Companhias aéreas da Europa recuam em alegações “verdes” após pressão por transparência ambiental
- EnergyChannel Brasil
- há 28 minutos
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Mais de 20 companhias aéreas europeias, entre elas gigantes como Air France, Lufthansa e KLM, anunciaram mudanças em suas estratégias de comunicação ambiental após uma investigação conduzida pela Comissão Europeia sobre possíveis práticas de greenwashing no setor de aviação.

A decisão vem na esteira de uma queixa formal apresentada pela Organização Europeia dos Consumidores (BEUC) em 2023, que apontava o uso de mensagens enganosas por parte das empresas, sugerindo que os passageiros poderiam “compensar” as emissões de CO₂ de seus voos por meio de taxas adicionais ou da compra de combustíveis sustentáveis.
Segundo a investigação, diversas companhias usavam termos amplos como “voo verde”, “sustentável” ou “carbono neutro” sem apresentar provas concretas ou metodologias verificáveis que sustentassem essas afirmações.
Também foram identificadas ferramentas de cálculo de emissões sem base científica transparente e comparações entre voos que omitiriam informações essenciais para o consumidor compreender o real impacto ambiental.
Em resposta às autoridades europeias, as empresas aéreas assinaram um acordo comprometendo-se a revisar a forma como comunicam suas ações ambientais. Entre os principais pontos, estão:
O fim das alegações de que contribuições financeiras individuais podem neutralizar as emissões de um voo específico;
O uso do termo “combustível de aviação sustentável” apenas quando acompanhado de dados claros sobre o impacto ambiental;
A eliminação de expressões vagas que transmitam a impressão de neutralidade de carbono sem respaldo técnico;
A exigência de metas mensuráveis, prazos definidos e sistemas de monitoramento verificáveis para qualquer promessa de “emissões líquidas zero”.
A Comissão Europeia e a Rede de Autoridades de Cooperação para a Proteção do Consumidor (CPC) informaram que seguirão acompanhando o cumprimento dos compromissos assumidos. Caso as mudanças não sejam implementadas de forma satisfatória, as empresas poderão enfrentar medidas coercitivas e sanções.
Com essa decisão, o bloco europeu envia um recado direto a setores que buscam se associar a uma imagem “verde” sem consistência: transparência e responsabilidade ambiental serão critérios cada vez mais exigidos tanto por reguladores quanto pelos consumidores.
Companhias aéreas da Europa recuam em alegações “verdes” após pressão por transparência ambiental

























