ONU Reforça Alerta Climático: Relatório do PNUMA Pede Ação Urgente e Mais Ambição Ambiental Global
- EnergyChannel Brasil

- 22 de jul.
- 3 min de leitura
Por EnergyChannel | Cobertura Internacional | Julho de 2025

O planeta está diante de uma encruzilhada e o tempo para reagir está se esgotando. Essa é a principal mensagem do Relatório Anual 2024 do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), divulgado no início deste ano. O documento traz um panorama robusto sobre os desafios ambientais mais críticos do mundo e cobra ações concretas e imediatas dos governos, das empresas e da sociedade civil.
Com foco em soluções e dados científicos, o relatório destaca avanços em algumas negociações globais, mas alerta: ainda falta muito para garantir um futuro seguro e sustentável.
Negociações importantes, mas com resultados insuficientes
O ano de 2024 foi marcado por uma agenda ambiental intensa no cenário internacional. Grandes encontros como a Assembleia da ONU para o Meio Ambiente (UNEA-6) no Quênia, a COP16 da Biodiversidade na Colômbia e a COP29 do Clima no Azerbaijão colocaram temas críticos na mesa. Também aconteceram reuniões estratégicas como as negociações para o tratado global de combate à poluição plástica na Coreia do Sul e a COP de Desertificação na Arábia Saudita.
Apesar de avanços pontuais, o relatório evidencia um problema recorrente: as grandes decisões sobre o futuro do planeta continuam emperradas em divergências políticas e falta de consenso entre as nações. Questões-chave ficaram sem solução, reforçando a necessidade de cooperação global mais efetiva e urgente.
Emissões ainda fora de controle
O Relatório da Lacuna de Emissões de 2024, publicado pelo PNUMA, trouxe um dado preocupante: as metas atuais dos países estão muito aquém do necessário para limitar o aquecimento global a 1,5°C até 2100, conforme o Acordo de Paris. A não ser que haja um corte drástico e imediato das emissões, essa meta está cada vez mais distante, o que coloca o mundo no caminho de um cenário climático com eventos extremos mais frequentes e devastadores.

Adaptação e financiamento: o desequilíbrio persiste
O Relatório sobre a Lacuna de Adaptação também aponta um grave desequilíbrio entre necessidade e realidade. Mesmo com o aumento de US$ 6 bilhões nos fluxos de financiamento internacional para adaptação entre 2021 e 2022, o valor atual ainda é insuficiente para preparar os países em desenvolvimento para os impactos das mudanças climáticas. Sem novos recursos, esses países continuarão vulneráveis a desastres naturais, secas, enchentes e crises humanitárias.
Poluição em Gaza e a face invisível dos conflitos
Outro ponto alarmante do relatório foi a avaliação ambiental preliminar em Gaza, onde o conflito na região gerou um colapso ambiental. Resíduos tóxicos, esgoto e munições estão contaminando o solo, a água e o ar, ameaçando de forma irreversível os ecossistemas locais. O PNUMA alerta que, além da crise humanitária, Gaza enfrenta agora uma crise ambiental de proporções inéditas.
Monitoramento do metano: tecnologia a serviço da ação climática
O PNUMA também intensificou a atuação no combate às emissões de metano, um dos gases de efeito estufa mais potentes. O Sistema de Alerta e Resposta ao Metano, parte do Observatório Internacional de Emissões de Metano, já enviou mais de 1.000 alertas a governos e empresas nos últimos dois anos. A tecnologia, que utiliza imagens de satélite e inteligência artificial, ajudou a interromper vazamentos na Argélia e na Nigéria, evitando emissões equivalentes às de 1 milhão de veículos circulando por um ano.
Mobilidade elétrica e energia limpa ganham força
Apesar dos desafios, o relatório traz também boas notícias. O PNUMA conseguiu mobilizar recursos expressivos em parceria com financiadores internacionais, viabilizando projetos de mobilidade elétrica, eficiência energética e energias renováveis. Essas ações devem beneficiar diretamente mais de 17 milhões de pessoas e reduzir cerca de 300 milhões de toneladas de CO₂, o equivalente a tirar 65 milhões de carros das ruas.

O recado do PNUMA: é hora de sair do discurso e partir para a prática
O resumo do relatório é claro: o mundo já sabe o que precisa fazer. O desafio é transformar os compromissos em políticas concretas e ações rápidas. A ambição climática precisa deixar o papel e ganhar as ruas, as fábricas, os governos e as salas de reunião das grandes corporações.
A sustentabilidade deixou de ser opção e se tornou questão de sobrevivência.
ONU Reforça Alerta Climático: Relatório do PNUMA Pede Ação Urgente e Mais Ambição Ambiental Global





























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