Data centers sob pressão: como reduzir o consumo de energia e manter o ritmo da revolução digital
- EnergyChannel Brasil

- 30 de jul.
- 4 min de leitura
Avanço da inteligência artificial, explosão do uso em nuvem e alta densidade computacional desafiam a eficiência energética das maiores infraestruturas digitais do mundo. Soluções inovadoras já apontam caminhos viáveis e sustentáveis.

📍 EnergyChannel Brasil – Julho de 2025
A digitalização da economia global está transformando os data centers em verdadeiras usinas de processamento. Com a adoção em larga escala de inteligência artificial, aplicações em nuvem e sistemas de big data, essas infraestruturas críticas se tornaram indispensáveis — mas também estão entre as mais sedentas por energia.
De acordo com projeções da International Energy Agency (IEA), os data centers e redes de transmissão já representavam cerca de 1% do consumo global de eletricidade em 2022. O número, no entanto, pode saltar para até 8% até o fim da década, em um cenário conservador. Cenários mais extremos apontam para até 21%, impulsionados por tecnologias como IA generativa, blockchain e automação.
O alerta está aceso e a busca por eficiência energética virou prioridade estratégica no setor.
Resfriamento: o elo mais crítico da equação energética
Se há um ponto onde o consumo de energia nos data centers se concentra, é no sistema de resfriamento. Essencial para garantir a integridade operacional dos equipamentos, o resfriamento responde por até 40% da energia consumida em grandes instalações.
Com a crescente densidade de servidores e processadores de alto desempenho, os métodos tradicionais baseados em ar condicionado e ventilação forçada estão chegando ao limite.
Cinco obstáculos que travam a eficiência energética em data centers convencionais
Baixo rendimento energético: sistemas de HVAC exigem grande potência para operar, com eficiência reduzida em ambientes densos e de alta carga térmica.
Dificuldade em ambientes de alta densidade: o fluxo de ar nem sempre alcança uniformemente os hotspots, comprometendo o desempenho térmico.
Infraestrutura volumosa: corredores frios e dutos demandam espaço físico e dificultam ampliações modulares.
Alto custo de manutenção: ventiladores, filtros e compressores exigem manutenção constante e apresentam baixa durabilidade.
Desempenho comprometido em climas extremos: regiões quentes ou úmidas impõem desafios adicionais, exigindo reforço na climatização.
A nova era do resfriamento: soluções líquidas e por imersão
Para romper com os limites do ar, a indústria de data centers está migrando para soluções térmicas mais avançadas. Entre elas, o resfriamento líquido e por imersão se destacam como tecnologias de próxima geração.
🔹 Resfriamento líquido: circula fluido refrigerante diretamente sobre os componentes eletrônicos, retirando o calor de forma muito mais eficiente.
🔹 Resfriamento por imersão: submerge completamente os servidores em fluido dielétrico,
promovendo troca térmica direta com os pontos de maior geração de calor.
Segundo especialistas, essas soluções podem oferecer até 10 vezes mais eficiência energética em comparação aos sistemas convencionais.
Principais vantagens:
Redução de até 90% no consumo de energia para climatização.
Eliminação de ruídos operacionais.
Aumento da densidade por rack.
Menor necessidade de estrutura externa.
Vida útil estendida dos equipamentos.
Amphenol inova com soluções térmicas de alta performance
A Amphenol, gigante global em conectividade e engenharia de sistemas, desenvolveu uma nova geração de soluções térmicas voltadas para data centers de alto desempenho.
Seus sistemas de resfriamento líquido e conectores otimizados para IA e ambientes críticos entregam eficiência energética real, reduzindo custos operacionais e o footprint físico da infraestrutura.
"Com a densificação dos data centers e o avanço da IA, não é mais uma questão de escolha: a modernização térmica virou requisito para a escalabilidade sustentável", destaca o time técnico da Amphenol.
Energia solar: um novo padrão para data centers sustentáveis

Além do avanço em tecnologias de resfriamento, os data centers estão acelerando a transição para energias renováveis. A energia solar fotovoltaica se tornou a principal aliada nessa transformação.
Ao integrar sistemas de geração distribuída com painéis solares instalados em telhados, estacionamentos ou fazendas solares próprias, os operadores conseguem alimentar seus servidores com uma fonte limpa, previsível e econômica.
Três pilares da sustentabilidade em data centers modernos:
Eficiência energética, com sistemas de resfriamento de última geração.
Energia renovável, com foco em solar e eólica.
Uso racional de recursos, como água e materiais recicláveis.
Empresas como Microsoft e Meta já operam com 100% de energia renovável em seus data centers e estão influenciando o setor a seguir o mesmo caminho.
O futuro exige ação agora
A escalada tecnológica imposta por IA, automação e serviços digitais exige uma resposta proporcional na forma como operamos e energizamos nossos data centers. Combinar eficiência térmica com fontes renováveis é mais que uma tendência é a nova base da infraestrutura digital sustentável.
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Data centers sob pressão: como reduzir o consumo de energia e manter o ritmo da revolução digital






























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