadas por restrições da rede elétrica ( curtailment ). A iniciativa permitirá armazenar a energia excedente durante períodos de limitação de escoamento e disponibilizá-la posteriormente, dentro dos limites contratuais, aumentando a eficiência do aproveitamento da energia renovável produzida. O projeto integra a estratégia conjunta das duas empresas de avaliar em ambiente real de operação, soluções tecnológicas que fortaleçam a estabilidade e a flexibilidade do sistema elétrico brasileiro, contribuindo para a integração mais inteligente das fontes eólicas ao Sistema Interligado Nacional (SIN). “O armazenamento de energia é um dos pilares da transição energética e uma ferramenta essencial para o aproveitamento integral do potencial renovável do Brasil. Este projeto demonstra o compromisso da CGN com a inovação e com o desenvolvimento sustentável do setor elétrico brasileiro”, afirma Isabela Barata, gerente de Desenvolvimento de Negócios da CGN Brasil Energia. Para a Goldwind, “é uma grande oportunidade firmar essa parceria com a CGN Brasil Energia em um projeto pioneiro que une tecnologia de ponta e experiência operacional. O sistema de baterias de 745 kW / 1,49 MWh foi desenvolvido para oferecer confiabilidade, segurança e flexibilidade, contribuindo diretamente para a redução do curtailment e a maximização da entrega de energia limpa”, destaca Liang Xuan, general manager da Goldwind Brazil. De caráter experimental, o projeto Tanque Novo BESS representa um marco na introdução de soluções de armazenamento em empreendimentos eólicos no Brasil e deve gerar aprendizados técnicos e regulatórios relevantes para a expansão dessa tecnologia no país. A parceria reforça o papel da CGN Brasil e da Goldwind como protagonistas na transição energética e na promoção de um sistema elétrico mais eficiente, resiliente e sustentável. CGN Brasil Energia e Goldwind firmam parceria para projeto-piloto de armazenamento de energia para complexo eólico na Bahia
- Brasil e Europa nas cadeias de biometano: oportunidades, barreiras e cooperação tecnológica
Por Laís Víctor – Especialista em energias renováveis e Diretora executiva Brasil e Europa nas cadeias de biometano: oportunidades, barreiras e cooperação tecnológica O biometano como elo entre continentes Entre metas climáticas ambiciosas e uma corrida por autonomia energética, o biometano emerge como uma ponte invisível, mas decisiva, entre Brasil e Europa.De um lado, o continente europeu acelera sua transição energética em busca de segurança e soberania, impulsionado pela crise do gás e pela necessidade de reduzir a dependência de combustíveis fósseis. De outro, o Brasil reúne todos os ingredientes de uma potência verde: território extenso, abundância de biomassa e décadas de experiência com biocombustíveis. Essa combinação não é apenas complementar; ela é estratégica. A Europa precisa de fornecedores confiáveis de biometano certificado, e o Brasil tem condições técnicas e naturais para ocupar esse papel. A questão é: estamos preparados para nos posicionar antes que essa janela de oportunidade se feche? Mais do que um combustível limpo, o biometano representa uma oportunidade de reposicionar o país na economia global de baixo carbono. Mas isso exige mais do que potencial: requer regulação estável, confiança técnica, infraestrutura adequada e convergência política. A Europa avança e dita o ritmo Desde 2022, o plano REPowerEU tem redesenhado o mapa energético europeu ao estabelecer a ambiciosa meta de produzir 35 bilhões de metros cúbicos de biometano por ano até 2030, posicionando esse combustível como um dos pilares da transição para gases renováveis. Para sustentar essa meta, a European Commission lançou, durante a European Sustainable Energy Week , a Biomethane Industrial Partnership (BIP) — uma iniciativa que une governos, empresas e centros de pesquisa em torno de um mesmo propósito: transformar o biometano em vetor de segurança energética e competitividade industrial. Entre os países que lideram esse movimento, a Dinamarca se destaca como referência global. De acordo com a International Energy Agency (IEA) , o país já alcançou 37,9% de participação de biometano e biogás renovável em sua rede de gás, um marco que demonstra como políticas consistentes e integração tecnológica podem acelerar a descarbonização sem comprometer a segurança do abastecimento. A trajetória europeia mostra que o biometano não é apenas uma alternativa ao gás fóssil, é um instrumento de soberania energética e de reindustrialização verde. No entanto, os desafios ainda são significativos: custos de implantação elevados, assimetrias regulatórias e limitações de crédito dificultam a expansão do setor em escala continental. É justamente nesse contexto que enxergo uma oportunidade estratégica para o Brasil. Enquanto a Europa busca parceiros confiáveis e sustentáveis para diversificar seu suprimento de energia limpa, o país reúne condições únicas, abundância de biomassa, experiência em bioenergia e crescente capacidade técnica, para se consolidar como protagonista na oferta de moléculas renováveis e na cooperação tecnológica internacional. A convergência entre o avanço europeu e o potencial brasileiro pode redefinir não apenas a geopolítica dos biocombustíveis, mas também o papel do Brasil na nova economia verde global. O Brasil, potência