Migração ao Mercado Livre de Gás Natural bate recorde e consolida novo cenário competitivo no Brasil
- EnergyChannel Brasil
- há 2 dias
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Impulsionado pela Nova Lei do Gás, setor industrial acelera adesão ao ambiente livre, ampliando competitividade e redefinindo o papel do insumo na transição energética.

São Paulo, 31 de julho de 2025
O mercado de gás natural no Brasil está vivendo uma verdadeira revolução. Desde a aprovação da Nova Lei do Gás (Lei nº 14.134/2021), que abriu caminho para uma maior competição no setor, o número de indústrias migrando do modelo cativo para o Mercado Livre de Gás disparou. Em apenas um ano, o número de empresas com contratos no mercado livre saltou de 6 (em 2023) para 35 (em 2024), um crescimento recorde.
Segundo dados da consultoria Eixos, esse avanço já representa 31% do consumo industrial nacional de gás, com projeções otimistas que apontam para a marca de 50% até o final de 2025. O movimento consolida o gás natural como peça estratégica no processo de transição energética e como opção competitiva para grandes consumidores industriais.
O que é o Mercado Livre de Gás?
Diferente do modelo tradicional, no qual consumidores compram gás exclusivamente das distribuidoras locais com tarifas reguladas, o Mercado Livre de Gás permite que compradores escolham diretamente seus fornecedores sejam produtores, comercializadoras ou importadores, negociando contratos com maior liberdade e condições personalizadas.
Essa estrutura oferece redução de custos, contratos mais flexíveis e uma gestão estratégica do insumo, especialmente vantajosa para empresas com alto consumo energético.
“O mercado está aquecido e cada vez mais indústrias procuram migrar como forma de melhorar margens e competitividade”, afirma Roberto Andriotti, especialista em Gestão de Gás Natural e Energia Distribuída da ENGIE Soluções.
Como funciona a migração para o mercado livre?
Atualmente, o acesso ao mercado livre é voltado a grandes e médias indústrias, também chamadas de consumidores gás-intensivos. A regulação, no entanto, não é nacional: cada estado brasileiro define suas próprias regras, o que cria um mosaico regulatório e impõe desafios para a expansão do modelo.
Na maior parte dos estados, o volume mínimo exigido para a migração é de 10 mil m³/dia, embora exceções existam como em São Paulo e no Rio Grande do Sul, que apresentam regras mais flexíveis.
Diferenças entre Mercado Cativo e Mercado Livre
Característica | Mercado Cativo | Mercado Livre |
Fornecedor | Apenas distribuidora local | Diversos agentes autorizados pela ANP |
Liberdade de escolha | Nenhuma | Total |
Preço da molécula | Repassado pela distribuidora | Negociado livremente entre as partes |
Gestão de contrato | Simples, com fatura única | Requer consultoria e análise técnica |
Potencial de economia | Limitado | Elevado, dependendo da estratégia adotada |
Vantagens do Mercado Livre de Gás para a indústria
Redução de custos: com mais opções de fornecimento, os preços tendem a cair com a concorrência.
Contratos sob medida: é possível ajustar volume, sazonalidade, penalidades e duração do contrato.
Diversificação de fontes: além do gás natural, é possível integrar contratos com biometano, contribuindo para metas de descarbonização.
Gestão estratégica: permite práticas como hedge de preço e alinhamento com planos de expansão ou eficiência operacional.
Os principais agentes do novo mercado
O crescimento do Mercado Livre de Gás tem atraído grandes players e ampliado a competitividade. Hoje, o Brasil conta com 14 comercializadoras ativas, com destaque para:
EDGE – 21% dos contratos firmados
Galp – 18%
Mgás e Shell – 14% cada
Petrobras – 10%
Entre os principais consumidores estão gigantes da indústria nacional, como CSN, Vale, Suzano, Tupy e AGC (setor vidreiro).
Consultoria especializada: o papel da ENGIE na migração para o mercado livre
Para empresas interessadas em aderir ao modelo livre, contar com consultoria especializada é essencial. A ENGIE atua nesse cenário oferecendo serviços de gestão, análise e suporte regulatório, com foco na maximização de resultados.
“Trabalhamos em todas as etapas da migração: da estratégia até as negociações com comercializadoras. Em alguns casos, os clientes alcançaram economias anuais de até R$ 5 milhões frente ao mercado cativo”, destaca Andriotti.
Além de atuar em RFQs (Request for Quotation), a ENGIE auxilia na formatação de contratos, monitoramento do mercado e gestão contínua do fornecimento, garantindo segurança jurídica e técnica.
Por que isso importa?
A expansão do Mercado Livre de Gás é mais do que um ajuste econômico. Trata-se de uma mudança estrutural no setor energético brasileiro, com impacto direto na competitividade industrial e no avanço das fontes mais limpas de energia.
Ao permitir liberdade de escolha e maior eficiência, o modelo contribui para um futuro energético mais diverso, competitivo e sustentável pilares fundamentais para o Brasil enfrentar os desafios da transição energética nos próximos anos.
Migração ao Mercado Livre de Gás Natural bate recorde e consolida novo cenário competitivo no Brasil
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