Apagão em meio ao inverno: Ucrânia enfrenta nova onda de ataques à infraestrutura elétrica
- EnergyChannel Brasil

- há 1 hora
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Milhões de pessoas vivem sem luz e aquecimento após ofensiva russa que atinge rede energética ucraniana.

A Ucrânia volta a mergulhar na escuridão. Após uma das maiores ofensivas russas desde o início da guerra, o sistema elétrico do país sofreu danos severos, provocando apagões em praticamente todas as regiões e deixando milhões de cidadãos sem energia em pleno início do inverno.
De acordo com o Ministério da Energia da Ucrânia, os ataques do fim de semana miraram diretamente subestações e linhas de transmissão, forçando cortes de emergência e um rígido esquema de racionamento. Em Kiev, a capital, os moradores enfrentam períodos de até 12 horas diárias sem eletricidade.
“Foi um dos maiores ataques balísticos contra nossa infraestrutura desde 2022”, declarou a ministra da Energia, Svitlana Grynchuk. “Estamos restabelecendo o sistema em etapas, mas a escala dos danos é imensa”, afirmou.
Rotina moldada pelos apagões
Com as temperaturas caindo para um dígito em boa parte do país, os ucranianos voltam a adaptar suas rotinas à ausência de luz. Geradores a diesel tornaram-se itens essenciais e famílias inteiras organizam horários de refeições, estudos e trabalho conforme os períodos de fornecimento.
“Agora planejamos até quando podemos cozinhar ou tomar banho de acordo com o cronograma dos cortes”, contou Larysa, moradora da cidade de Dnipro, onde um drone russo atingiu um edifício residencial na madrugada de domingo. “Os estilhaços caíram sobre minha cama. Não sei como sobrevivi.”
Ataques noturnos e dificuldade de defesa
Segundo o presidente Volodymyr Zelensky, nove regiões foram atingidas entre sábado e domingo, resultando em pelo menos 15 mortes e dezenas de feridos. Dos 45 mísseis lançados, apenas nove foram interceptados pelas forças de defesa aérea, que também enfrentaram centenas de drones kamikaze.
Zelensky destacou a dificuldade de interceptar mísseis balísticos de alta velocidade, pedindo reforço urgente de sistemas como o Patriot, fornecido pelos Estados Unidos. “Precisamos de mais defesas aéreas e de mais mísseis. Só assim poderemos proteger nossas cidades e nossa rede energética”, afirmou.
Rússia mira energia e indústria
Em comunicado, o Ministério da Defesa da Rússia confirmou que os ataques foram direcionados a instalações energéticas e industriais que, segundo Moscou, “sustentam a capacidade militar da Ucrânia”. O governo russo afirmou ter utilizado mísseis Kinzhal e outros armamentos de longo alcance na operação.
Desde o início da invasão, a infraestrutura elétrica ucraniana tem sido um dos principais alvos do Kremlin, especialmente durante o inverno. As ofensivas periódicas provocam não apenas colapsos no fornecimento de energia, mas também agravam o impacto humanitário e dificultam a operação de hospitais e serviços essenciais.
Energia como arma de guerra
O conflito, que completará três anos em fevereiro de 2025, mostra que a energia continua sendo uma das frentes mais estratégicas da guerra. Para especialistas, os ataques visam enfraquecer a resistência ucraniana e pressionar a população civil, transformando a eletricidade em instrumento de coerção.
Com o sistema elétrico nacional fragilizado e as temperaturas em queda, a Ucrânia enfrenta mais uma temporada de incertezas em um cenário onde a escuridão, literalmente, se tornou parte da guerra.
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