verde ainda em espera De acordo com o Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE 2035) da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o Brasil possui potencial técnico superior a 120 milhões de metros cúbicos diários de biometano, o equivalente a aproximadamente 40% da demanda nacional de gás natural.Esse volume é suficiente para substituir parte relevante das importações e ainda gerar excedentes para exportação. As fontes estão distribuídas entre resíduos agroindustriais, urbanos e pecuários. O setor sucroenergético responde por mais de um terço desse potencial, seguido pela agropecuária (com destaque para a suinocultura) e pelos resíduos sólidos urbanos. O país tem a biomassa, a tecnologia e a experiência, mas carece de escala, integração e governança. Nos últimos anos, houve avanços importantes. A Lei nº 14.993/2024 e o Decreto nº 12.614/2025 instituíram o Programa Nacional de Biometano e criaram o Certificado de Garantia de Origem do Biometano (CGOB), passo essencial para rastrear e comprovar o desempenho ambiental do combustível. Essa certificação será decisiva para atender às exigências da Diretiva Europeia de Energias Renováveis (RED III) e abrir caminho para exportações. Mas, enquanto a regulação amadurece, a infraestrutura e o financiamento ainda caminham lentamente. O Brasil tem a base produtiva, mas falta transformar política pública em mercado. A ponte energética: tecnologia e confiança A cooperação tecnológica é o alicerce que pode transformar potencial em integração. A Parceria Energética Brasil–Alemanha (BEP) tem atuado nesse sentido, com grupos de trabalho dedicados à certificação de origem, rastreabilidade e compatibilidade entre sistemas de medição. Essa troca técnica aproxima os padrões nacionais dos europeus e abre caminho para o reconhecimento mútuo das garantias de origem. Empresas europeias especializadas em purificação, upgrading, compressão e liquefação (Bio-GNL) já avaliam o mercado brasileiro como destino prioritário para parcerias. Há espaço para joint ventures e co-investimentos em polos de biometano, principalmente nas regiões Centro-Oeste e Sul, onde o agronegócio e a produção de resíduos agrícolas convergem. Transformar parcerias pontuais em cooperação institucional é o próximo passo. A interoperabilidade regulatória e tecnológica é o que permitirá ao Brasil deixar de exportar biomassa para exportar energia de fato, em forma de moléculas de baixo carbono. O biometano como negócio e não apenas energia O biometano não é apenas um combustível: é uma plataforma econômica de baixo carbono. Pode abastecer frotas urbanas e agrícolas, substituir o gás natural fóssil em indústrias e gerar créditos de carbono.Em um cenário de precificação de carbono crescente, trata-se de um ativo estratégico tanto para a transição energética quanto para a competitividade industrial. Empresas globais já percebem esse movimento. A BP anunciou planos para desenvolver nove projetos de biometano no Brasil, começando por uma planta em Goiás com produção estimada em 70 mil m³/dia a partir de bagaço de cana. Outros grupos, como Raízen e Vibra Energia, também estudam investimentos para integrar biogás e biometano em suas cadeias de valor. Segundo o Rabobank (2024), o custo de produção brasileiro já se mostra competitivo com o gás natural importado, especialmente quando associado à cogeração de etanol e energia elétrica. Essa sinergia coloca o país em posição privilegiada para atrair capital europeu voltado à substituição de combustíveis fósseis. Os entraves ainda são domésticos Mesmo diante de tamanha oportunidade, os gargalos continuam sendo internos.A regulação de injeção na rede de gás ainda é fragmentada, a burocracia ambiental retarda licenças e a tributação sobre biometano carece de previsibilidade.O financiamento também segue desafiador: embora o BNDES disponha de linhas sustentáveis, os modelos de crédito ainda não se adequam à natureza descentralizada dos projetos de biogás e biometano. Soluções passam por mecanismos de blended finance, que combinam capital público, privado e climático. O Banco Europeu de Investimento (BEI) já manifestou interesse em apoiar projetos de biometano no Brasil, mas a consolidação dessa ponte financeira depende de marcos estáveis e transparência de dados. A certificação internacional é outro obstáculo. Para que o biometano brasileiro seja reconhecido pela União Europeia, será necessário harmonizar o CGOB com a Union Database e garantir auditorias independentes. Essa interoperabilidade é o que dará credibilidade às exportações e abrirá portas para contratos de longo prazo. Da cooperação técnica à integração de mercados Sem integração regulatória e confiança técnica, não haverá mercado internacional de biometano.O potencial produtivo, por si só, não basta. O Brasil precisa de uma estratégia nacional coordenada, unindo governo, setor privado e instituições financeiras em torno de um objetivo comum: transformar biomassa em valor agregado. O biometano pode se tornar o vetor de uma nova fase da relação energética entre Brasil e Europa.O continente europeu quer gás renovável certificado; o Brasil tem biomassa, tecnologia e experiência em bioenergia. A convergência entre esses dois mundos pode redefinir não só o papel do país nas cadeias de energia limpa, mas também sua relevância