Lideranças do setor elétrico discutem importância de IA e cibersegurança para avanço do mercado
- EnergyChannel Brasil

- 12 de ago.
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Especialistas destacam que implementação da IA no setor elétrico depende da superação das desigualdades regionais.

4º Congresso Brasileiro das Mulheres da Energia reúne, no próximo dia 25 de agosto, em São Paulo, executivas, autoridades e especialistas para debater temas estratégicos como e inteligência artificial aplicada ao setor elétrico, mobilidade elétrica, armazenamento por baterias.
A poucos meses da COP30, que será realizada em Belém (PA) em novembro de 2025, o setor elétrico brasileiro se vê diante de um desafio urgente: atender à crescente demanda energética sem perder de vista a sustentabilidade e a justiça climática. Nesse contexto, a inteligência artificial (IA) desponta como uma aliada estratégica para tornar a operação do sistema mais eficiente, resiliente e adaptada às exigências do futuro.
“Eu vejo a IA como uma grande alavancadora de negócios, uma aceleradora do crescimento econômico nacional e da geração de PIB”, afirmou em entrevista Tania Cosentino, Vice-Presidente de Cibersegurança da Microsoft América Latina e palestrante do 4º Congresso Brasileiro das Mulheres da Energia, o maior fórum de energia da América Latina com palco exclusivamente feminino. Segundo ela, nesse cenário de expansão impulsionado pela IA, é fundamental que as empresas também priorizem a cibersegurança. “Se eu vou usar mais Inteligência artificial, com certeza eu vou precisar de mais segurança”, complementa.
Apesar de contar com uma matriz majoritariamente renovável, responsável por 88% da eletricidade gerada, segundo o Balanço Energético Nacional 2025, o país ainda enfrenta gargalos estruturais e regulatórios que limitam a consolidação de uma transição energética plena e equitativa.
Soluções baseadas em IA, como sensores inteligentes, algoritmos preditivos e sistemas de monitoramento em tempo real, já vêm sendo implementadas por concessionárias para prevenir falhas, detectar perdas, otimizar ativos e melhorar a gestão das redes. “A inteligência artificial ainda tem muito a evoluir no mercado de energia; seu maior potencial está em melhorar a experiência do consumidor, um diferencial competitivo em um setor onde essa abordagem ainda é pouco explorada”, afirma Paula Misan Klanberg, C-CEO e cofundadora da Outly e da Electy, uma das conferencistas convidadas para debater este tema no painel “IA para um Setor Elétrico mais Limpo e Eficiente”, durante o evento.
Além da eficiência, a inteligência artificial também tem ganhado espaço na gestão de riscos, auxiliando a prever e mitigar riscos operacionais e financeiros. “A integração de dados, automação de processos e previsão de cenários abre espaço para uma nova era na geração e distribuição de energia, uma era onde o risco pode ser previsto e controlado com mais precisão”, reforça Gisele Queiroz, Diretora de Riscos Corporativos da Interrisk, que também estará presente no congresso a ser realizado em São Paulo, no dia 25 de agosto.
Com o mundo voltado para a COP30, o Brasil tem uma oportunidade única de demonstrar liderança na construção de soluções tecnológicas voltadas para uma transição energética justa. O 4º Congresso Brasileiro das Mulheres da Energia, que acontece em agosto no Teatro Santander (SP), tem a inteligência artificial para o setor elétrico como um de seus três eixos estratégicos, ao lado da mobilidade elétrica e do armazenamento por baterias. A proposta é discutir como a IA pode contribuir para a inovação, redução de desigualdades e avanço da sustentabilidade no setor.
Desigualdade tecnológica
Mas os benefícios da IA não são uniformemente distribuídos. A desigualdade tecnológica ainda é um entrave importante para sua adoção em todo o território nacional. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2023, apenas 0,2% dos domicílios brasileiros não tinham acesso à energia elétrica, índice que se mantém nesse patamar desde 2016, com exceção de 2017, quando chegou a 0,3%. No entanto, a situação é mais desafiadora na região Norte, onde o acesso à eletricidade ainda é mais restrito, especialmente nas áreas rurais, onde 4,4% dos domicílios seguem sem fornecimento de energia.
Nesse mesmo sentido, Eliza Tannus, CEO da P15 Educação, ressalta: “a tecnologia deve ser aliada. Mas o que realmente move o futuro são pessoas engajadas, diversas, colaborativas, e dispostas a aprender sempre.”
A digitalização também altera profundamente o perfil das competências profissionais exigidas. A automação de processos operacionais traz consigo a necessidade de requalificação e desenvolvimento de novas habilidades digitais e analíticas. “Na era da IA, o profissional do futuro não é quem sabe tudo, mas quem sabe se reinventar, aprender, desaprender e reaprender será essencial”, destaca Karina Ribeiro, Head da Universidade Corporativa do Instituto Eldorado. Eliza Tannus e Karina Ribeiro completam o time de especialistas que farão parte do congresso.
Lideranças do setor elétrico discutem importância de IA e cibersegurança para avanço do mercado





























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