Queda do Ibovespa reflete temor fiscal no Brasil e incerteza com shutdown nos EUA
- EnergyChannel Brasil
- há 3 dias
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Mercado financeiro reage a tensões políticas e econômicas, com o dólar encerrando o dia em R$ 5,35

O principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, registrou nesta terça-feira (7) sua maior queda em quase dois meses, em meio a um cenário de crescente preocupação com o equilíbrio fiscal do Brasil e à instabilidade política nos Estados Unidos, onde a possibilidade de uma paralisação do governo federal (shutdown) elevou a aversão global ao risco.
O índice caiu 1,57%, fechando aos 141.356 pontos, marcando seu pior desempenho diário desde 19 de agosto, quando havia recuado 2,10%. O movimento foi impulsionado por uma combinação de fatores locais e internacionais, incluindo a votação da medida provisória que substitui o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) proposta considerada essencial pelo Ministério da Fazenda para reforçar a arrecadação e tentar equilibrar as contas públicas.
Enquanto isso, o dólar subiu 0,75%, encerrando o dia cotado a R$ 5,35, acompanhando a valorização da moeda americana em relação a outras divisas globais. O avanço reflete tanto o aumento da percepção de risco nos mercados emergentes quanto a busca de investidores por ativos considerados mais seguros, em meio ao impasse fiscal nos EUA.
Cenário fiscal pressiona o mercado
A falta de clareza sobre a trajetória das contas públicas brasileiras tem alimentado a desconfiança dos investidores. A equipe econômica tenta garantir receitas adicionais sem comprometer o crescimento, mas o debate político em torno das medidas de ajuste tem elevado a volatilidade no mercado.
Segundo analistas, a credibilidade fiscal será determinante para a estabilidade dos ativos brasileiros até o final do ano. Caso o governo não consiga aprovar medidas que sustentem o equilíbrio orçamentário, há risco de novas desvalorizações no mercado de capitais e na moeda brasileira.
Incerteza internacional amplia a aversão ao risco
No cenário externo, o impasse no Congresso norte-americano sobre a liberação de recursos para o orçamento federal ameaça provocar uma paralisação parcial das atividades do governo dos EUA, o que eleva a tensão nos mercados globais.
A perspectiva de um “shutdown” alimenta a busca por segurança, reforçando a valorização do dólar e pressionando moedas e bolsas emergentes — como a brasileira.
Impactos sobre o setor de energia e investimentos sustentáveis
A queda do Ibovespa também atinge companhias de energia listadas na B3, especialmente as que dependem de capital intensivo e condições de financiamento favoráveis. O aumento da aversão ao risco global tende a encarecer o custo de capital para projetos de energia limpa e infraestrutura sustentável, setores estratégicos para a transição energética brasileira.
Mesmo assim, especialistas ressaltam que a demanda estrutural por investimentos verdes permanece sólida, o que pode criar oportunidades de médio prazo para empresas do setor energético e de sustentabilidade.
O Ibovespa registrou sua maior queda em quase dois meses, caindo 1,57% em meio a temores fiscais no Brasil e à incerteza com o shutdown nos EUA. Dólar sobe para R$ 5,35.
Queda do Ibovespa reflete temor fiscal no Brasil e incerteza com shutdown nos EUA
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