geopolítica. A transição energética é mais que uma corrida por novas fontes, é uma disputa por protagonismo tecnológico e reputacional. A Europa já se move. O Brasil precisa decidir se quer liderar essa transição ou apenas assisti-la. O tempo da cooperação é agora O biometano representa uma das oportunidades mais tangíveis para o Brasil se consolidar como protagonista da transição energética global. Temos base produtiva, capital humano e uma matriz majoritariamente renovável, ativos que poucos países possuem. O que falta é decisão política e pragmatismo regulatório. A integração com a Europa pode acelerar esse processo, mas o relógio está correndo. Se o país não avançar em certificação, infraestrutura e incentivos, outros ocuparão esse espaço e voltaremos a exportar commodities enquanto importamos tecnologia. O biometano não é apenas uma molécula limpa: é uma ponte de confiança entre economias que acreditam no mesmo futuro, um futuro em que sustentabilidade, segurança energética e cooperação internacional caminham lado a lado. O momento de atravessar essa ponte é agora. Sobre a autora Laís Víctor é especialista em energias renováveis e diretora executiva de parcerias, com 14 anos de atuação no setor de energia. Sua atuação inclui o desenvolvimento de negócios, estruturação de alianças estratégicas e apoio à atração de investimentos para projetos de transição energética, com foco na construção de ecossistemas sustentáveis e inovação no mercado global de renováveis. Brasil e Europa nas cadeias de biometano: oportunidades, barreiras e cooperação tecnológica
- A COP30 será palco de embates cruciais: entre o futuro sustentável e os interesses fósseis, a sociedade civil precisa estar mais presente do que nunca
Enquanto Belém se prepara para sediar a COP30, cresce a tensão sobre a influência dos lobistas da indústria do petróleo nas negociações climáticas. A COP30 será palco de embates cruciais: entre o futuro sustentável e os interesses fósseis, a sociedade civil precisa estar mais presente do que nunca Segundo levantamento recente, mais de 260 organizações ambientais exigem maior transparência e o veto à presença desses representantes, que historicamente atuam para frear avanços na transição energética. A pressão é legítima: os lobistas não fazem parte das delegações oficiais, mas circulam nos bastidores das COPs com o objetivo claro de proteger os interesses de empresas que lucram com a destruição ambiental. A indústria do petróleo é poderosa, bem financiada e estrategicamente articulada. Seus lobistas são profissionais altamente capacitados, treinados para travar o progresso rumo à descarbonização. Um dos alvos preferenciais dessa ofensiva é o carro elétrico , constantemente atacado por campanhas que tentam desacreditá-lo. Alegações infundadas sobre a pegada ambiental das baterias ou a suposta inviabilidade econômica são amplamente disseminadas, muitas vezes por estudos financiados por grupos ligados ao petróleo. Mas a verdade é que o carro elétrico representa um pilar fundamental da transição energética . Ele é mais eficiente, silencioso, e sobretudo, limpo . Ao contrário dos veículos a combustão, não despeja óleo nas vias, que com as chuvas escorre para os lençóis freáticos, contaminando solos e rios. Além disso, possui menos componentes mecânicos, o que reduz a necessidade de manutenção e o consumo de recursos naturais. É um caminho sem volta não apenas por razões ambientais, mas porque é tecnologicamente superior . A tentativa da indústria fóssil de desacreditar o carro elétrico é parte de uma estratégia maior: manter a inércia da opinião pública . Ao financiar estudos enviesados e campanhas de desinformação, essas empresas tentam criar dúvidas, atrasar decisões e perpetuar um modelo energético insustentável. É por isso que eventos como a COP precisam ser abertos, transparentes e participativos . Quanto mais espaço para ativistas, cientistas independentes e representantes da sociedade civil, maior a chance de equilibrar o jogo e garantir que as decisões reflitam o que é melhor para o planeta e, por consequência, para o ser humano. Porque o ser humano não é um ente separado da natureza. Somos parte de um circuito complexo e harmonioso de biodiversidade. Quando destruímos florestas, poluímos rios ou alteramos o clima, estamos comprometendo nossa própria sobrevivência . A justiça climática não é um conceito abstrato: ela significa proteger os mais vulneráveis, financiar adaptações em comunidades afetadas e preservar o que ainda resta dos ecossistemas. A COP30 tem tudo para ser a mais participativa de todas. A escolha de Belém como sede é simbólica: está no coração da Amazônia, uma das regiões mais ameaçadas e ao mesmo tempo mais vitais para o equilíbrio climático global. A presença ativa da sociedade civil, de povos originários e de jovens engajados será essencial para inaugurar um novo momento nas convenções sobre o clima um momento em que o cidadão não apenas observa, mas atua . E que fique claro: não serão os lobistas da indústria do petróleo que irão estragar esse evento . Eles estarão sob os olhos atentos de quem acredita que ainda é possível reverter o aquecimento global. A COP30 será um marco não apenas pelas decisões que serão tomadas, mas pela força de quem estará lá para garantir que essas decisões sejam justas, sustentáveis e verdadeiramente voltadas para o bem comum. A COP30 será palco de embates cruciais: entre o futuro sustentável e os interesses fósseis, a sociedade civil precisa estar mais presente do que nunca Por Renato Zimmermann – Desenvolvedor de Negócios Sustentáveis e Ativista da Transição Energética
