Alemanha prepara cota obrigatória de gás verde e acelera a corrida pelo hidrogênio
- EnergyChannel Brasil

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A Alemanha está prestes a dar um passo decisivo rumo à descarbonização de sua matriz energética. A poderosa associação da indústria de engenharia mecânica VDMA, que representa mais de 3.600 empresas, manifestou apoio formal à criação de uma cota obrigatória de gás verde um movimento que promete redefinir o mercado de hidrogênio e biometano no país.
A proposta busca obrigar os fornecedores de gás a incorporarem volumes crescentes de hidrogênio verde e biometano à rede nacional. Na prática, a medida funcionaria como um gatilho de demanda permanente, oferecendo previsibilidade a investidores e indústrias que aguardam sinais claros de mercado para destravar projetos de produção limpa.
Nova fase da transição energética
Desde o início da Energiewende, a transição energética alemã foi marcada pelo protagonismo da energia eólica e solar. Agora, o foco se desloca para um dos setores mais difíceis de descarbonizar: o gás.Apesar de o país ter implementado metas progressivas de redução de emissões incluindo uma queda de 53% nas emissões de transporte até 2040, conforme o pacote europeu RED III mais de 90% do gás utilizado ainda é de origem fóssil.
A cota de gás verde, defendida pela VDMA, surge como resposta direta a esse gargalo. Além de atender às exigências da Lei Federal de Proteção Climática, a medida reforçaria a competitividade da indústria alemã em um mercado global cada vez mais pressionado por metas de neutralidade de carbono.
Hidrogênio e biometano: motores da nova economia
O coração da proposta está na produção de hidrogênio verde, obtido via eletrólise alimentada por energia renovável, e no biometano, gerado a partir da digestão de resíduos orgânicos.Ambos os gases podem ser transportados e armazenados na infraestrutura já existente, evitando investimentos bilionários em novas redes e acelerando o processo de integração energética.
Com a escala industrial prevista, o custo de produção deve cair tanto em CAPEX quanto em OPEX, tornando o hidrogênio mais competitivo frente aos combustíveis fósseis.
Impactos esperados
Demanda garantida: a cota cria um mercado estável para gases renováveis.
Redução de custos: a expansão da escala produtiva reduz o custo por megawatt-hora.
Segurança energética: amplia a autonomia e reduz a dependência de gás importado.
Transformação industrial: acelera a substituição do gás natural convencional.
Governança e rastreabilidade: exige certificação rigorosa para evitar fraudes e greenwashing.
Uma mensagem clara ao mercado
Embora o custo do hidrogênio verde venha caindo globalmente, a ausência de políticas de demanda firmes ainda trava o financiamento de projetos. Ao transformar a cota de gás verde em instrumento legal, Berlim enviaria uma mensagem inequívoca ao setor produtivo:
a economia do hidrogênio não é uma promessa futura é uma realidade em construção.
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