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Baixa tensão com mais liberdade: entenda como pode funcionar o novo modelo de energia

Por Felipe Figueiró – Engenheiro Eletricista e Especialista em Energia


Você que está na Baixa Tensão (consumidores menores em volume e custo de energia), já imaginou poder escolher de quem comprar sua energia e ainda pagar menos por ela? Essa realidade está mais perto do que você imagina. É isso que a MP 1.300/2025 quer transformar. Falei sobre ela essa semana, visto que marca o início da abertura do mercado de energia para consumidores de baixa tensão, mesmo ainda sem virar lei, focando na abertura e nas tarifas para os consumidores.


Se você ainda não viu, recomendo a leitura para entender o contexto dessa mudança histórica: MP da Energia: o início da revolução na baixa tensão


Mas hoje quero ir além da MP. Quero explicar de forma simples e direta o que é o Mercado Livre de Energia e por que isso vai impactar diretamente você, sua empresa e, em breve, até sua casa. Lembrando, mesmo que a MP sofra mudanças, essa leitura é importante.


Lâmpada em gaiola demonstrando o consumidor preso e podendo ter a oportunidade de ser livre.
O Mercado Livre de Energia pode libertar o consumidor de baixa tensão.
O Mercado Livre já existe, mas agora está se expandindo

O Mercado Livre de Energia não é novidade. Ele existe no Brasil há mais de 20 anos, mas sempre foi restrito aos grandes consumidores como indústrias pesadas, shoppings, grandes supermercados e redes hospitalares. Ou seja, quem consome em média ou alta tensão.


Inclusive, a abertura total para alta tensão só ocorreu em 2024, onde empresas com menos de 500 kW de demanda (potência contratada) puderam entrar na modalidade varejista, então ainda estamos vivendo mudanças importantes no setor.


Essas empresas puderam, ao longo dos anos, negociar contratos diretos de energia bilateralmente, escolhendo de quem comprar, selecionado suas opções no contrato e pagando menos por isso. É como sair do plano tradicional da distribuidora e entrar em um mercado onde o preço e as condições podem ser negociados livremente.


Agora, com a MP nº 1.300/2025, estamos diante de uma virada histórica:


  • A partir de agosto de 2026, comércios e pequenas indústrias conectadas em baixa tensão também poderão migrar.

  • Em dezembro de 2027, será a vez das residências entrarem nesse novo modelo.


Na prática, o que muda para o consumidor?

Mesmo migrando para o Mercado Livre de Energia para Baixa Tensão, nada muda na entrega da energia, visto que ela continua chegando pela mesma rede da distribuidora, com a mesma qualidade de sempre (para o bem ou para o mal).


A grande diferença é que você deixa de pagar a conta inteira para a distribuidora e escolhe de quem quer comprar somente a parcela de energia, podendo pagar menos por ela.


É como sair de um plano fixo e fechado de telefonia para negociar o melhor preço no mercado, com economia de até 30% na fatura, no modelo atual. E o melhor disso, sem precisar investir em estrutura, trocar equipamentos, mudar sua rotina ou sofrer com as bandeiras tarifárias (que inclusive vão pressionar em 2025 o custo da energia).


Basicamente, você passará a ter duas faturas para pagar:


  • A primeira é da distribuidora, conhecida como "custo fio", que cobre o custo pela energia chegar até você e pela demanda (potência) contratada.

  • A segunda é da comercializadora de energia que você escolher, pagando apenas o valor da energia contratada e consumida naquele mês, conforme seu contrato.


Essa divisão deixa claro o que você está pagando, e abre espaço para negociar preços melhores na parte mais flexível que é o custo da energia.


Quem pode migrar hoje e como funciona?

Atualmente, o acesso continua restrito aos consumidores do Grupo A, aqueles que utilizam média ou alta tensão. Para migrar, o processo leva cerca de 180 dias e envolve algumas etapas técnicas, todas seguindo as regras da CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica).


Existem dois modelos:


  • Modelo Atacado: o consumidor se torna agente direto da CCEE e cuida da operação. Indicado para quem tem estrutura técnica e consumo elevado. Muitas vezes, conta com o apoio de uma consultoria especializada.

  • Modelo Varejista: mais prático e acessível. A comercializadora cuida de tudo, da burocracia à operação mensal. É, literalmente, a carta facilitada para entrar no mercado livre. Esse é o método que aportará a baixa tensão.


Por que isso importa?

A abertura da baixa tensão é um passo enorme no setor elétrico brasileiro. Ela representa:


  • Mais liberdade de escolha para todos os perfis de consumidores.

  • Economia real, se manterem as visões de hoje, podemos ter reduções que podem chegar a 30% na conta de luz.

  • Mais concorrência e transparência no setor.

  • Uma visão ampliada do uso de fontes renováveis.

  • A possibilidade real de comparar entre a GD solar e o Mercado Livre de Energia para entender a melhor operação.

  • Um novo papel para o consumidor, que agora tem voz ativa na contratação da sua energia, com vários produtos.


E o melhor, essa revolução está chegando na sua conta de luz, seja no seu negócio, seja na sua casa. O Mercado Livre de Energia vai virar realidade para os consumidores de baixa tensão, independente da MP estar em pauta ainda.


Opinião do Autor


Eu vivo o setor elétrico há pelo menos 11 anos, e vejo o Mercado Livre de Energia não como uma tendência, mas como um movimento irreversível de empoderamento do consumidor. Durante anos, grandes empresas economizaram milhões com liberdade de escolha, enquanto a maioria dos consumidores ainda nem sabia que isso existia. Essa assimetria está prestes a mudar. Agora, estamos diante da democratização dessa vantagem, e ela não é somente sobre economia, é sobre acesso à informação, autonomia, sustentabilidade e decisões mais inteligentes.


Quanto mais cedo entendermos o funcionamento desse novo modelo, mais preparados estaremos para aproveitar seus benefícios com inteligência e estratégia. E isso vale para o pequeno comércio, para a indústria de médio porte e, em breve, para as famílias brasileiras.


A energia nunca foi só técnica. Ela move negócios, ideias e pessoas. Está diretamente ligada com a produtividade, ao custo operacional, com a sustentabilidade e, cada vez mais, com a nossa liberdade de escolha.


E agora, ela também pode ser uma decisão sua.


É muito importante que você saiba o que é o Mercado Livre de Energia, como funciona e o que muda na prática. Porque a mudança já começou e quem se informa antes, vai sair na frente.


Precisamos de cada vez mais informação e diálogos abertos sobre os impactos dessa transformação e sobre como consumidores, grandes ou pequenos, poderão se beneficiar disso com consciência e clareza.


Estar em um ambiente com mais produtos e cada vez mais competitivo, acaba gerando bons frutos e momentos diferentes para cada tipo de consumidor.

Baixa tensão com mais liberdade: entenda como pode funcionar o novo modelo de energia

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Fabrício
há 6 dias

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