- Apple expande investimentos em energia limpa e anuncia 650 MW em novos projetos renováveis na Europa
Meta é garantir que toda a energia usada por clientes da marca seja proveniente de fontes renováveis até 2030 Apple expande investimentos em energia limpa e anuncia 650 MW em novos projetos renováveis na Europa A Apple anunciou um novo avanço em sua estratégia global de sustentabilidade com a assinatura de acordos para o desenvolvimento de 650 megawatts (MW) em energia solar e eólica na Europa. A iniciativa integra o plano da companhia de reduzir as emissões associadas ao uso de seus produtos e aproximar-se da meta de neutralidade de carbono até 2030 . De acordo com o relatório ambiental mais recente da empresa, quase um terço (29%) da pegada de carbono da Apple vem do uso cotidiano dos dispositivos por seus consumidores — uma parcela significativa do impacto ambiental da marca. Para compensar essa energia consumida, a empresa está investindo em novos empreendimentos renováveis em cinco países europeus: Grécia, Itália, Letônia, Polônia e Romênia . Esses projetos devem adicionar mais de 1 milhão de MWh de eletricidade limpa à rede europeia até o fim da década , o equivalente ao consumo anual de centenas de milhares de residências. O investimento total supera US$ 600 milhões , fortalecendo o compromisso da Apple com a transição energética e com o desenvolvimento econômico sustentável nas regiões envolvidas. “Até 2030, queremos que cada carga de iPhone e cada hora de uso de Mac sejam alimentadas por energia 100% limpa”, afirmou Lisa Jackson , vice-presidente de Meio Ambiente, Políticas e Iniciativas Sociais da Apple. “Esses novos projetos nos aproximam da nossa meta ‘Apple 2030’ e fortalecem as comunidades locais, criando empregos e estimulando economias sustentáveis em toda a Europa.” Além da Europa, a empresa já opera ou financia usinas solares e eólicas em mais de 20 países , buscando garantir que toda a cadeia de produção, distribuição e uso de seus produtos esteja alinhada ao compromisso de zerar emissões líquidas de carbono . Com o novo pacote de investimentos, a Apple reafirma seu papel de liderança na corrida global por soluções energéticas limpas e tecnológicas , reforçando a tendência de que grandes corporações de tecnologia passem a atuar também como agentes de transformação climática . Apple expande investimentos em energia limpa e anuncia 650 MW em novos projetos renováveis na Europa
- COP30 e o papel da logística reversa na transição para a economia circular
A COP30, que acontecerá em novembro, evidenciará assuntos voltados ao combate das mudanças climáticas, como economia circular e logística reversa, temas que são pilares fundamentais para a atuação e o propósito da Reciclus - Associação Brasileira para a Gestão de Logística Reversa de Produtos de Iluminação. COP30 e o papel da logística reversa na transição para a economia circular A economia circular é um modelo econômico que propõe um novo jeito de produzir e consumir, diferente do sistema tradicional linear, resumidamente baseado em “extrair, produzir, usar e descartar”. A ideia é fazer com que os produtos, materiais e recursos permaneçam em uso pelo maior tempo possível, sendo reutilizados, reciclados ou transformados em novos produtos ao final de sua vida útil. Em vez de gerar resíduos, tudo é pensado para voltar ao ciclo produtivo. A logística reversa é uma ferramenta essencial da economia circular, uma vez que permite que produtos e materiais, depois de usados, voltem ao ciclo produtivo. Esse fluxo funciona como um “caminho de volta”: o consumidor devolve o item (como lâmpadas fluorescentes, pilhas, embalagens etc.) a um ponto de entrega especializado, e as empresas responsáveis se encarregam de dar a destinação correta, seja por meio da reciclagem, do reaproveitamento de partes ou realizando o descarte ambientalmente adequado dos resíduos. A logística reversa está prevista na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei nº 12.305/2010, e estabelece a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida desses produtos, visando a redução do impacto ambiental e do desperdício de recursos, além de estimular o consumo responsável. No caso das lâmpadas fluorescentes, foco de atuação da Reciclus, a logística reversa tem um papel essencial. Esses produtos contêm mercúrio - uma substância tóxica -, além de materiais como vidro e alumínio. Quando descartadas de forma incorreta, as lâmpadas fluorescentes causam sérios impactos ambientais, pois o mercúrio contido nelas contamina o solo, os lençóis freáticos e os animais, além de ser um risco para a saúde humana. Por meio da operação de logística reversa da Reciclus, o mercúrio é destinado de modo ambientalmente adequado, de acordo com a legislação de cada localidade, o vidro, majoritariamente, é reciclado e, consequentemente, reintroduzido em produções industriais, assim como os componentes metálicos. Esse ciclo evidencia a transformação de resíduos em recursos e reforça, na prática, os princípios da economia circular. Nesse