Ônibus elétricos ganham tração e viram destaque nas importações de pesados no Brasil
- EnergyChannel Brasil

- 5 de dez.
- 2 min de leitura
As importações de veículos pesados no Brasil iniciaram 2025 com movimentos opostos dentro do mesmo setor.

Enquanto o mercado como um todo recuou, acompanhando um cenário global de ajustes logísticos e retração de demanda, o segmento de ônibus elétricos seguiu o caminho inverso e acelerou com força, tornando-se o protagonista da eletrificação pesada no país.
Levantamento exclusivo realizado pelo EnergyChannel mostra que, embora o valor total importado de pesados somando caminhões, ônibus, reboques e semirreboques tenha caído aproximadamente 8% na comparação anual, chegando a US$ 193,7 milhões, o transporte de passageiros impulsionou a curva positiva da eletrificação. As compras internacionais de ônibus elétricos mais do que dobraram: avançaram de US$ 5,1 milhões em 2024 para US$ 12,7 milhões em 2025, crescimento de 149%.
Esse salto contrasta fortemente com o desempenho dos demais nichos. O setor de caminhões elétricos, por exemplo, apresentou retração significativa de 38%, encerrando o período com US$ 34,5 milhões em importações. Já os ônibus a diesel ainda amplamente majoritários na logística nacional permaneceram estáveis, mas com leve variação negativa de 3%, totalizando US$ 146,5 milhões.
Espírito Santo concentra a maior fatia das importaçõesOutro ponto que chamou atenção foi a concentração geográfica. O Espírito Santo, porta de entrada estratégica para a indústria automotiva, respondeu por 83% de todo o valor importado relacionado a veículos pesados no período. O dado reforça o papel logístico do estado como hub da mobilidade sustentável, especialmente no segmento de coletivos e veículos de grande porte.
Eletrificação avança por nichos e nem todos seguem o mesmo ritmo
O comportamento desigual entre categorias também aparece no mercado de veículos leves eletrificados, sugerindo que a transição energética no Brasil ocorre em velocidades distintas. No caso dos pesados, a tendência é clara: onde há pressão por renovação de frota, metas ambientais e demanda crescente por eficiência operacional como no transporte urbano de passageiros a eletrificação avança de forma mais visível.
Já no setor de carga, desafios como custo inicial elevado, infraestrutura de recarga limitada e modelos ainda em maturação tecnológica ajudam a explicar o ritmo mais lento de adoção.
Um sinal do que vem pela frente
O desempenho robusto dos ônibus elétricos no início de 2025 indica que o transporte coletivo pode se tornar o principal vetor da descarbonização pesada no Brasil. Com grandes cidades estruturando políticas de renovação de frota e pressão crescente por redução de emissões, o mercado abre espaço para novos player's, parcerias e cadeias de fornecimento mais integradas.
Para a indústria, o cenário revela oportunidades claras: se o país mantiver a expansão desse segmento, a próxima fase pode incluir desde fábricas locais até programas de eletrificação regional mais robustos impulsionando empregos, inovação e sustentabilidade.
Ônibus elétricos ganham tração e viram destaque nas importações de pesados no Brasil











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