IKEA investe US$ 108 milhões para restaurar florestas da Mata Atlântica e impulsionar remoção de carbono no Brasil
- EnergyChannel Brasil
- há 37 minutos
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Parceria com o BTG Pactual Timberland Investment Group inicia a recuperação de 4 mil hectares de áreas degradadas no sul do país, unindo conservação, reflorestamento produtivo e benefícios sociais.

Em uma das maiores iniciativas corporativas de restauração florestal já realizadas no Brasil, o Grupo Inter IKEA anunciou um investimento de US$ 108 milhões (equivalente a €100 milhões) em projetos de remoção de carbono baseados na natureza. A primeira ação do programa global da companhia será implementada no bioma Mata Atlântica, em parceria com o BTG Pactual Timberland Investment Group (TIG).
O projeto, que abrange 4 mil hectares nos estados do Paraná e Santa Catarina, tem como objetivo recuperar terras degradadas e promover uma nova economia florestal sustentável. A estratégia combina reflorestamento, conservação e manejo comercial responsável, criando um modelo que alia rentabilidade à proteção ambiental e social.
“Reconhecemos nossa responsabilidade como grandes usuários de madeira e queremos mostrar que a conservação e a silvicultura podem caminhar juntas”, afirmou Ulf Johansson, diretor global de matérias-primas do Grupo Inter IKEA. Segundo ele, a iniciativa pretende inspirar o setor privado a ampliar investimentos em soluções baseadas na natureza, fundamentais para alcançar as metas globais de emissões líquidas zero.
Brasil como laboratório global de soluções climáticas
O investimento da IKEA reflete a crescente aposta de empresas internacionais no potencial climático e ecológico do Brasil. A Mata Atlântica, que já cobriu mais de 1,3 milhão de km² e hoje resta apenas cerca de 13% de sua área original, foi escolhida como o ponto de partida para o programa florestal global do grupo.
A parceria com o BTG Pactual TIG, um dos maiores gestores de ativos florestais do mundo, garantirá a implementação técnica e o acompanhamento do projeto. “A IKEA está mostrando o tipo de liderança que o mundo precisa — unindo restauração, carbono e impacto social”, destacou Gerrity Lansing, diretora da divisão florestal do BTG Pactual.
Os plantios mistos incluirão espécies nativas e comerciais certificadas pelo FSC (Forest Stewardship Council), promovendo captura de carbono na biomassa e no solo, além de geração de renda contínua para comunidades locais.
Governança, transparência e impacto social
Para assegurar a integridade ambiental e social do projeto, um painel consultivo independente com representantes de ONGs e instituições científicas, como a Apremavi acompanhará o monitoramento dos indicadores de carbono, biodiversidade, solo e água.
“Os efeitos da crise climática são cada vez mais visíveis, e a restauração florestal é uma das ferramentas mais poderosas que temos”, disse Miriam Prochnow, cofundadora da Apremavi. “Ver uma empresa global como a IKEA investir com essa escala e compromisso é um sinal positivo de mudança.”
O programa também está alinhado com iniciativas internacionais, como a Década das Nações Unidas para a Restauração de Ecossistemas e o Artigo 6 do Acordo de Paris, que regula os mercados de carbono.
Meta: emissões zero até 2050
O Grupo Inter IKEA tem como meta reduzir pela metade as emissões absolutas de gases de efeito estufa até 2030 (base 2016) e alcançar neutralidade climática até 2050. Além de reduzir suas emissões, a empresa aposta em sumidouros naturais de carbono e no manejo sustentável da madeira como parte central da estratégia global de sustentabilidade.
Para o mercado, o movimento representa um novo modelo de investimento corporativo: projetos que unem lucro, clima e comunidade, mostrando como o capital privado pode acelerar a restauração ecológica e a transição para uma economia de baixo carbono.
Com essa iniciativa, a IKEA transforma o Brasil em vitrine global de inovação ambiental, colocando a Mata Atlântica no centro das soluções corporativas para o clima e reforçando o papel estratégico do país na bioeconomia mundial.
IKEA investe US$ 108 milhões para restaurar florestas da Mata Atlântica e impulsionar remoção de carbono no Brasil

























