Energia no lixo, preço nas alturas: quem paga a conta somos todos nós
- Daniel Lima

- 14 de ago.
- 2 min de leitura
Por Daniel Lima - ECOnomista

O Brasil parece insistir em desperdiçar aquilo que Deus lhe deu em abundância.
A recente projeção da Aneel de aumento na conta de luz acima da inflação, é apenas a ponta do iceberg de um sistema elétrico que favorece interesses fósseis.
Menos comida na mesa
Reajustes que ultrapassam o índice inflacionário, para muitas famílias esse aumento não é apenas um número, é a diferença entre colocar comida na mesa ou manter a geladeira ligada.
Geração fóssil a todo gás enquanto energia limpa está sendo jogada no lixo
O Brasil está com praticamente todas as térmicas ligadas mesmo em momentos de sobra de produção eólica e solar e está descartando energia por falta de infraestrutura para armazená-la ou distribuí-la eficientemente. É como jogar água potável fora em tempos de seca.
Soluções de curto prazo sendo ignoradas
Soluções existem e estão sendo utilizadas em diversos países. Aqui, elas são postergadas, engavetadas ou ignoradas. A falta de vontade política e interesses contrários, impedem que essas soluções sejam implementadas com urgência.
Por exemplo:
Poderíamos transformar esse excedente em valor econômico real, sem custo adicional para o sistema elétrico, com a implantação de um sistema de alívio tarifário regional nos momentos de excedentes de produção.
Imaginem o impacto: Indústrias operando com energia barata; projetos estratégicos ganhando viabilidade; e, o desenvolvimento regional acelerado em áreas historicamente menos favorecidas.
O lobby ainda dita regras
Mas, grandes grupos pressionam por decisões que favorecem usinas poluentes e caras. Essa influência se estende aos gestores do sistema elétrico, travando avanços que beneficiariam a população.
Quem paga a conta?
No fim das contas literalmente quem paga é o brasileiro comum. A energia elétrica representa uma das maiores despesas no orçamento das famílias. E quando o sistema privilegia o lucro de poucos em vez do bem-estar coletivo, a desigualdade se aprofunda.
Hora de acordar antes que o apagão seja moral
O Brasil está desperdiçando não apenas energia limpa, mas também a chance de construir um futuro justo e sustentável. Enquanto o sol brilha e os ventos sopram, seguimos pagando caro por decisões que favorecem poucos e penalizam muitos.
A transição energética não é um luxo ecológico é uma urgência social. Cada megawatt jogado impacta a vida de quem já vive no limite.
Não há mais espaço para omissão, para conivência com lobbies, nem para os que tratam o sistema elétrico como balcão de negócios. O povo brasileiro merece mais do que reajustes abusivos e promessas adiadas. Merece dignidade energética.
Despertar consciências é só o começo. É hora de exigir transparência, romper com a inércia e construir um modelo que ilumine vidas não apenas lucros. Porque no fim, quem paga a conta é quem menos tem. E isso, definitivamente, não pode continuar.
Energia no lixo, preço nas alturas: quem paga a conta somos todos nós





























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