sentido, a COP30 representa uma importante oportunidade para que o Brasil assuma protagonismo na transição para a economia circular, consolidando práticas como a logística reversa como pilares centrais das estratégias climáticas globais. Conectado a isso, a Reciclus desempenha um papel estratégico ao unir responsabilidade ambiental e compromisso social: de um lado, atua na mitigação dos riscos associados ao descarte inadequado de lâmpadas fluorescentes, viabilizando a coleta e o tratamento seguro de lâmpadas que contêm mercúrio; de outro, promove a conscientização e o engajamento por meio do Programa Reciclus Educa, que produz e distribui gratuitamente materiais de educação ambiental para escolas públicas e privadas de todo o país, fomentando a construção da consciência ambiental coletiva. A ação em prol de um presente e um futuro mais sustentáveis perpassa a integração entre política, tecnologia e educação, elementos que, juntos, transformam o ciclo de vida dos produtos e redefinem o significado do descarte. * João Pedro Gomes dos Santos é Engenheiro Ambiental da Reciclus. Sobre a Reciclus Desde 2017, a Reciclus – Associação Brasileira para a Gestão da Logística Reversa de Produtos de Iluminação – desempenha o papel de entidade gestora da logística reversa de lâmpadas com mercúrio no Brasil. A organização operacionaliza a coleta segura, o transporte e a destinação adequada em parceria com recicladoras e transportadoras homologadas. Desde o início de suas operações, foram coletadas mais de 51 milhões de lâmpadas fluorescentes nos quase 4 mil pontos de coleta disponibilizados pela Reciclus. Comprometida com a construção da Educação Ambiental, concentra esforços na produção e disseminação de conhecimento, especialmente para crianças e jovens, por meio do Programa Reciclus Educa. O objetivo é oferecer gratuitamente materiais educativos sobre educação ambiental para professores e alunos de escolas públicas e privadas. No total, até o momento, foram mais de 130 mil exemplares de "A Cartilha do Bem" e mais de 53 mil revistas "Turma da Mônica: Uma ideia brilhante" distribuídos por todo o Brasil. Além disso, o Programa já ultrapassou a marca de mil professores capacitados. COP30 e o papel da logística reversa na transição para a economia circular
- Paraguai endurece combate ao crime organizado e declara CV e PCC como organizações terroristas
Medida reflete o avanço das facções brasileiras além das fronteiras e coloca o país em sintonia com a política internacional de enfrentamento ao terrorismo e ao crime transnacional. Paraguai endurece combate ao crime organizado e declara CV e PCC como organizações terroristas Assunção — Em uma decisão que marca um novo capítulo na segurança regional da América do Sul, o governo do Paraguai classificou oficialmente o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC) como organizações terroristas internacionais . O decreto foi publicado nesta sexta-feira (31) pelo presidente Santiago Peña , após meses de monitoramento por órgãos de inteligência e segurança nacional. A medida ocorre em meio à crescente preocupação das autoridades paraguaias com o avanço das facções criminosas brasileiras em território paraguaio, especialmente nas regiões de fronteira com o Brasil, como Pedro Juan Caballero e Ciudad del Este — áreas conhecidas por intensa movimentação de contrabando, tráfico de drogas e armas. “As estruturas do CV e do PCC apresentam características típicas de organizações terroristas internacionais, com redes financeiras e operacionais transnacionais”, destaca o decreto assinado por Peña. Análise de risco e presença no país De acordo com o Conselho de Defesa Nacional do Paraguai órgão que reúne os ministérios do Interior, Defesa e Relações Exteriores, as facções atuam com modus operandi semelhante ao de grupos terroristas , incluindo o uso de violência extrema, financiamento por meio de atividades ilícitas e controle territorial. As investigações apontam que integrantes das duas organizações estão operando no Paraguai há anos , utilizando o país como rota estratégica para o tráfico e a lavagem de dinheiro. A decisão segue o modelo adotado por outras nações que vêm ampliando o conceito de terrorismo para incluir organizações criminosas transnacionais que ameaçam a estabilidade social e econômica. Escalada regional e cooperação internacional O decreto surge após uma megaoperação policial no Rio de Janeiro , que resultou na morte de mais de 120 suspeitos ligados ao Comando Vermelho. O impacto dessas ações reforçou a urgência de uma postura mais dura frente ao crime organizado que opera sem fronteiras. Nos últimos meses, o Paraguai também incluiu em sua lista de organizações terroristas o Cartel de los Soles grupo vinculado ao regime venezuelano e as estruturas da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã , além das milícias do Hezbollah , Hamas , Al Qaeda e Estado Islâmico . Com isso, o país se posiciona como aliado estratégico dos Estados Unidos e de outras potências ocidentais na luta contra o terrorismo e o narcotráfico. Impactos e desafios Especialistas em segurança consultados pelo EnergyChannel afirmam que a medida representa um avanço institucional importante , mas alertam que o desafio será transformar a classificação em ações concretas de cooperação, inteligência e controle de fronteiras. “A