ESG: hype ou prática real?
- Claudia Andrade

- 14 de ago.
- 2 min de leitura
Por Claudia Andrade
@cauvic2
Às vezes me pego pensando se todo esse “boom” da sigla ESG não foi mais um modismo corporativo do que uma prática real. Nos últimos anos, parecia que ninguém sobreviveria no mercado se não tivesse essas três letras bem estampadas em seus relatórios ou discursos. Mas será que, de fato, as empresas estão colocando em prática aquilo que tanto divulgam?

De um lado, vejo um movimento importante: nunca se falou tanto sobre meio ambiente, impacto social e governança. Isso é positivo. O ESG ganhou espaço nas reuniões de conselho, virou critério para investidores e até consumidor passou a cobrar coerência. É inegável que essa pressão fez diferença.
Mas também é impossível ignorar o outro lado: quantas vezes já vimos campanhas grandiosas de sustentabilidade que, na prática, não se sustentam? Quantos relatórios “bonitos” escondem a falta de indicadores consistentes? Essa é a face do greenwashing, e ela mostra que muitas empresas ficaram no discurso, sem realmente transformar processos, culturas e estratégias.
Claro, existem exceções. Algumas organizações levaram a sério: revisaram cadeias de valor, adotaram metas claras de redução de impacto ambiental, criaram mecanismos transparentes de governança e passaram a medir o impacto social de forma concreta. Essas, eu diria, entenderam que ESG não é apenas reputação, mas longevidade, redução de riscos e relevância de mercado.
Por que, então, tantas outras não praticam? Talvez porque mudar custa caro. Talvez porque o mercado ainda cobre mais o resultado trimestral do que a construção de impacto duradouro. Talvez porque a cultura interna não está preparada para essa virada — e mudar mentalidade é sempre o mais difícil.
No fim, fico com a reflexão: o hype do ESG serviu para colocar a pauta em evidência, mas agora o tempo está separando quem pratica de quem apenas fala. A pergunta que não sai da minha cabeça é: sua empresa está apenas surfando a onda ou está realmente mergulhando no ESG como prática diária?
ESG: hype ou prática real?





























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