Agricultura Familiar (AG): A “Bala de Prata” do Governo Lula
- Daniel Lima
- 7 de mar.
- 2 min de leitura
Por Daniel Lima – ECOnomista
Li um artigo muito consistente do sociólogo e cientista político Rudá Ricci que me fez refletir sobre o terceiro Governo Lula. O artigo com muita propriedade discorre sobre a falta de comunicação e empatia entre o governo e seus eleitores.

Mais a parte que mais me chamou atenção no artigo foi o que seria a "bala de prata" de Lula. Segundo Rudá, “quem vota em Lula é a mãe que vai ao supermercado”, e “é levando a produção para o mercadinho da esquina que o arroz fica mais barato”.
Concordo com ele. A AG é a "bala de prata" e a essência da segurança alimentar no Brasil e representa uma oportunidade estratégica para o governo Lula enfrentar a alta nos preços e fortalecer a economia nacional. Com 70% dos alimentos consumidos pelos brasileiros vindo desse setor e 67% dos empregos no campo, ela é a base que sustenta a mesa do povo brasileiro.
Caso fosse um país, a AG brasileira seria a 8ª maior produtora de alimentos do mundo, contribuindo com 40% da renda da população economicamente ativa e sendo crucial para a economia de 70% dos municípios do Brasil.
No Nordeste, há 1,8 milhão dos 3,9 milhões de estabelecimentos da AG. Apesar dessa relevância, os desafios enfrentados pela AG na região são imensos. Cerca de 20% dos estabelecimentos de AG no Nordeste não possuem energia elétrica, e o rendimento médio agropecuário é de apenas R$ 859, menos da metade da média nacional de R$ 2.148.
Além disso, o valor médio de financiamento do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) no Nordeste é extremamente baixo, apenas R$ 12 mil, cinco vezes inferior à média nacional de R$ 60 mil. Essas disparidades são barreiras que impedem o avanço do setor e agravam a insegurança alimentar do país.
O Pronaf, embora fundamental, precisa de ajustes profundos. Uma das grandes limitações do programa é a impossibilidade de financiar projetos voltados para geração de energia solar para fins de geração de renda extra.
Esse tipo de negócio, que aproveitaria espaços ociosos da propriedade rural, além de gerar energia para consumo próprio, também seria uma nova fonte de renda por meio de locação de usinas solares, trazendo retorno financeiro significativo e alívio para os altos custos das tarifas energéticas.
Investir na AG é uma solução para enfrentar a crise dos preços e a escassez de alimentos nas prateleiras, pois equilibra a oferta e a demanda por alimentos.
Mais do que isso, é um ato de compromisso com a soberania alimentar, o combate às desigualdades e a sustentabilidade ambiental. É hora de transformar discursos em ações concretas, dando condições reais para que quem alimenta o Brasil possa também prosperar.
O futuro do Brasil está nas raízes da terra, no trabalho incansável do agricultor familiar e na valorização de políticas que enxerguem o campo como protagonista da transformação econômica e social que o país tanto precisa.
Agricultura Familiar (AG): A “Bala de Prata” do Governo Lula
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