declaração tem peso político e simbólico, mas o combate efetivo depende de integração regional e investimentos em tecnologia de monitoramento”, avalia um pesquisador do Centro de Estudos de Segurança do Cone Sul. A decisão do governo paraguaio pode abrir caminho para novos acordos bilaterais com o Brasil e ampliar o intercâmbio de informações sobre finanças ilícitas, movimentações de líderes criminosos e operações de tráfico. Conclusão A designação do Comando Vermelho e do PCC como organizações terroristas internacionais reforça a percepção de que o crime organizado na América do Sul ultrapassou há muito as fronteiras nacionais. O Paraguai dá um passo firme para alinhar sua política de segurança aos padrões internacionais e sinaliza que o enfrentamento ao narcotráfico e à corrupção financeira tornou-se uma questão de Estado . Paraguai endurece combate ao crime organizado e declara CV e PCC como organizações terroristas
- Solis impulsiona o futuro do armazenamento de energia e apresenta inovações para em Roadshow de Sucesso em Campinas
Campinas, Brasil — 10 de Outubro de 2025 — A Ginlong (Solis) Technologies, uma das líderes globais na fabricação de inversores fotovoltaicos, realizou com grande sucesso o Roadshow Solis Campinas no prestigiado Royal Palm Plaza. Solis impulsiona o futuro do armazenamento de energia e apresenta inovações para em Roadshow de Sucesso em Campinas O evento, focado nas tendências e inovações do setor, especialmente em armazenamento de energia, reuniu instaladores e profissionais do mercado para uma jornada de conhecimento e networking. O Roadshow destacou-se pela presença de parceiros estratégicos de renome: LONGi, Dyness e Canal Solar, que contribuíram com conteúdo técnico de alto valor, reforçando o compromisso da Solis em promover a excelência e a capacitação no mercado brasileiro. Foco em Armazenamento e Capacitação Técnica O evento teve como foco principal o armazenamento de energia, um elemento essencial para o futuro da matriz energética. A palestra do Canal Solar contribuiu significativamente ao compartilhar conhecimentos práticos com os instaladores, abordando o projeto e dimensionamento de sistemas híbridos com baterias, ferramentas que permitem simulações precisas. Dyness: apresentou inovações em baterias e trouxe ao público seu portfólio completo de baterias e tecnologias exclusivas. Durante sua participação, a empresa apresentou uma análise detalhada sobre as perspectivas do setor nos próximos anos, destacando o crescimento acelerado e a relevância estratégica dessa tecnologia no Brasil. A LONGi, referência global em módulos solares, marcou presença com a apresentação da linha Horizon Series. A empresa ofereceu conteúdo técnico valioso, ensinando os instaladores a reconhecerem as características dos módulos HPBC 2.0. Solis Revela Inovações Tecnológicas para 2025 Como anfitriã, a Solis utilizou o Roadshow de Campinas como palco para apresentar suas novidades e atualizações de produtos programadas para 2025, reafirmando sua posição de liderança como fabricante global de inversores fotovoltaicos. Atualizações na Linha de Inversores Residenciais: • Os modelos S6-GR1P(4-6)K-S e S6-GR1P(8-10)K03 receberam um aprimoramento significativo: a corrente de entrada foi ampliada para 21A. Este avanço torna os inversores totalmente compatíveis com os módulos fotovoltaicos de alta potência mais recentes do mercado. • Além disso, estes inversores agora contam com uma porta RS485 extra, facilitando a comunicação com sistemas e dispositivos terceiros, o que aumenta a flexibilidade e integração dos projetos residenciais. Inovações na Linha de Inversores Trifásicos: • O destaque na linha trifásica é o inversor S6-GC(50-75)K-LV. Sua nova construção simplificada elimina a necessidade de balanceamento de cargas devido aos power modules, resultando em um processo de instalação e projeto mais simples e dinâmicos. • A tensão de entrada deste modelo foi ampliada para 1.100V, permitindo o uso de strings mais longas, o que se traduz em redução de custos com cabos e maior eficiência para projetos comerciais e industriais. Grande Destaque: A Expansão da Linha de Inversores Híbridos O ponto alto da apresentação da Solis foi a demonstração de sua linha expandida de inversores híbridos, que atende a uma demanda crescente por soluções de autoconsumo com backup de energia: Linha Residencial: • Híbrido Split Phase 127/220V: Solução específica para o mercado brasileiro, compatível com redes split phase atendendo as cargas do backup em 127 e 220v, flexível como o Brasil precisa • S6-EH3P(7-10)K02-LV-YD-L: O primeiro inversor trifásico 220V compatível com baterias de baixa tensão (LV - 48V) da linha Solis. Com potência perfeita para chácaras, comércios e residências trifásicas. •Linha C&I (Comercial e Industrial): • S6-EH3P(30-50)K-H, S6-EH3P(75-125)K10-NV: São as linhas de Inversores híbrido de alta potência, ideais para grandes projetos C&I com baterias HV. Suportam 100% de overload, 21A de corrente de entrada e 2 portas backup, oferecendo toda a potência e flexibilidade para projetos de armazenamento de energia. Sobre a SolisFundada em 2005, a Ginlong (Solis) Technologies (Código de Ações: 300763.SZ ) é uma das maiores e mais experientes fabricantes de inversores fotovoltaicos de string. Sob a marca Solis, o portfólio da empresa utiliza tecnologia inovadora de inversores para oferecer confiabilidade de primeira classe, validada pelas certificações internacionais mais exigentes. Com uma cadeia de suprimentos global, P&D de nível mundial e capacidades avançadas de fabricação, a Ginlong otimiza seus inversores para cada mercado regional, oferecendo suporte a seus clientes com uma equipe de especialistas locais. Para mais informações, visite https://www.solisinverters.com/br . Solis impulsiona o futuro do armazenamento de energia e apresenta inovações para em Roadshow de Sucesso em Campinas
