Com auditório lotado, 4° Congresso de Mulheres na Energia discute os rumos da transição energética no Brasil
- EnergyChannel Brasil
- há 2 horas
- 3 min de leitura
Com auditório lotado no Teatro Santander, o 4º Congresso Brasileiro de Mulheres na Energia abriu sua programação nesta segunda-feira (25) com o painel “COP30 e o Brasil Real: Transição Justa, Infraestrutura Verde e Regulação Eficiente”. Em um importante momento para o setor elétrico nacional, o debate reuniu líderes femininas que destacaram os caminhos para uma transição energética que seja ao mesmo tempo sustentável, segura, inclusiva e economicamente viável.

Durante o debate, a diversidade da matriz energética brasileira foi apontada como uma vantagem estratégica, mas que exige inteligência operacional. Elisa Bastos, diretora de Assuntos Corporativos do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), afirmou que: “nós temos uma cesta de soluções muito risca no nosso país e saber utilizar de forma inteligente é o grande diferencial do Brasil”.
Elisa lembrou que, historicamente, hidrelétricas e termoelétricas sustentaram a base do sistema, o que possibilitou a expansão acelerada das fontes solar e eólica nos últimos anos. Hoje, essas fontes continuam exercendo papel essencial, garantindo estabilidade e compensando as oscilações naturais das renováveis variáveis.
“A beleza está na complementariedade entre as fontes. Mas, para isso funcionar, é fundamental ampliar a flexibilidade do sistema e aprimorar a coordenação entre os agentes”, completou.
A necessidade de aprimorar o ambiente regulatório também ganhou relevância. Priscila Carazzatto, CEO da EGS, destacou que garantir um ambiente jurídico estável e transparente é decisivo para atrair investimentos, “é necessário elaborar um ambiente jurídico, regulatório e políticas públicas seguras para que o investidor tenha segurança em colocar o seu dinheiro aqui no Brasil”, comenta.
Na mesma linha, Alessandra Torres, presidente executiva da ABRAPCH, defendeu o fortalecimento institucional. “Estamos em um momento de inflexão no setor elétrico. As regras precisam acompanhar a transformação. Por isso, fortalecer as agências reguladoras é essencial para garantir estabilidade e inovação, afirmou Torres, moderadora do painel. Além da segurança regulatória, houve consenso sobre a necessidade de casar a expansão da geração com o avanço da transmissão, tema crítico para viabilizar grandes projetos renováveis no Brasil.
Com a COP30 se aproximando, a discussão também se voltou aos impactos crescentes das mudanças climáticas. A necessidade de adaptação, tanto de infraestrutura quanto de políticas públicas, ganhou destaque na fala de Marisa Barros, subsecretária de Energia e Mineração da Secretaria de Meio Ambiente, e Infraestrutura do Estado de São Paulo. “É importante uma atuação coordenada e integrada, entre união, estados e municípios, acho que esse é um dos maiores desafio”.
A discussão também trouxe uma dimensão social à transição energética. Marina Meyer, presidente da Comissão de Energia da OAB-MG, diretora jurídica do INEL e head of legal da EGS, enfatizou a importância de garantir que a transformação energética seja ambientalmente correta, economicamente eficiente e socialmente inclusiva:
“O caminho da transição não pode ser apenas técnico. Ele precisa considerar o impacto nas pessoas e nas comunidades.”
O Congresso Brasileiro de Mulheres na Energia é o maior evento da América Latina com palco exclusivamente feminino. Em sua 4ª edição, o evento reúne mais de mil líderes e especialistas para discutir os principais desafios e soluções para o futuro energético do Brasil. A edição de 2025 tem como tema “Energia Limpa, Inteligência Coletiva”.
Na abertura, Lúcia Abadia, idealizadora do evento, destacou o papel das mulheres como protagonistas da transformação energética e social. “Somos como a flor de lótus: flores que nascem em meio aos desafios e florescem com força, voz e energia para iluminar o mundo,” concluiu.
O congresso conta com o apoio de patrocinadores estratégicos como ENGIE, Unifaj/Unimax, ABGD, Interrisk, EMAE, Lindenberg Construtora, Thopen e Instituto Eldorado, reforçando a integração entre setor privado, academia e sociedade civil no avanço de uma agenda sustentável e inclusiva.
ServiçoEvento: 4º Congresso Brasileiro das Mulheres da EnergiaData: 25 de agosto de 2025Local: Teatro Santander – Complexo JK Iguatemi – São Paulo/SPProgramação e inscrições: www.mulheresdaenergia.com.brVagas limitadas. Restam poucos convites
Com auditório lotado, 4° Congresso de Mulheres na Energia discute os rumos da transição energética no Brasil
Comentarios