COP30 em Belém: polêmicas, vozes e um futuro em disputa
- Renato Zimmermann
- há 14 minutos
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Belém recebeu a COP30 com intensidade rara. No coração da Amazônia, a conferência foi marcada por embates e encontros que revelaram tanto avanços quanto contradições. Povos indígenas tiveram protagonismo inédito, lembrando ao mundo que a floresta é território vivo e não apenas estoque de carbono.

Movimentos sociais como o MST trouxeram à mesa a justiça climática, enquanto o agronegócio buscou reafirmar sua narrativa de sustentabilidade. ONGs e sociedade civil, em sua pluralidade, mostraram que o debate climático não pode ser reduzido a tecnicalidades: é sobre vidas e futuros possíveis.
Entre os sucessos, destacam-se compromissos financeiros para adaptação e mitigação, ainda que insuficientes, e a maior integração entre ciência e política. A visibilidade dada às comunidades tradicionais foi outro ponto alto. Mas os fracassos também pesaram: metas de redução de emissões continuam aquém do necessário e a resistência de países dependentes de combustíveis fósseis travou negociações cruciais.
No entanto, é justamente nesse cenário de tensões que reside a essência de uma COP: o multilateralismo. A ONU, com todas as suas limitações, cumpre a função de mediadora, tentando conciliar interesses divergentes e construir compromissos coletivos. Belém mostrou que as COPs não serão mais as mesmas. A presença vibrante da sociedade civil e a força dos povos indígenas mudaram o tom da conferência.
Como colunista, participei intensamente de todos os dias e atividades da COP30. Ainda estou “decantando” tudo o que vivi e aprendi. Foi uma experiência transformadora, que me deixou imensamente grato e satisfeito. Continuarei escrevendo: combater as mudanças climáticas passa por todas as mentes e corações do planeta, e eu não poderia ficar fora dessa missão.
A COP30 foi polêmica e, em muitos aspectos, frustrante. Mas também foi um marco de renovação. Se conseguimos reunir tantas vozes na Amazônia, é possível acreditar que o mundo ainda pode se unir para preservar a vida.
Por Renato Zimmermann é desenvolvedor de negócios sustentáveis e ativista da transição energética