- JA Solar e 5B firmam parceria estratégica para acelerar expansão solar na Austrália Ocidental
Acordo firmado durante a All Energy Australia 2025 prevê fornecimento de mais de 100 MW em módulos fotovoltaicos da série DeepBlue 4.0 Pro para um dos maiores projetos solares da região. JA Solar e 5B firmam parceria estratégica para acelerar expansão solar na Austrália Ocidental Durante a edição 2025 da All Energy Australia , em Melbourne, a JA Solar e a empresa australiana 5B anunciaram um acordo histórico para fornecimento de módulos solares destinados a um projeto de mais de 100 MW na Austrália Ocidental . O contrato marca o maior volume de colaboração já firmado entre as duas companhias e reforça a crescente integração entre inovação tecnológica global e soluções de engenharia locais. O projeto utilizará os módulos de alta eficiência DeepBlue 4.0 Pro da JA Solar, reconhecidos mundialmente por sua durabilidade e desempenho em condições climáticas extremas. Esses módulos serão integrados ao sistema Maverick , tecnologia desenvolvida pela 5B que permite instalação rápida, modular e reimplantável de usinas solares — reduzindo custos e prazos de implantação de forma significativa. Segundo a 5B, o Maverick foi projetado para resistir a ventos de até 93 metros por segundo , garantindo segurança e estabilidade mesmo durante a temporada de tempestades severas na Austrália. Essa robustez, aliada à eficiência energética dos módulos da JA Solar, cria uma combinação que otimiza tanto o investimento inicial quanto a performance operacional a longo prazo. “Este acordo representa mais do que um contrato de fornecimento. É uma demonstração de como a tecnologia global e a engenharia local podem se unir para gerar impacto real”, afirmou Daniel Li , vice-presidente da JA Solar para Ásia Oriental e Pacífico Sul. “A sinergia entre os módulos DeepBlue 4.0 Pro e o sistema Maverick oferece soluções escaláveis, seguras e adaptadas às condições únicas do mercado australiano.” O anúncio contou com a presença de David Griffin , CEO da 5B, além de representantes técnicos e regionais das duas empresas, destacando o caráter estratégico da parceria. Com foco em acelerar a transição energética australiana , o projeto reflete um movimento mais amplo de cooperação internacional no setor solar, combinando tecnologia de ponta e inovação local para impulsionar a geração renovável em larga escala. JA Solar e 5B firmam parceria estratégica para acelerar expansão solar na Austrália Ocidental
- Mercado solar global deve ultrapassar US$ 115 bilhões até 2030, impulsionado pela Ásia e novas dinâmicas geopolíticas
Expansão industrial na Ásia-Pacífico, avanços tecnológicos e metas de descarbonização transformam o setor de módulos e inversores solares em um dos mais promissores da transição energética mundial. Mercado solar global deve ultrapassar US$ 115 bilhões até 2030, impulsionado pela Ásia e novas dinâmicas geopolíticas O mercado global de energia solar caminha para uma década de crescimento acelerado e transformação estrutural. De acordo com novas projeções analisadas pelo EnergyChannel , o valor combinado dos mercados de módulos fotovoltaicos e inversores solares deve alcançar US$ 115,8 bilhões até 2030 , impulsionado principalmente pelo avanço da região Ásia-Pacífico (APAC) e por políticas governamentais voltadas à soberania energética e à neutralidade de carbono. A região asiática, liderada por China, Índia, Japão e Coreia do Sul , responde por mais da metade da capacidade instalada global e deverá manter sua posição dominante. A estimativa é que o mercado asiático de módulos solares cresça de US$ 38,8 bilhões em 2024 para US$ 46,2 bilhões em 2030 , segundo análise de dados setoriais revisada pelo EnergyChannel. Transição energética ganha novo impulso global O crescimento do setor é sustentado por um conjunto de fatores interligados: queda dos custos de produção , avanço tecnológico , metas nacionais de energia limpa e expansão de fábricas solares nas principais economias mundiais. Além disso, a reconfiguração das cadeias de suprimento motivada por novas tarifas comerciais e restrições de importação em países como os Estados Unidos está acelerando os esforços de localização e diversificação industrial em toda a Ásia e também em regiões emergentes como o Oriente Médio e a África . “A indústria fotovoltaica está passando por uma mudança profunda, com cadeias produtivas mais regionais, tecnologias mais baratas e sistemas cada vez mais integrados”, afirma a analista de energia Bhavana Sri Pullagura , em entrevista analisada pelo EnergyChannel. “Mesmo com a redução dos preços dos módulos, o volume de instalação continuará crescendo, impulsionado pela competitividade da energia solar frente aos combustíveis fósseis.” Inversores solares e sistemas híbridos em alta Paralelamente, o mercado global de inversores solares vive uma nova onda de expansão, acompanhando a demanda por projetos de grande escala e soluções híbridas que combinam energia solar e armazenamento . Regulamentações mais rígidas de conectividade à rede e segurança cibernética também estão remodelando o setor, sobretudo na Europa e nos Estados Unidos . A Ásia segue como o principal polo de fabricação de inversores, mas Oriente Médio e África começam a despontar como novos mercados estratégicos, demandando equipamentos de alta capacidade e integração com baterias , fundamentais para grandes usinas solares em regiões de alta irradiância. Estratégias regionais e novos polos industriais Enquanto os países da APAC concentram esforços em aumentar escala e capacidade produtiva , Europa e Oriente Médio buscam fortalecer suas cadeias locais e garantir qualidade e independência tecnológica . Esse movimento está remodelando a dinâmica global de investimento e desenvolvimento de novos projetos solares. “Essas mudanças não são apenas econômicas, mas também estratégicas cada região busca garantir autonomia e competitividade no setor fotovoltaico”, avalia Pullagura. Expansão da energia solar até 2035 As perspectivas de longo prazo são ainda mais otimistas. A capacidade solar instalada global deve ultrapassar 4,8 terawatts (TW) até o fim desta década e atingir 7,5 TW até 2035 , consolidando a energia solar como o principal pilar da matriz elétrica global . Mercado solar global deve ultrapassar US$ 115 bilhões até 2030, impulsionado pela Ásia e novas dinâmicas geopolíticas
- Cambridge revela novo material orgânico que pode simplificar a produção de painéis solares
Descoberta de semicondutor radical orgânico com propriedades fotovoltaicas abre caminho para células solares mais leves, econômicas e sustentáveis. Cambridge revela novo material orgânico que pode simplificar a produção de painéis solares Por Redação EnergyChannel - 31 de outubro de 2025 Cientistas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, anunciaram uma descoberta que pode transformar o modo como os painéis solares são produzidos. O grupo identificou propriedades fotovoltaicas inéditas em um material orgânico chamado poli(3-trifenilmetil-tiofeno) , ou P3TTM , que pode funcionar como semicondutor independente — sem a necessidade de combinar múltiplos componentes, como ocorre nas células solares tradicionais. O avanço representa um passo importante rumo à criação de painéis solares mais simples, leves e de baixo custo , feitos a partir de um único material. Uma revolução nos semicondutores orgânicos O estudo de Cambridge se destaca porque explora uma classe de materiais conhecida como radicais orgânicos , onde cada molécula contém elétrons desemparelhados característica que confere novas propriedades eletrônicas. Nos semicondutores convencionais, os elétrons permanecem emparelhados e pouco interagem entre si. No caso do P3TTM, porém, as moléculas exibem um comportamento coletivo peculiar: quando se organizam, seus elétrons desemparelhados alternam o alinhamento de spins, um fenômeno descrito como comportamento de Mott-Hubbard . “Essa interação faz com que os elétrons se alinhem de forma alternada, o que permite a movimentação de cargas após a absorção de luz”, explicou o pesquisador Biwen Li , autor principal do estudo. Como o material gera energia Quando exposto à luz, o P3TTM é capaz de transferir elétrons entre moléculas idênticas , criando cargas positivas e negativas processo essencial para gerar corrente elétrica. Em experimentos de laboratório, a equipe produziu uma célula solar experimental composta por camadas finas de P3TTM e outros elementos de suporte, como óxido de índio e estanho (ITO), buckminsterfulereno (C60) e alumínio (Al). Os resultados impressionaram: sob condições padrão de iluminação, o dispositivo alcançou uma eficiência de coleta de carga quase total , indicando que praticamente todos os fótons capturados foram convertidos em energia elétrica. Um novo paradigma na fotovoltaica orgânica Hoje, as células solares orgânicas dependem de duas substâncias distintas – uma doadora e outra aceitadora de elétrons – para converter luz em eletricidade. Essa complexidade limita tanto a eficiência quanto a escalabilidade da tecnologia. O P3TTM, por outro lado, pode realizar esse processo sozinho , simplificando radicalmente a fabricação de painéis e reduzindo custos de produção. “A energia que impulsiona esse movimento de elétrons, conhecida como Hubbard U , é o que permite a separação de cargas sem precisar de um segundo material”, destacaram os autores. Rumo a uma nova geração de painéis solares O estudo, publicado na revista científica Nature Materials sob o título “Intrinsic intermolecular photoinduced charge separation in organic radical semiconductors” , indica que os radicais orgânicos podem inaugurar uma nova era na energia solar orgânica com dispositivos mais sustentáveis, recicláveis e versáteis. “Este trabalho demonstra o potencial de desenvolver células solares e processos químicos movidos à energia solar baseados em um único componente, tanto em solução quanto em estado sólido”, concluíram os pesquisadores. Cambridge revela novo material orgânico que pode simplificar a produção de painéis solares











